segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Bolsa chinesa? e o Brasil com isso mano?



                                             
A desaceleração da China não é novidade
Não é de hoje que a economia chinesa desperta olhares cautelosos. A desaceleração econômica do gigante asiático é um ponto pacífico entre economistas do mundo todo — e, diferentemente do Brasil, o governo chinês não tem feito questão de esconder do mercado suas previsões mais modestas de crescimento. O que mudou nos últimos dois meses é que a percepção dos investidores sobre a capacidade de o governo chinês controlar essa desaceleração tem se mostrado limitada. As diversas intervenções na bolsa de valores, com o intuito de frear a queda das ações, resultaram em ainda mais desconfiança. A tentativa de desvalorizar a moeda diante do cenário incerto também foi vista pelo mercado como mais um sinal de que a situação chinesa está pior que o esperado.

Hoje, o Fed preocupa tanto quanto a China

Diante das incertezas trazidas pelo mercado chinês, um sopro de estabilidade era esperado no Ocidente. Contudo, na semana passada, a publicação da última ata da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), trouxe mais dúvidas do que respostas sobre a elevação dos juros nos Estados Unidos. Depois de inúmeras sinalizações de que subiria os juros em setembro, os dirigentes do Fed divergiram, no último mês, sobre a data da elevação. Agora, há expectativa de que a subida seja efetivada somente em 2016. Tal mudança nas expectativas fez com que as bolsas americanas caíssem na semana passada. Aliada à crise na bolsa chinesa, a mudança criou sentimento de pânico nos mercados e investidores buscam realizar seus ganhos.

A economia global está em momento de transição

Para a revista britânica The Economist, a turbulência se dá em um momento de transição, em que as economias desenvolvidas se recuperam da crise econômica e fiscal da última década, enquanto os mercados emergentes ( países mendigos, como o Brasil que aposta em recursos naturais como produto de exportação) sofrem os solavancos decorrentes de erros em sua política econômica. Neste aspecto, a desvalorização do iuane é emblemática. As críticas sobre a manutenção do câmbio fixo na China remontam a mais de duas décadas. O fato de o país resolver mudar tal política em momento de crise faz com que os investidores se sintam ainda menos seguros em aportar seus recursos nos mercados asiáticos.

A bolsa é um investimento popular na China - e isso pode ser um problema

Ao contrário da maioria dos mercados de capitais, em que investidores institucionais são donos da maior parte das ações, na China, 80% do mercado está nas mãos de pessoas físicas. O boom da bolsa chinesa foi impulsionado, sobretudo, pela entrada de pequenos investidores em busca de ganhos em ações de empresas de tecnologia. Antes de despencar, o índice Shangai Composite, o principal da Bolsa de Shangai, havia se valorizado em mais de 100% no primeiro semestre. O pequeno investidor chinês descobriu a bolsa nos últimos dez anos e tem migrado sua poupança para as ações depois que o mercado imobiliário, que levava a preferência dos chineses, passou a titubear e dar sinais de bolha. Um dos fatores de risco para a economia chinesa é a perspectiva de a queda das ações atinja a poupança da população e, em última instância, o consumo.

A bolsa chinesa é pequena, mas não insignificante

A participação da bolsa chinesa no contexto mundial é pequena, porém, não insignificante. Enquanto o mercado de capitais americano movimenta 18,6 trilhões de dólares, a soma das empresas chinesas listadas em bolsa é de 3,7 triilhões de dólares. Há um abismo de valor entre ambos. Mesmo assim, a China é o segundo maior mercado acionário do mundo, acima de Japão, Reino Unido e Alemanha. Analistas acreditam que uma segunda crise asiática, como a de 1997, seja improvável, já que os governos do continente colocaram em prática reformas que deixaram os países mais calibrados para enfrentar turbulências. Os bancos e o sistema financeiro, como um todo, também estão menos vulneráveis para enfrentar a crise houver um tombo mais forte na economia chinesa.

E o Brasil com isso mano?


Como a bolsa de valores brasileira tem uma participação importante de investidores institucionais estrangeiros, qualquer solavanco mundial impacta os preços dos ativos. Ocorre que, como a bolsa brasileira enfrenta uma trajetória constante de queda desde 2013, movimentos bruscos, como os de hoje, tendem a ter impacto limitado. Atualmente, importa mais para o investidor estrangeiro as questões internas do país, como o ajuste fiscal e o caos político, do que a crise chinesa. Contudo, mesmo com uma grave crise para chamar de sua, o Brasil não está imune ao outono chinês. O país asiático é um dos principais importadores da soja e do minério de ferro brasileiros.Observem ambos os produtos não tem nenhum valor de educação agregado ou seja depende de cotações da Bolsa de Chicago Assim que qualquer choque na economia asiática tende a impactar não o mercado financeiro brasileiro, mas a economia real — o que é pior.
O período de bonança proporcionado pelo vertiginoso crescimento chinês nas duas últimas décadas tem agora o seu reverso. A herança deixada pelo ciclo favorável nas commodities, para o Brasil,como é um país assim como o seu povo, que só quer ir na janela da civilização sem esforço, houve a perda de diversificação da pauta de exportação, tanto do ponto de vista dos produtos exportados como dos mercados com os quais o país se relaciona comercialmente. A queda acentuada na venda de bens manufaturados é um dos sintomas desse processo. 

Nada menos do que 80% das compras da China no Brasil são de soja e minério de ferro. Mais do que isso, a pauta de importação chinesa de produtos brasileiros é tomada, na proporção de 95%, por commodities. Ao se examinar o total de exportações do país, constata-se que uma parcela em torno de 17% é destinada à China. 
                                                    O que são commodities?
                                                                    

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