segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Somos uma nação de neuróticos


                                                                          

Vivemos num Estado que ainda não é nosso, somos desligados da raiz histórica que nos explica e argumenta.

Para mim é no mínimo interessante que a Constituição de 1891 – a primeira promulgada após o golpe dos militares e a expulsão da família real brasileira – tenha sido escrita num cassino. Isto mesmo: num cassino. O Governo Provisório de Marechal Deodoro ainda adaptava as construções do Rio de Janeiro à estrutura republicana. Não havia lugar apropriado, segundo consta, para discutir e votar a famosa Carta de Rui Barbosa (leiam História da República, de José Maria Bello).

Entre doses de uísque, jogos de dados e cartas de baralho, os líderes dos Estados Unidos do Brazilpactuaram o novo Estado de forma absolutamente artificial. Aliás, o próprio republicanismo era incipiente. Apesar de algumas organizações em São Paulo, por exemplo, é de se lembrar de que nas eleições legislativas que antecederam o golpe de 15 de novembro apenas três deputados eram antimonárquicos. O povo como sempre, em sua esmagadora maioria, havia escolhido - mais uma vez - políticos que expressavam o conjunto (tradicional) de crenças do século XIX: Monarquia, Poder Moderador, Parlamentarismo, Catolicismo, etc.
No excelente A formação das almas, José Murilo de Carvalho demonstra a falta de intimidade do projeto republicano com a vida e os sonhos dos brasileiros que assistiram “bestializados” à deposição de Pedro II. Não existia qualquer correspondência entre os projetos dos militares e positivistas com as aspirações do povo comum. Por isso foi preciso forjar símbolos nacionais, inventar heróis (como Tiradentes), emular a história e princípios de outras nações (como a norte-americana e a francesa). O Hino Nacional também teve seu capítulo tragicômico: numa das reuniões dos republicanos governistas fez-se uma sessão espírita a fim de tentar ouvir os músicos franceses( somos ou não somos um povo ridículo?)que haviam composto a Marselhesa.
De lá para cá, a República tem se esmerado em se infiltrar no imaginário nacional (esta é a conclusão de Carvalho). Ao mesmo tempo, a história do século XX mostra as imensas falhas neste processo e a falta descontinuidade num projeto de nação democrática. República da Espada, República Velha (aquela, dos coronéis), Período Vargas, Ditadura, Redemocratização (com queda de presidente, inclusive): o alto e baixo da vida política brasileira, marcada pela transitoriedade e ausência de verdadeiros símbolos que, emanados das mais sinceras aspirações do povo, traduzam-se na cena pública pela ação de seus agentes mais destacados.
A tese de Luís Martins em O patriarca e o bacharel pode nos ajudar a compreender a tragédia nacional: em 1889 expulsamos nosso “pai” do trono e nos sentimos culpados por isso. Sabemos que aquilo foi covarde e injustificado. Por isso, desde então, procuramos alguém que nos socorra e expie nossa culpa sendo não apenas um líder, mas também um amoroso chefe. Getúlio, Juscelino ou Lula só foram possíveis porque os filhos do Brasil querem um novo pai que lhes diga o que fazer, a que horas comer e no que acreditar. 
Somos, assim, um povo neurótico: pressionado a acreditar nos símbolos republicanos inventados (o que torna o fundo de nossa imaginação falsa) e culpados pela morte que causamos (no caso, a do Imperador). Para usar um conceito de Julián Marias, desinstalados: vivemos num Estado que ainda não é nosso, desligados da raiz histórica que nos explica e argumenta. Ruptura é oposta à continuidade, e não há como nos entendermos numa narrativa interrompida, de tempos em tempos, por novos assaltos ao ethos social.
Por isso precisamos de tantas leis e intervenções: porque a ordem tem de vir de fora. Um povo que expressa uma crença inabalável nas instituições não acredita em si mesmo. É preciso que os ministros do STF nos digam o que é certo; que as Casas legislativas promulguem leis sobre as coisas mais corriqueiras e imbecis; que os governos determinem limites que sozinho este mesmo povo não pode fazê-lo.
Somos neuróticos. E toda ação política deveria ser precedida por uma profunda ação psiquiátrica e salvadora
                                                                                   

