sábado, 26 de novembro de 2016

Fidel morreu, e o que este tirano deixou de herança.

                                         Che_e_Fidel    



Cuba: antes e depois de 1959

Che_e_Fidel como se sabe, os admiradores da Revolução Cubana costumam pintar um falso quadro da Perla del Caribe, tanto no que se refere a antes de 1959, como no que se refere a depois desta data da grande mudança levada a cabo por El Coma Andante Fidel Castro y los barbudos.
Em 1959, Cuba era um país semi-industrializado, mas com um padrão razoável de vida, graças ao intenso turismo com seus magníficos cassinos e suas belas praias. É verdade que ainda tinha grandes bolsões de pobreza, principalmente nas suas grandes fazendas de cana-de-açúcar e de tabaco.
Depois de 1959, Cuba continuou um país semi-industrializado, tendo sua produção agrícola subsidiada pela URSS em troca de produtos industrializados soviéticos. O fato é que a URSS nada fez para promover a industrialização da Ilha.
[Revoluções comunistas só ocorreram, até hoje, em países semiagrários ou semi-industrializados, como Rússia, China, Coreia do Norte, Cuba, países africanos, etc., só para contrariar Karl Marx, o profeta caolho, que aguardava a revolução em países capitalistas avançados, como a Inglaterra e a Alemanha].
Com a dissolução da URSS quarenta anos depois (1989), a situação socioeconômica de Cuba piorou, mas em breve tempo continuou sendo salva da desgraça completa, graças aos petrodólares de Hugorila Chávez.
E hoje parece ter ganho um novo alento com o restabelecimento diplomático feito pelo socialista Barack Obama abençoado por um Papa igualmente socialista. No entanto, é bastante duvidoso que o fim do bloqueio comercial – ainda não aprovado pelo Congresso Americano – venha a produzir um grande desenvolvimento socioeconômico em Cubanacan, misterioso país del amor.
Iremos apresentar em seguida um breve relato dos pontos positivos de Cuba antes da Revolução de 1959. Ao lê-lo, o leitor certamente será levado a perceber que Cuba ficou muito pior do que estava antes de 1969 e que perdeu todas as expectativas que tinha de um futuro promissor.
“A primeira nação da América espanhola, incluindo a Espanha e Portugal, que utilizou máquinas e barcos a vapor foi Cuba, em 1829. A primeira nação da América Latina e a terceira no mundo (atrás da Inglaterra e dos EUA), a ter uma ferrovia foi Cuba, em 1837. Foi um cubano que primeiro aplicou anestesia com éter na América Latina em 1847. A primeira demonstração, em nível mundial, de uma indústria movida a eletricidade foi em Havana, em 1877.
Em 1881, foi um médico cubano, Carlos J. Finlay, que descobriu o agente transmissor da febre amarela e definiu sua prevenção e tratamento. O primeiro sistema elétrico de iluminação em toda a América Latina (incluindo Espanha) foi instalado em Cuba, em 1889. Entre 1825 e 1897, entre 60 e 75% de toda a renda bruta que a Espanha recebeu do exterior veio de Cuba. Antes do final do Século XVIII Cuba aboliu as touradas por considerá-las “impopulares, sanguinárias e abusivas com os animais”.O primeiro bonde [elétrico] que circulou na América Latina foi em Havana em 1900. Também em 1900, antes de qualquer outro país na América Latina, foi em Havana que chegou o primeiro automóvel.
A primeira cidade do mundo a ter telefonia com ligação direta (sem necessidade de telefonista) foi em Havana, em 1906. Em 1907, estreou em Havana o primeiro aparelho de Raios-X em toda a América Latina. Em 19 maio de 1913, quem primeiro realizou um voo em toda a América Latina foram os cubanos Agustin Parla e Rosillo Domingo, entre Cuba e Key West, que durou uma hora e quarenta minutos.
O primeiro país da América Latina a conceder o divórcio a casais em conflito foi Cuba, em 1918. O primeiro latino-americano a ganhar um campeonato mundial de xadrez foi o cubano José Raúl Capablanca, que, por sua vez, foi o primeiro campeão mundial de xadrez nascido em um país subdesenvolvido. Ele venceu todos os campeonatos mundiais de 1921-1927
Em 1922, Cuba foi o segundo país no mundo a abrir uma estação de rádio e o primeiro país do mundo a transmitir um concerto de música e apresentar uma notícia pelo rádio. A primeira locutora de rádio do mundo foi uma cubana: Esther Perea de la Torre.
Em 1928, Cuba tinha 61 estações de rádio, 43 delas em Havana, ocupando o quarto lugar no mundo, perdendo apenas para os EUA, Canadá e União Soviética. Cuba foi o primeiro no mundo em número de estações por população e área territorial.
Em 1937, Cuba decretou pela primeira vez na América Latina, a jornada de trabalho de 8 horas, o salário mínimo e a autonomia universitária. Em 1940, Cuba foi o primeiro país da América Latina a ter um presidente da raça negra, eleito por sufrágio universal, por maioria absoluta, quando a maioria da população era branca. Ela se adiantou em 68 anos aos Estados Unidos. Em 1940, Cuba adotou a mais avançada Constituição de todas as Constituições do mundo.
Na América Latina foi o primeiro país a conceder o direito de voto às mulheres, igualdade de direitos entre os sexos e raças, bem como o direito das mulheres trabalharem.
O movimento feminista na América Latina apareceu pela primeira vez no final dos anos trinta em Cuba. Ela se antecipou à Espanha em 36 anos, que só vai conceder às mulheres espanholas o direito de voto, o de posse de seus filhos, bem como poder tirar passaporte ou ter o direito de abrir uma conta bancária sem autorização do marido, o que só ocorreu em 1976.
Em 1942, um cubano se torna o primeiro diretor musical latino-americano de uma produção cinematográfica mundial e também o primeiro a receber indicação para o Oscar norte-americano. Seu nome: Ernesto Lecuona. O segundo país do mundo a emitir uma transmissão pela TV foi Cuba em 1950. As maiores estrelas de toda a América, que não tinham chance em seus países foram para Havana para atuarem nos seus canais de televisão.
O primeiro hotel a ter ar condicional em todo o mundo foi construído em Havana: o Hotel Riviera em 1951. O primeiro prédio construído em concreto armado em todo o mundo ficava em Havana: o Focsa, em 1952. Em 1954, Cuba tem uma cabeça de gado por pessoa. O país ocupava a terceira posição na América Latina (depois de Argentina e Uruguai) no consumo de carne per capita. Em 1955, Cuba é o segundo país na América Latina com a menor taxa de mortalidade infantil (33,4 por mil nascimentos).
Em 1956, a ONU reconheceu Cuba como o segundo país na América Latina com as menores taxas de analfabetismo (apenas 23,6%). As taxas do Haiti eram de 90%; e Espanha, El Salvador, Bolívia, Venezuela, Brasil, Peru, Guatemala e República Dominicana, 50%. Em 1957, a ONU reconheceu Cuba como o melhor país da América Latina em número de médicos per capita (1 por 957 habitantes), com o maior percentual de casas com energia elétrica, depois do Uruguai; e com o maior número de calorias (2870) ingeridas per capita.
Em 1958, Cuba é o segundo país do mundo a emitir uma transmissão de televisão a cores. Em 1958, Cuba é o país da América Latina com maior número de automóveis (160.000, um para cada 38 habitantes). Era quem mais possuía eletrodomésticos. O país com o maior número de quilômetros de ferrovias por km2 e o segundo no número total de aparelhos de rádio. Ao longo dos anos cinquenta, Cuba detinha o segundo e terceiro lugares em internações per capita na América Latina, à frente da Itália e mais que o dobro da Espanha.
Em 1958, apesar da sua pequena extensão e possuindo apenas 6,5 milhões de habitantes, Cuba era a 29ª economia do mundo. Em 1959, Havana era a cidade do mundo com o maior número de salas de cinema: 358, batendo Nova York e Paris, que ficaram em segundo lugar e terceiro, respectivamente.
E depois o que aconteceu?  Veio a Revolução comunista com seus amigos absolutistas.”
Complementa o relato acima este outro mais sucinto, porém bastante revelador do retrocesso socioeconômico cubano:
“Na década de 1960, fiz um trabalho sobre a produtividade da cana de açúcar. Lembro-me bem que naquela época a produtividade da cana em Cuba, exatamente 55,2 ton/ha, era mais do dobro da produtividade no Brasil, exatamente 22,6 ton/ha. Hoje, a produtividade no Brasil, 70 ton/ha, é mais do dobro da produtividade de Cuba, 30 ton/ha.