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A elite argentina é muito melhor que a nossa (tupinambá)

             macri e dilma




     Mauricio Macri não apenas derrotou o bolivarianismo, tudo indica que é um liberal de verdade.
Vencer as forças das trevas do continente com social-democratas, como se tenta no Brasil, é no máximo uma meia vitória. É como apoiar a Al Qaeda para derrotar o ISIS.
Macri, 56 anos, é filho do imigrante italiano Franco Macri, que chegou pobrecomo a maioria dos italianos à Argentina, trabalhou na construção civil e hoje é um dos mais importantes e prósperos empresários do país. Mauricio foi presidente do Boca Juniors e é o atual prefeito de Buenos Aires.
Detestado pela imprensa marxista, que trata o novo presidente como um ( atenção para o discurso )“neoliberal que vai acabar com as conquistas sociais”, Mauricio Macri oferece uma chance real de mudança para a Argentina, enquanto o Brasil ainda engatinha na construção de uma única alternativa política de direita ( existe?). Ele é o primeiro presidente civil eleito em 100 anos que não se identifica com os social-democratas e com o peronismo.
Se ele será ou não um liberal na presidência, o tempo dirá. A decepção com Juan Manuel Santos na Colômbia não nos permite colocar a mão no fogo por ninguém antecipadamente. Se ele vai conseguir se manter no poder, mesmo com a violenta oposição dos peronistas, não há como prever. Se fará um governo liberal como de Sebastián Piñera no Chile, cabe a ele decidir.
Esta blog  sempre repete que o Brasil não precisa apenas de novos políticos, o país precisa de uma nova elite ( que não se resume a ter patrimônio e luxo). Onde está o Maurício Macri brasileiro? Qual bilionário do Bananão verde e amarelo apoiaria um candidato realmente liberal?
Façam a si mesmos a seguinte pergunta. Os controladores do Bradesco e do Itaú são a favor do impeachment ou financiariam uma opção liberal para o Brasil? E os principais dirigentes da Fiesp? Os herdeiros da Rede Globo estão de que lado? Como pensam os principais empreiteiros? Você sabe a resposta.sempre ao lado de quem tem a chave do cofre onde estão depositados os impostos de todos os brasileiros.
Um Mauricio Macri brasileiro seria tratado com desdém pela imprensa avermelhada nacional , não conseguiria captar recursos e a GloboNews ( rede Esgoto de Televisão) passaria o dia convocando obscuros professores universitários para dizer que ele seria um fascista de extrema-direita neoliberal contra o povo.
Já o Mauricio Macri argentino é rico o suficiente para bancar a própria campanha e conquistar seu espaço. Ele não teve pressa: foi presidente de clube de futebol, prefeito da capital e só depois chegou à presidência. Sem as urnas venezuelanas eletrônicas adulteradas, apurando o resultado, o povo falou e o bolivarismo portenho foi para a lata de lixo da história.
Franco Macri, 85 anos, começou do zero, trabalhou duro e construiu um império. Como retribuição, deu seu filho para servir ao país e ajudar a fazer da pátria que adotou uma nação mais livre, moderna, justa e desenvolvida. Já os nossos bilionários, como Jorge Paulo Lemann e Abílio Diniz, querem resolver a atual crise colocando FHC e Lula para baterem um papo com uísque e charutos numa sala fechada, é tudo uma questão de lotear melhor o poder e o país.
Com clareza de propósitos, estratégia, paciência e dinheiro suficiente, não há o que temer. Macri é o representante de uma elite patriota, que pensa no país e quer prosperidade para todos, não só para ela. Falem o que quiserem dos argentinos, mas a elite deles é muito, mas muito melhor que a nossa.
                                                                             

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Esquerdistas lunáticos querem usar as reservas internacionais.Não é recomendável.

                                                   