Em 1959, a renda média per capita em Cuba era a segunda maior da América Latina. Hoje, sua renda média per capita só fica acima da do Haiti”.  Diga-se de passagem: o que não é nenhuma vantagem. 

.Muitos “intelectuais” brasileiros ainda adoram Cuba – bem de longe, do conforto do capitalismo. Escolhem Paris para passar as férias, mas enaltecem os “avanços” cubanos. Não são obrigados a viver naquela prisão. Não passam de hipócritas! Culpam o embargo americano pela miséria em Cuba, ignorando que ao mesmo tempo condenam a globalização e chamam de “exploração” o comércio com os americanos. Tanto o embargo como a ALCA são igualmente condenados. A contradição lógica nunca foi empecilho para quem não tem honestidade intelectual.

                                                                          

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Porque seu imposto não retorna.em benefícios.


Brasil gasta demais com funcionários públicos

Um levantamento inédito sobre o tamanho do funcionalismo revela por que o Estado brasileiro funciona mal. Só cargos de confiança, há 600 mil...


Uma patada na nossa vida (Foto: Thinkstock Getty Images/iStockphoto)
 Instituto Data Popular mostra o tamanho da insatisfação: numa escala de 0 a 10, a educação recebe nota 4,6, a segurança nota 3,6, e a saúde 3,7 – esta, apontada como a principal preocupação do brasileiro, na pesquisa Visão Brasil 2030, feita por nove grandes organizações não governamentais.
Não haverá melhoria fácil. Quaisquer mudanças relevantes, como diminuir o número de cargos ocupados por indicação, demitir funcionários ruins, contratar melhor e conter o gasto com aposentadorias, exigirão cooperação entre os Três Poderes. E resultará em confronto com um ou vários grupos de funcionários públicos – um terreno espinhoso em que sindicalistas e grupos políticos  defendem interesses e regalias há muito conquistados.
16 pesquisadores, estudiosos do funcionalismo há anos, que identificaram os desafios a superar. os mesmos indentificaram quatro grandes problemas: a má distribuição de funcionários pelas diversas áreas de governo, a irracionalidade dos pagamentos e benefícios, a burocracia para contratar, promover e demitir e o excesso de cargos por indicação. 
 
01 (Foto: Reprodução)

Falta professor, mas sobra chofer e assessor tem de sobra

O governo brasileiro tem dificuldades para acomodar suas despesas dentro dos limites do orçamento e para contratar gente para algumas áreas com carência de pessoal. Por isso, assusta o número de contratações desnecessárias, que pesam sobre as contas públicas e sobre os ombros do contribuinte. Cada deputado federal pode ter até 25 assessores, número alto demais diante de comparações internacionais. O jornal O Globo revelou que, no início deste ano, o Senado deu a sete garçons cargos de confiança, com atribuições de fachada, para permitir que eles recebessem salários mais altos. No escalão mais alto do governo federal, 39 ministros respondem diretamente à presidente da República, cada um deles com seu séquito de assessores. O normal, em nações desenvolvidas, é haver de 15 a 20 ministros (qualquer executivo de empresa de porte médio sabe que é impossível gerenciar bem 40 subordinados diretos, com funções complexas). Todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm direito a motorista particular. Isso não ocorre na Suprema Corte dos Estados Unidos. Nos Tribunais de Justiça, nos Estados, a gastança se repete. Em São Paulo, há 311 motoristas à disposição dos juízes. A Câmara Municipal de São Paulo tem 26 motoristas, 13 garçons, sete auxiliares de cozinha e ainda auxiliares de serviços odontológicos, cirurgiões-dentistas, barbeiros, oftalmologistas, lavador e lubrificador de veículos e vidraceiro, segundo o Portal da Transparência. Os casos revelam uma lógica de trabalho que dá prioridade ao luxo, ao privilégio, ao desperdício e à concessão de favores e boquinhas. Essa lógica se estabelece, nos gabinetes, em detrimento daquela com que a maioria dos mortais tem de lidar no dia a dia – a economia de recursos e o esforço para trabalhar melhor.

Casos como esses reforçam a impressão de que há excesso de servidores públicos. Eles são ao todo 11,1 milhões.
Um em cada dez brasileiros em idade de trabalhar está empregado em algum governo. Essa fatia é normal entre países emergentes e fica abaixo da usual entre países desenvolvidos. Um relatório de 2013 da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE, grupo que inclui as nações mais desenvolvidas do mundo) informa que o número de funcionários públicos no Brasil “é bastante limitado” em comparação com o dos países-membros da entidade, mas também que é “mais caro”. O problema, portanto, não está na quantidade de funcionários públicos, mas na qualidade deles – e dos serviços que prestam.
 
"Não é ser a favor ou contra o funcionalismo. É ser a favor do cidadãoe do serviço público"
REGINA PACHECO, DA FGV
Alguns dos serviços que se transformaram em alvos principais das críticas durante as manifestações do ano passado sofrem com falta de profissionais. É o caso da saúde. Mesmo após o início do Mais Médicos, que contratou 14 mil profissionais, uma auditoria feita em março pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falta de médicos e enfermeiros em 81% dos hospitais visitados do Sistema Único de Saúde. Faltam também policiais federais, fiscais ambientais, analistas tributários e professores. Outro levantamento do TCU mostra que, só no ensino médio da rede pública, há 32 mil vagas a preencher.

“A perspectiva não pode ser contra ou a favor de funcionário público. Tem de ser a favor do cidadão e da melhoria dos serviços”, afirma Regina Pacheco, especialista em gestão de políticas públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV). “E, para aumentar a força de trabalho, teremos de segurar os custos.” O cidadão só contará com serviços melhores se o governo parar de fazer contratações e promoções inúteis, para se concentrar nas que realmente importam.
 
A distribuição correta 01 (Foto: Época)
A distribuição correta  (Foto: Época)
02 (Foto: Época)
Gastamos demais para ter serviços ruins
Os gastos dos governos federal, estaduais e municipais com o funcionalismo  público somam 12% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso coincide com a média da OCDE, de acordo com um relatório sobre o Brasil. E serve de alerta. Se temos serviços públicos piores e menos funcionários públicos que  os países desenvolvidos, por que gastamos tanto quanto nações bem mais ricas?

O sistema de aposentadorias, que ainda podem ser recebidas com o último salário integral, é o maior responsável, mas não o único. A estrutura de salários do setor público é irracional. Ela atende a pressões políticas, não à importância do serviço, à qualidade dele ou ao nível de instrução e conhecimento do funcionário.  “A definição de quem ganha mais foi feita respondendo a grupos de pressão durante décadas. Isso criou diferenças injustificáveis”, diz o pesquisador Eneuton Pessoa, da UniRio. Na esfera federal, o salário inicial de um motorista ou de uma secretária do Ipea (R$ 4.930) é superior ao de algumas vagas de professor com doutorado no magistério (R$ 4.649). Um escrivão da Polícia Federal (R$ 8.416) só precisa ter curso superior, mas ganha mais que um médico com mestrado no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (R$ 6.346).

Num estudo sobre o tema, Pessoa encontrou as raízes dessa desigualdade. “Quanto mais gente uma categoria tem, menores os salários e menores os reajustes”, diz. Por essa lógica, ganham mais os grupos menores e mais bem entrincheirados nos gabinetes. Entra na conta também o poder político de figuras específicas em certo período. “Na época do Márcio Pochmann (presidente do Ipea de  2007 a 2012), próximo do governo, o Ipea conseguiu alguns dos maiores aumentos”, diz Pessoa, também ex-funcionário do Ipea. O governo alega limites de orçamento – muito sólidos – para refrear pedidos de algumas categorias. Outras vivem numa realidade paralela, em que regalias nunca são demais. Os ministros do STF propõem aumentar seus salários de R$ 29.400 para R$ 35.900. Em setembro, o ministro Luiz Fux, do mesmo STF, concluiu que, como os integrantes do Ministério Público recebem auxílio-moradia, todos os juízes federais também têm de recebê-lo – um adicional de R$ 4.300 ao salário. Com esse teto, o benefício poderá ser estendido a juízes de instâncias inferiores. O episódio explica dois problemas fundamentais na lógica vigente em Brasília: 1) muitas autoridades fora da equipe econômica não se sentem responsáveis pela saúde das contas públicas; 2) quando se constata alguma diferença de direitos e benefícios, tende-se a igualar a situação com mais concessões, nunca com cortes e planos de redução. A mesma lógica que beneficia os pequenos grupos na cúpula prejudica categorias numerosas, de profissionais que lidam com problemas em campo e atendem o cidadão, como professores, médicos, assistentes sociais e pesquisadores. De acordo com Pessoa, a situação é mais grave nos Estados e municípios.

O governo federal gastou com pessoal R$ 202 bilhões em 2015, ou 4,2% do PIB. A proporção caiu nos últimos anos, embora ainda haja espaço para mais economia. O salário médio do funcionário público é de R$ 3.175, diante de R$ 1.817 na iniciativa privada. “É preciso igualar mais os salários aos do setor privado”, diz Raul Velloso, especialista em contas públicas. Os governos de Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff deram passos modestos nessa direção. Ambos concederam aumentos, permitindo a aproximação com os salários privados. Luís Inácio Lula da Silva fez o oposto. Seria possível alegar que há no setor público mais cargos de alta escolaridade. O Estado se coloca na posição de alvo, porém, ao contratar, por salários descolados da realidade, motoristas, secretárias e garçons.

Melhorar a situação exige resolver a equação das aposentadorias. Quase metade dos gastos com o funcionalismo federal vem delas. Em 2012, a presidente Dilma sancionou uma lei (enviada ao Congresso por Lula em 2007) que limitou a aposentadoria dos funcionários públicos ao teto do INSS, como ocorre na iniciativa privada. Para ganhar acima disso, o funcionário precisa contribuir com um fundo complementar. A novidade só vale para contratados após a vigência da lei. “O alívio nas contas só começará dentro de uns 20 anos”, diz o cientista político Fernando Abrucio. Mesmo assim, delegados da Polícia Federal foram à Justiça garantir a perpetuação das regalias atuais. Os Três Poderes deveriam se empenhar nessa luta para dar eficiência ao governo.
 
Gastos com o pessoal  (Foto: Época)
Os problemas  (Foto: Época)

O governo contrata mal, usa mal quem contrata e nó demite incompetentes
03 (Foto: Época)

Contratar o melhor candidato para a tarefa a cumprir, medir seu desempenho e dar incentivos para que ele aperfeiçoe o trabalho são o esforço diário de qualquer empresa privada média. No governo, parecem missões impossíveis.
Os entraves começam já nas provas dos concursos, muitas vezes inadequadas aos cargos oferecidos. “Hoje, um médico do Ministério da Saúde é avaliado por uma prova de múltipla escolha. Não há teste de habilidades práticas”, diz Fernando Fontainha, professor de Direito da FGV-Rio e um dos autores de um relatório que questiona a eficiência dos concursos públicos. Trata-se de uma indústria de R$ 50 bilhões ao ano, segundo a Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos. As provas foram criadas para evitar o favorecimento em entrevistas pessoais. Ficaram antiquadas. Uma boa seleção combinaria impessoalidade, medidas de experiência e conhecimentos teóricos. Em vez disso, elas exigem apenas quantidade brutal de conhecimento teórico, em troca do acesso a uma combinação de salário alto, estabilidade à prova de incompetência e aposentadoria melhor que no setor privado. Como resultado, parte da população em idade produtiva para de trabalhar e passa apenas a decorar conteúdo de concursos.

Falta também flexibilidade. A Constituição de 1988 estabeleceu um regime jurídico único para todos os servidores públicos. Ao contrário do que acontece em países referências, como Austrália ou Alemanha, no Brasil carreiras diferentes contam com o mesmo tipo de contrato. O cientista político Fernando Abrucio exemplifica a questão: “Imagine que o Theatro Municipal de São Paulo seja administrado com esse regime. A bailarina contratada teria de exercer a mesma função durante seus 30 anos de carreira. Isso não faz sentido.” Os governos têm dificuldade para contratar especialistas, como alguns tipos de médicos e administradores, para lidar com demandas específicas e missões temporárias. Por causa dessa dificuldade, recorrem a subterfúgios, como abrir empresas estatais para empregar novos funcionários ou contratar por meio de organizações sociais. “Quando Estados e municípios tentam tornar as contratações mais flexíveis, o Ministério Público e o Judiciário barram o concurso”, diz Abrucio. Vale a pena envolver a sociedade e o Congresso num debate informando sobre o assunto.
 
"O estágio probatório hoje é uma piada. São raríssimos os casos de não contratar"
REGINA PACHECO, DA FGV
Outra forma de aumentar a eficiência do funcionalismo é criar mais escolas de excelência para formar gestores públicos. Colocados em cargos-chave, eles puxariam para cima a qualidade dos serviços. Foi o que fez Minas Gerais com a Fundação João Pinheiro, segundo Abrucio. Além dela, há apenas mais dois centros de excelência no Brasil: a Escola Nacional de Administração Pública e a Escola de Administração Fazendária, ambas no Distrito Federal. “São Paulo e Rio de Janeiro, pelo tamanho da máquina, poderiam ter suas próprias escolas de governo no modelo da Fundação João Pinheiro”, afirma Fernando Coelho,  doutor em administração pública e professor da USP. A alternativa, também difícil, é contratar mais administradores com experiência comprovada no setor privado.

Outros problemas surgem depois da contratação. Ao ingressar no serviço público, o funcionário passa um período de três anos no estágio probatório, ainda sem estabilidade. A ideia, razoável, é poder dispensar os funcionários que não se mostrem bons o suficiente. “Mas o estágio hoje é uma piada. São raríssimos os casos de não contratar. Mesmo assim, nesses casos, o servidor ainda vai à Justiça e consegue mudar a decisão”, diz Regina Pacheco, da FGV. “É preciso fortalecer o estágio probatório e incluir avaliações cruzadas, avaliação dos colegas, do superior e dos próprios usuários do serviço”, afirma Abrucio.

Outro obstáculo é a dificuldade de recolocar os servidores contratados. “Se quero capacitar o funcionário para outro setor ou realizar um retreinamento, o governo não permite. É preciso contratar outro”, diz o consultor Raul Velloso. Ele afirma já ter sofrido com esse engessamento quando trabalhou no Ministério do Planejamento. Isso gera excesso de funcionários em algumas áreas e carência noutras.

O próximo governo fará bem se regulamentar o projeto de lei complementar que permite demitir funcionário público por mau desempenho.  Em 2013, foram demitidos apenas 428 entre os 2 milhões de funcionários públicos federais, ou 0,02%. Não deve ser porque alguém considere excelente o trabalho feito em Brasília. Mesmo no seleto grupo das melhores empresas para trabalhar no Brasil, nenhuma demitiu tão pouco em 2013, segundo a consultoria GPTW. O advogado especialista em serviço público Rafael Marcatto considera o projeto bem-vindo, com a ressalva de que ele não deve discriminar categorias de servidores. Nelson Marconi, da FGV-EESP, afirma que a regulamentação da dispensa, a avaliação de desempenho e uma política de incentivos aumentarão o empenho dos funcionários e atrairão gente melhor para os concursos. “O salário é um incentivo para atrair para a carreira, mas não há incentivo para o sujeito se dedicar depois”, diz. O projeto de lei aguarda regulamentação desde 2007.
 
Os problemas  (Foto: Época)

O Excesso de cargos de confiança abre brechas para a pressão política, corrupção e ineficiência
04 (Foto: época )

Há gente demais ocupando cargos por indicação no serviço público. Esse tipo de cargo, chamado comissionado, foi criado nos anos 1960 para dar flexibilidade à contratação. Com ele, o governo pode suprir áreas com falta de concursados. Mas a falta de critérios abriu caminho para um número de nomeações gigantesco, muito acima do que recomendam as boas práticas de administração pública.

Só em nível federal, o Brasil tem 22.700 pessoas ganhando salário segundo a escolha do presidente e de seus aliados. Os Estados Unidos, com estrutura de governo bem maior que a brasileira, têm 8 mil. Outros países têm menos ainda (leia no quadro abaixo). Nos governos estaduais, a proporção é ainda maior. São 115 mil indicados pelos governadores e seus aliados. O Estado de São Paulo tem quase o dobro da quantidade de comissionados que o governo federal dos EUA. O problema é ainda maior nos municípios, que abrigam meio milhão de indicados.

O excesso abre brechas para corrupção, ao criar um mercado de cargos em permanente leilão. Esses postos servem como moeda política para presidentes, governadores, prefeitos e legisladores. A negocição interminável de indicações tende a solapar o debate de ideias e o papel do Legislativo como fiscal do Executivo. Como as vagas ficam sujeitas a alianças partidárias renegociadas a cada eleição, a alta rotatividade prejudica a eficiência da gestão e os projetos de longo prazo. “A cada ano, 30% mudam de posição”, diz o pesquisador Felix Lopes, do Ipea.

Quanto maior o número de indicações políticas num órgão federal, menor a capacidade de o servidor fazer seu trabalho. A conclusão é de um estudo de 2013 com dados de 325 mil servidores brasileiros, liderado pela pesquisadora Katherine Bersch, da Universidade do Texas, nos EUA. “O efeito sobre a administração é devastador”, afirma Cláudio Weber Abramo, diretor executivo da ONG Transparência Brasil, que propõe limitar o número de cargos comissionados.

A questão é mais complexa do que parece. Cerca de 70% desses cargos são preenchidos com concursados. “Isso não elimina a influência. O próprio servidor sabe que, se não se acertar com o partido, não tem chance, porque alguém ligado à legenda vai chefiá-lo”, diz Abramo. Em 2011, a pesquisadora Maria Celina D’Araújo, da PUC do Rio de Janeiro, constatou que um quarto dos funcionários federais nos cargos comissionados federais de alto escalão eram filiados a algum partido. Desses, 80% eram petistas.

Dos quase 23 mil cargos federais, cerca de 9 mil são de médio a alto escalão e despertam mais interesse político. “Os outros não são moeda de troca. O PMDB não briga por eles. O PMDB quer o diretor do Dnit”, afirma Abrucio. Os cargos menores são usados com outros fins, como servir de atalho legal para gratificar funcionários ou agradar a eleitores. No entanto, diz Abrucio, boa parte desses cargos não precisaria ser comissionada. “Numa reforma administrativa, seria possível decidir quais cortar”, diz.

Os governos caminham na contramão da redução desses cargos. Desde 2003, os comissionados cresceram 23% na esfera federal, acima do aumento do total de contratados. Nos Estados, aumentaram cerca de 10% só de 2012 para 2013, únicos anos com dados organizados.

Há ao menos quatro propostas na Câmara dos Deputados para limitar o número de funcionários indicados. Não há previsão de votação. A mais antiga é de 2007. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) já declarou que a aprovação “seria um milagre”. “Seria benéfico para o governo. Se não existissem tantos cargos a distribuir, a fome dos partidos também reduziria”, diz Abrucio. Para Abramo, essa deve ser a principal medida de uma reforma política e a que teria melhores chances de deter a corrupção e melhorar a eficiência do governo.
Os problemas A (Foto: Época)
Os problemas B (Foto: Época)

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Não avançamos na educação por má governança do setor público..


                                     Resultado de imagem para educação publica no brasil          

Não avançamos na educação por má governança no setor público e incertezas regulatórias

O espantalho da crítica heterodoxa

Há países ricos que possuem sistemas de bem-estar social generosos, como os nórdicos; há países ricos com sistemas de bem-estar pouco generosos, como os EUA. Mas o que definitivamente não existe são países ricos com políticas macro e microeconômicas de viés heterodoxo com a extensão adotada no Brasil nos últimos 13 anos.

A receita dos que conseguiram saltar a difícil barreira do crescimento sustentável – conhecida como armadilha da renda média – é conhecida: plena liberdade política e econômica para amplos setores da sociedade, rigor na condução da área fiscal, estabilidade monetária e financeira, regras e regulamentação estáveis e, finalmente, investimento público eficiente em capital humano (saúde e educação) e infraestrutura.

Há saudável controvérsia sobre o efetivo papel desempenhado por políticas desenvolvimentistas em alguns casos de sucesso, como, por exemplo, as políticas industriais adotadas pelos Tigres Asiáticos, há cerca de três décadas. De um lado alega-se que essas políticas foram cruciais para que eles desenvolvessem parques industriais importantes. De outro, argumenta-se que elas foram irrelevantes, e o que de fato os teria levado aos atuais patamares de renda por habitante foram os investimentos maciços em capital humano. A verdade, possivelmente, está no meio do caminho. Contudo, frise-se que esses casos de sucesso são contrabalançados por um número muito maior de casos de fracasso, como na maioria dos experimentos levados a cabo na América Latina, por exemplo. Por estas bandas, fizemos bastante política industrial, mas não conseguimos os mesmos resultados. Não avançamos na educação por má governança no setor público e incertezas regulatórias.

Políticas de proteção existem, de fato, em muitos países, mas o que nos soa mais significativo é que os detalhes das políticas desenvolvimentistas mais bem sucedidas apresentam diferenças marcantes com a política industrial “à brasileira”, como, por exemplo, a fixação de metas claras de desempenho e a natureza temporária da proteção. O Brasil recente destoa pela extensão da intervenção pública, pela sua longevidade e pela falta de transparência dos benefícios concedidos sem avaliação de resultados.

Voltando à nossa lista de condições necessárias ao desenvolvimento, existe liberdade política no Brasil, mas a nossa democracia ainda é carente de controles sobre a concessão pública de benefícios a grupos escolhidos, além de sujeita a recorrentes casos de corrupção. Tudo isso, claro, afetando a produtividade final da economia. Adicionalmente, são enormes as barreiras burocráticas à entrada nos mercados de bens por parte de empresas novas, fato que, em conjunto com a política de escolha de vencedores via crédito público, restringe o que chamamos de liberdades econômicas.

O rigor fiscal, duramente conquistado após 1994, foi abandonado. O superávit primário real nesse ano, por exemplo, está para perto de 0% do PIB, ou menos. Além disso, os mecanismos criativos reduziram a transparência e a credibilidade da política fiscal, marcos da LRF de 1999. Por sua vez, a condução equivocada da política monetária, reduzindo o juro na base do voluntarismo, resultou em inflação resiliente e em desancoragem das expectativas.

Seguindo na lista: o aumento das restrições ao comércio exterior, por meio de barreiras tarifárias e não tarifárias, isolou ainda mais a economia brasileira do comércio internacional. E as intervenções discricionárias, como no caso da energia, fragilizaram empresas, prejudicaram a produtividade e comprometeram o ambiente de negócios. Por fim, não conseguimos avançar na educação e na infraestrutura por má governança no setor público e incertezas regulatórias.

O resumo é que a produtividade estagnou, o que compromete nosso crescimento econômico sustentado, e a nova matriz macroeconômica resultou apenas em um legado de inflação alta num mundo de inflação baixa, além de graves desequilíbrios fiscais a serem enfrentados nos próximos anos.

Como reagem alguns dos economistas heterodoxos ( tradução aqueles que acreditam no estado baba), direta ou indiretamente ligados ao governo, a essa crítica? Criando um argumento-espantalho. A invencionice vai na seguinte linha: os economistas que pregam rigor fiscal e reformas querem na verdade desfazer as conquistas sociais, estão contra a redução de desigualdade, alcançada via programas governamentais como o Bolsa-Família.

Não é verdade, é cortina de fumaça. Os liberais não defendem o fim de programas sociais eficientes para redução da pobreza, acreditamos em um “Estado Profissional”, Essa tentativa de desqualificação da divergência é instrumento utilizado pelo baixo clero do debate intelectual. Inventam-se pretensos argumentos para rejeitar outros pontos levantados pelos críticos. Inventa-se, enfim, um espantalho.

Defendemos políticas sociais focalizadas nos mais necessitados; a maior qualidade da política pública em educação e saúde por meio da melhora da gestão e do reconhecimento meritocrático, permitindo melhores resultados com os recursos já disponíveis; a volta do rigor fiscal e do combate à inflação; transparência dos subsídios e proteção setoriais, que preferencialmente deveriam ser horizontais e submetidos a constante avaliação de resultados, para que não joguemos mais dinheiro público em empresas ineficientes; maior abertura econômica, que favoreça o consumidor brasileiro e diversas empresas que usam insumos importados, aumentando nossa inserção nas cadeias produtivas globais e, portanto, alavancando a produtividade.

Ser crítico dos equívocos da política econômica dos últimos anos não tem nada a ver com defender o fim das conquistas sociais alcançadas desde 1994.


Argumentar nessa direção é fugir do debate sobre a condução da economia nos últimos anos. O espantalho pode ser eficaz para afastar os corvos. O debate, porém, merece mais. O país também.

                                                      Diagnóstico Perfeito        
                                                                 

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Trump é protecionista? os liberais devem mesmo ficarem assustados?

                                                                         Resultado de imagem para Trump e a Globo News                                


A sova eleitoral que Donald Trump deu na esquerda norte-americana animou muitos conservadores. Não sem razão de todo. Talvez por excesso de euforia, alguns conservadores – por sorte, apenas uma pequena parte deles – resolveram sair dizendo que agora a luta é “contra o liberalismo”. Será que eles estão corretos ao pensar assim?

Na realidade, ainda existe muita luta pela frente contra o esquerdismo e, no Brasil, contra o ultraesquerdismo. Não há erro maior na guerra política do que menosprezar um adversário. Aqueles que hoje ainda conseguem o maior “naco” de poder de arena com doutrinação escolar estão na extrema-esquerda, e não entre os centristas, esquerdistas moderados e “liberais”. Claramente, a definição do “novo inimigo” parece um tanto desfocada, no caso destes mais empolgados.

Essa pequena parcela, que está longe de representar o conservadorismo – grupo político intelectualmente sólido e respeitável – como um todo, ainda parece um cachorro que correu atrás do carro e, após ver o automóvel parar, não sabe o que fazer com ele.

Vamos tratar deste grupo específico de conservadores, e não “do conservadorismo”, até para não incorrer no mesmo erro de quem estamos criticando.

Ignorando a complexidade por trás de tanta história e literatura liberal, alguns podem achar que encontraram “o inimigo” ideal, quando na verdade nada poderia ser mais falso, uma vez que as duas principais vertentes do liberalismo são em vários aspectos opostas uma à outra.

O melhor livro a tratar deste assunto é Two Faces of Liberalism, de John Gray, que explicou em muitos detalhes como, desde sua origem, os movimentos liberais entraram em conflito dialético ao falar de duas visões sobre liberdade. Em uma visão (que poderíamos definir como liberalismo clássico), havia a busca por lutar pela coexistência pacífica de diferentes modos de vida, mas sem violentar qualquer característica cultural de quem quer que seja. Em uma outra visão (mais próxima do que se convencionou chamar de neoliberalismo), havia a busca da criação de uma civilização universal baseada no projeto iluminista. (E observe que o termo “neoliberalismo” não será utilizado aqui da forma pejorativa usada pela extrema-esquerda, mas sim como uma definição para o projeto iluminista)

Não é preciso cavar muito fundo para saber que deste “neoliberalismo” surgiram coisas como globalismo, multiculturalismo, politicamente correto e o uso do estado como máquina de opressão dos discordantes. Tudo era consequência da administração de um “projeto universal” que “sabia” como todos deveriam agir.

Mas o liberalismo tradicional não prega nada disso. Ao contrário: é focado na busca de liberdades individuais, da livre expressão, de um estado pró-povo e a luta contra a tirania. Quer dizer:  em vários aspectos, é praticamente uma oposição ao neoliberalismo.

Antes que alguém tente visualizar nessa comparação uma busca por exoneração de responsabilidade, lembro que o mesmo fenômeno aconteceu com o surgimento do neoconservadorismo como “derivação” do conservadorismo. No fundo, conservadores e neoconservadores eram praticamente oponentes na maioria das questões. A mesma razão que um conservador tem para fugir do neoconservadorismo, um liberal tem para fugir do neoliberalismo.

Para um liberal clássico, não há problema algum no modo de vida religioso da maior parte da população. Na verdade, é positivo que as pessoas consigam praticar sua religião sem serem oprimidas, principalmente se é a religião que dá a base cultural de uma nação. Já para um adepto do projeto iluminista, o que importa é converter todos a uma religião universal. Para um liberal clássico, não há incômodo algum no fato de alguém optar pelo modelo tradicional de família. Para os adeptos do politicamente correto (fruto de interesses do neoliberalismo e do marxismo cultural), a liberdade de consciência não é um valor a ser respeitado.

Chegamos a um ponto em que as regras já estão dadas: o liberalismo segue como aliado dos principais movimentos de direita (incluindo movimentos conservadores), enquanto o neoliberalismo é aliado dos principais movimentos de esquerda (seja a esquerda norte-americana como também a extrema-esquerda por aqui). Não é preciso queimar muito a mufa para perceber que quando George Soros se posiciona a favor das “ideias liberais”, de que tipo de liberalismo ele está falando, certo?


Claro está que os neoliberais e os esquerdistas saíram perdendo feio com a eleição de Trump. Liberais clássicos, como este que vos escreve, só podem dizer: obrigado, Donald Trump, você nos fez um ótimo serviço. Aliás, o BREXIT já havia sido outra maravilha para os liberais, e uma tragédia para os neoliberais e esquerdistas. Em retribuição, podem contar com nossa ajuda para mandar, entre outras coisas, o politicamente correto e o multiculturalismo para a vala.

                                          A maioria silenciosa vence a minoria de estúpidos

                                                                     

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A república dos ressentidos.


                                                Resultado de imagem para FHC recebendo titulo honoris causa


FHC excepcional - o melhor presidente do Brasil desde JK, independente de seu um esquewrdista fabiano, por ser republicano aceitou regras 

FHC foi excepcional. Trata-se do mais importante presidente da República que o Brasil jamais teve. Foi FHC que criou as bases de um capitalismo incipiente no Brasil. Antes de FHC tínhamos quase um socialismo no Brasil, com o Estado controlando quase 70% do PIB. Um país no qual o Estado controla praticamente toda a economia, obviamente que capitalista não é.

FHC - Fernando Henrique Cardoso
O que fez o FHC durante sua gestão não é brincadeira. Em 8 anos mudou o Brasil definitivamente, passamos a ter uma economia de mercado.

Ainda precisamos avançar em muitos aspectos, sobretudo em melhoria da eficiência do Estado. Precisamos promover mais privatizações, como Petrobrás, Banco do Brasil, CEF, entre outras. Mas a verdade é que o que foi feito durante a sua gestão mudou para melhor, para muito melhor, o Brasil.

Reforma do Estado; criação das Agências Reguladoras; privatização de milhares de estatais; reconhecimento de esqueletos que existiam no Estado e não apareciam na dívida pública (só no BB foram 12 bilhões de dólares);

Privatização de TODOS os bancos estaduais

Não podemos nos esquecer, NUNCA, que só no BANESPA foram quase 40 bilhões de dólares! Será que alguém faz idéia do que aconteceria com o Brasil caso o BANESPA quebrasse? A quebra de um banco muito menor e menos representativo levou à Crise da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.

Privatização da CVRD – Vale do Rio Doce

O que é a CVRD hoje? A maior mineradora do mundo! Gera 4 vezes mais empregos – só os diretos - do que quando era estatal.

Privatização da EMBRAER

A EMBRAER é, hoje, a maior fabricante de aviões regionais do mundo.

Modernização do sistema de telecomunicações

Hoje temos 100 milhões de telefones celulares no Brasil graças a quebra do monopólio estatal de exploração de telecomunicações. Será que alguém se lembra que um telefone custava 4 mil dólares em SP, e demorava 6 anos para ser instalado!

Lei de Responsabilidade Fiscal

É incomensurável os benefícios dessa Lei para o Brasil.

Ruptura

O Fernando Henrique pode ser caracterizado como um presidente de ruptura, assim como o foi Getulio Vargas. GV rompeu com um modelo de Estado e de País, implantou outro modelo. FHC rompeu com a era Vargas, colocou outro tipo de Estado em seu lugar.

E o Lula?

O Lula está aí apenas administrando o caixa, nada além disso. Não promoveu mudança nenhuma na estrutura produtiva brasileira.

FHC vai ficar para a história! Sensacional o que ele fez! Ainda mais se consideramos que todas as mudanças foram feitas em plena vigência da Democracia e do Estado de Direito.

Não é possível comparar FHC e Lula

FHC pegou o Brasil com uma inflação de 84% ao mês; com rombos e esqueletos em tudo quanto era lugar no Estado; com o BB, a CEF, Petrobrás e Telebrás falidos! O país havia retomado o pagamento dos compromissos externos fazia menos de 1 ano do Plano Brady!

Em 8 anos ele transformou o Brasil numa economia que quando se baixa os juros a economia cresce, e quando os eleva, a inflação cai. Deixou um país no qual o Estado não precisa fazer nada e não atrapalhar, que a economia cresce sozinha, gerando empregos e renda.

8 anos depois temos empresas estatais lucrativas, como BB, CEF e Petrobrás!

Não adianta querer comparar governo Lula x FHC com números. Daqui a pouco os petralhas vão falar que o Lula é melhor porque nunca existiram tantos brasileiros no Brasil quanto hoje! Vamos falar sério, né?

O fato é que durante o governo FHC houve uma ruptura paradigmática. Saímos do Estado da era Vargas e entramos num modelo de Estado mais moderno e sintonizado com a globalização.


O que fez o Lula além de discurso? Não tem como comparar um governo com o outro. E falo mais, se fosse FHC ou Serra no lugar do Lula, o Brasil estaria crescendo 5..6% ao ano.

Os esquerdinhas emulam um comportamento do presidente, que tem complexo de inferioridade em relação ao FHC. Podem ver como o FHC se diverte com isso: vive soltando declarações na imprensa, logo em seguida o Lula fica bravinho.

Divida mobiliária

Como é que saímos de uma situação de imposto inflacionário de 80% ao mês para 1% ao mês? Tirando dinheiro de onde?

Os 12 bilhões de dólares que foram investidos no BB vieram de onde?

E os 8 bilhões na CEF?

E os bilhões que foram investidos na Telebrás para permitir que fosse vendida?

E o rombo de 34 bilhões de dólares no Banespa?

De onde vinha a inflação senão de emissões monetárias para cobrir rombos do Estado que nem se fazia idéia de onde saiam?

Nunca ouviu falar de esqueletos? Acesse esta página aqui:

Antes de FHC tínhamos um Estado que saia dinheiro por tudo quanto é rombo, inclusive bancos estaduais, que financiavam governadores populistas e depois vinham com chapéu para o BC pagar! Como o Banco Central cobria o rombo? Simples: emitindo moeda! Depois não sabem porque havia inflação!

Tínhamos um BB que só dava prejuízo!

Tínhamos uma Telebrás cujas tarifas eram usadas para controlar a inflação!! (acho que eles não sabiam que inflação se controla com política monetária pelo Banco Central, e não por empresa de telefonia!)

Tínhamos Estados e municípios quebrados que gastavam muito, muito mais do que arrecadavam!

Como financiava tudo isso? Imprimindo dinheiro: o que dava a inflação!

A situação do Estado brasileiro era infinitamente mais catastrófica que a do Estado Argentino, porém, o nosso governo FHC foi muito mais competente que o deles para lidar a mudar o estado de coisas aqui! A Argentina foi para o buraco! O Brasil não foi, mesmo tendo uma situação muito pior!

Na Argentina, mesmo tendo situações fiscais e sociais infinitamente melhores que as brasileiras, a barbeiragem dos governos lá levou a queda do PIB de 16% em 2014, e de 18% em 2015!!! Aqui nunca tivemos que passar por isso!


                                                   A quem interessa paquidermes estatais?

Empresários patrimonialistas,sindicalistas e gangsteres de todos os matizes amam estatais
Os itos disseminados junto aos nhambiquaras, contra as privatizações de estatais deficitárias ou não.



                                                                                   

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

5 Argumentos para destruir petistas esquizofrênicos.

5 Argumentos para DESTRUIR petistas esquizofrênicos

Veja quais são os cinco argumentos mais utilizados pelos petistas e saiba como desconstruí-los de forma poderosa, definitiva, e praticamente irrefutável. Não é exagero: a razão está dos sensatos. 

DESTRUINDO DISCURSOS PETISTAS COM CONTRA-ARGUMENTOS PODEROSOS

1 - "No governo de FHC a população passava fome! Mas no governo do PT, a miséria diminuiu! Se você vota no PSDB, você é a favor da pobreza! Insensível!"

"PSDB é contra a 
redução da pobreza."
Contra dados não há argumentos: os indicadores sociais de pobreza e fome realmente melhoraram na era petista. Durante os governos Lula e Dilma, houve a emergência da classe C, a retomada do consumo e a melhoria das condições sociais como um todo. Mas esse crescimento aconteceu APESAR do governo, e não POR CAUSA do governo. Explico:

- O governo Fernando Henrique Cardoso governou um país DESTRUÍDO pela inflação galopante e pela grave recessão dos anos 1980, provocada pelos efeitos da Crise do Petróleo e do fim do Milagre Brasileiro, tendo que lidar com graves crises mundiais, como a asiática, a argentina, a russa e as intempéries na bolsa de valores. Mesmo enfrentando uma TEMPESTADE de problemas internos e externos, FHC estabilizou a economia através do Plano Real, privatizou as empresas públicas ineficientes e retomou o crescimento do Brasil, botando a casa em ordem! É ou não é de se admirar?

- Quando Lula tomou posse na presidência em 2003, o contexto internacional era TOTALMENTE diferente de quando FHC assumiu em 1994. Na primeira década do século, o crescimento chinês alavancou o preço das commodities (soja, carne, minério; enfim, tudo que o Brasil produz), e provocou uma demanda internacional por esses produtos, aumentando as exportações nacionais e dinamizando a economia. Além de assumirem com a CASA EM ORDEM, os políticos do PT se aproveitaram de um CONTEXTO INTERNACIONAL FAVORÁVEL, privilégio que o PSDB não teve na década de 1990.

- Quem faz o país crescer é a iniciativa privada, através do agronegócio, da indústria, dos serviços, e da tecnologia; e não através benesses do governo. Durante o mandato de Dilma, o Brasil cresceu menos que a média mundial, menos que a média latino americana, e menos que TODOS os países dos BRICS. Logo, se o governo não fosse TÃO INTERVENCIONISTA, poderíamos aproveitar melhor o contexto internacional favorável desse início de século, crescendo MUITO MAIS.

2 - "Mas e o Bolsa Família? Não teve papel nesse crescimento? Hein tucanalha?"

"Direitistas não gostam de 
pobres" 
Na maioria dos casos, os petistas irão dizer que o Bolsa Família - que representa menos de 1% do PIB nacional - foi um dos responsáveis pela melhoria da qualidade de vida da população, sobretudo nas regiões mais carentes como o Nordeste, tirando milhões de pessoas da pobreza. Existem inúmeros estudos e dados que endossam esse argumento, então NÃO tente dizer que "é preciso ensinar a pescar o peixe", ou que "o bolsa família é uma compra de votos", porque isso realmente NÃO funciona no debate político. NÃO cometa esse erro, até porque o próprio Aécio Neves irá expandir o programa. Então, para desarticular os militantes vermelhos, diga o seguinte:

- O PSDB foi o verdadeiro pai do Bolsa Família: Fernando Henrique Cardoso criou o Bolsa Escola, o Bolsa Alimentação, e o Auxílio-Gás. Em 2001. Lula, o espertalhão, simplesmente reuniu todos esses benefícios, roubando a paternidade do programa para si. Ao contrário do que dizem os alarmistas, se eleito, Aécio Neves vai MANTER e AMPLIAR os benefícios concedidos. Inclusive, se FHC tivesse sido reeleito para um terceiro mandato, provavelmente teria feito a mesma coisa, pois o Bolsa Família está alinhado com a social democracia tucana. 

- O Bolsa Família é de origem liberal. Ainda nos anos 80, Milton Friedman, em Capitalismo e Liberdade, sugere que o governo deva adotar um programa de "imposto de renda negativo" para combater a fome e beneficiar os mais pobres. Voltando ainda mais no tempo, nos anos 1950, o economista austríaco Friedrich Hayek possuía escritos com propostas semelhantes. O que os petistas chamam de "direita insensível", foram, paradoxalmente, os verdadeiros criadores do Bolsa Família! (esse é um argumento polêmico para os liberais, mas como esquerdistas não os lêem como nós, não saberão rebatê-lo)

3 - "O PSDB privatizou o país, entregando nossas riquezas para os estrangeiros! O PT não é assim!"

"FHC entregou o país, traidor!"
Esse é o argumento mais fácil de rebater:

- A privatização só trouxe benefícios para o Brasil. Linhas telefônicas da estatal TELEBRÁS  eram caras e praticamente inacessíveis, mas a empresa privada TELESP universalizou o acesso ao telefone no país. A Vale do Rio Doce, acusada de ter sido "vendida à preço de banana," cresceu de forma assustadora depois da privatização, gerando atualmente MAIS DINHEIRO em impostos do que gerava em LUCROS para o governo nos anos 1990. As estradas paulistas, que foram privatizadas pelo PSDB, são as melhores do Brasil. A privatização do BANESP e do BANERJ acabou com a farra dos bancos públicos, e a privatização da Rede Ferroviária Nacional alavancou o setor ferroviário no Brasil. Não adianta pestanejar: a privatização tucana DEU CERTO SIM! Deveriam aproveitar e privatizar a Petrobrás também, expulsando toda a corja petista de lá!

- O PT, que tanto criticou as privatizações de Fernando Henrique Cardoso, tomou os mesmos rumos quando assumiu o poder. Além de ter privatizado vários aeroportos, e leiloado o Pré-Sal, o PT privatizou o Correio e a Petrobrás para SI, utilizando-as para fins políticos. Assim como Lênin, Fidel Castro e Deng Xiaoping já sabiam, Lula e Dilma SABEM que até mesmo o socialismo precisa de uma dose de "capitalismo selvagem", pois economia planificada é uma aberração IMPOSSÍVEL.

- Os países de economia livre como Nova Zelândia, Austrália, Suíça, Canadá, Hong Kong, Coréia do Sul e Singapura, possuem alto IDH e excelente qualidade de vida. Já os países de economia fechada como Cuba, Coréia do Norte, e Venezuela, são verdadeiros infernos na Terra. E aí!? Em que grupo você quer colocar o Brasil!?

4 - "O PT criou 20 universidades federais, e o PSDB, nenhuma!"

"Lula criou 20 
universidades, FHC nenhuma"
Normalmente quando surge esse argumento, os defensores de FHC se calam. Mas temos que considerar duas premissas aí:

- Se hoje qualquer um faz faculdade, agradeça à Fernando Henrique Cardoso, que promoveu uma política de universalização do ensino superior. Nos anos 1990, o PSDB estimulou a criação de faculdades e universidades privadas, expandindo a formação superior no Brasil. Além disso, a maior parte das universidades supostamente criadas pelo PT, são na verdade, instituições que JÁ EXISTIAM antes de Lula e Dilma governarem. Dos 20 pólos citados pela propaganda do PT, 10 foram fusões ou renomeações de universidades criadas anteriormente. Assim fica fácil, né? 


"E o PSDB!?"
5 - "Não adianta criticar a corrupção do PT, porque o PSDB também é corrupto! E a Privataria tucana hein!?"

A corrupção não é exclusiva à nenhum partido, e QUALQUER UM que argumente que "o PT é mais corrupto", irá perder a razão. Apesar dos INÚMEROS casos de bandidagem ocorridos na última década, os petistas numa discussão CERTAMENTE se lembrarão da compra de votos para a reeleição de FHC, do cartel no Metrô de São Paulo, das propinas nas privatizações, do Mensalão Mineiro, e de outros casos, como o Aeroporto de Cláudio e o Helicoca. Como a sujeira é generalizada, fica realmente difícil provar que "O PT é mais corrupto". Para uma avaliação honesta e isenta, seria necessário conhecer TODOS os casos dos DOIS PARTIDOS e somar os prejuízos. Como VOCÊ NÃO IRÁ FAZER ISSO, não caia na armadilha! Diga o seguinte:

- Independentemente do partido, existe corrupção em todas as esferas de governo: municipal, estadual e federal, e em praticamente todos os órgãos públicos. Obviamente, em empresas privadas a corrupção é muito menor! Portanto, quanto MENOS ESTADO, MENOS CORRUPÇÃO. Entretanto, durante os últimos doze anos, o PT agigantou a máquina pública, acarretando no aumento dos casos. O PSDB tem propostas interessantíssimas para a redução do estado, o que irá provocar a redução natural da corrupção. Então é 45!

- Os corruptos do PT foram transformados em heróis: mesmo com todas as provas, José Dirceu e José Genoíno foram considerados "vítimas"; Lula - o chefão mor - "não sabia de nada"; e vaquinhas foram feitas para pagar as multas dos condenados do mensalão. Desde quando Dilma assaltou o cofre do governador Adhemar de Barros, até quando disse recentemente em debate que "qualquer um está sujeito a corrupção", a verdade é que roubar faz parte do próprio modus operandi do socialismo petista. Entretanto, ao contrário do PT, os membros do PSDB mesmo sendo de esquerda nunca se orgulharam de seus podres.