Um gargalo importante para o crescimento da economia brasileira é o baixo nível de investimento em infraestrutura. Segundo Cláudio Frischtak o Brasil precisa investir em infraestrutura entre 5% e 7% do PIB, ao longo de 20 anos, para atingir o padrão de crescimento da Coréia do Sul. Mas o País tem investido pouco mais de 2% do PIB. Por isso, é preciso encontrar um meio de impulsionar tais investimentos.
Porém, usar as reservas internacionais para financiar esses investimentos não é uma boa opção. Isso equivaleria, em última instância, a financiar os gastos por meio de endividamento público. Financiar investimentos com endividamento não é, a princípio, uma opção ruim. Mas fazê-lo por meio do uso das reservas internacionais geraria efeitos colaterais indesejáveis: no curto prazo, haveria valorização da moeda nacional em relação ao dólar. Isso geraria impacto negativo sobre as exportações e sobre a competitividade das indústrias nacionais em relação a produtos importados. Em ambos os casos haveria perda de empregos no país. No médio prazo haveria mais inflação.
Pode-se fazer investimento público via endividamento do Tesouro ( leia-se nossos impostos) sem necessidade de se mexer nas reservas internacionais e sem provocar esses efeitos colaterais indesejados.
Para entender essa questão, vamos partir de uma constatação básica: o setor público brasileiro tem déficit nas suas contas. Ou seja, gasta mais do que arrecada. Um indivíduo que, todo mês, gaste mais do que recebe em salários não pode acumular poupança na sua conta bancária. Da mesma forma, o governo não pode acumular mais de R$ 200 bilhões em poupança se não arrecada o suficiente para pagar as contas do mês.
De onde, então, vem o dinheiro para comprar as reservas internacionais? Vem de endividamento público. O setor público brasileiro toma dinheiro emprestado no mercado financeiro nacional para comprar as reservas internacionais. Logo, essas reservas não constituem uma “riqueza legítima” acumulada pelo governo. Elas são, simplesmente, a contrapartida de uma dívida. Se o governo gastar o dinheiro das reservas para fazer investimentos, restará uma dívida a ser paga. Portanto, em última instância, os investimentos públicos em infraestrutura terão sido financiados por endividamento público.
Fica, então, outra dúvida: se o governo não consegue poupar (gastando mais do que arrecada), por que ele pega dinheiro emprestado para comprar reservas internacionais? Não é racional, para uma família que tem um buraco mensal em seu orçamento, pegar dinheiro emprestado e colocá-lo na poupança. Logo, não parece ser racional que o governo aja dessa forma.
Ocorre que o governo compra reservas internacionais com dois outros objetivos: evitar que o real se valorize excessivamente em relação ao dólar (e demais moedas internacionais) e garantir que o Brasil tenha uma reserva de dólares para fazer suas compras no exterior.
Basicamente, se o real se valorizar demais os produtos brasileiros ficarão caros no exterior, o que prejudica nossas exportações. Se os exportadores perdem mercado, haverá redução na oferta de emprego nas empresas brasileiras dedicadas à exportação. Por outro lado, os produtos importados ficam baratos em relação àqueles produzidos no Brasil. As empresas que produzem no Brasil passam a gerar menos empregos.
Um outro motivo para se acumular reservas em dólares é que se faltarem dólares disponíveis no Brasil, os brasileiros não terão acesso ao meio de pagamento normalmente utilizado para fazer compras no exterior. Mesmo que os brasileiros tenham reais em mãos para fazer compras, eles não poderão adquirir mercadorias importadas, pois os reais não são aceitos como meio de pagamento na economia internacional. Logo, o acúmulo de reservas internacionais também funciona como um “seguro”, pois representa uma reserva de dólares para o caso de alguma crise econômica interromper o fluxo normal de dólares para o país.
Vejamos, agora, o que aconteceria se o governo resolvesse usar o dinheiro das reservas internacionais para financiar investimentos em infraestrutura no País. Para isso, ele teria que trazer os dólares que estão aplicados no exterior, convertendo-os em reais, para poder comprar cimento, ferro, asfalto, máquinas e pagar salários dos operários e engenheiros que farão as obras de infraestrutura. Logo, haveria forte entrada de dólares no País, fazendo com que o real se valorizasse.
Ora, se o governo acumula reservas justamente para evitar a valorização da moeda doméstica, trazer esses dólares para financiar investimentos no País significaria desistir da política de evitar tal valorização; com as consequências negativas sobre a oferta de emprego no país, como já descrito acima.
Um segundo efeito colateral seria o aumento do endividamento público líquido e, provavelmente, da inflação.
Quando o governo se endivida para comprar dólares ele ao mesmo tempo aumenta o seu passivo (pelo aumento da dívida interna) e o seu ativo (pela compra de dólares). Isso significa que a dívida líquida (passivo menos ativo) não se altera.
Se o governo decidir vender as reservas (um ativo) para financiar uma despesa (o investimento em infraestrutura) a dívida líquida vai aumentar, pois o governo terá se desfeito de um ativo (as reservas)  e o seu passivo (a dívida pública) terá ficado do mesmo tamanho.
Mas se os investimentos em infraestrutura representam, de fato, um ativo do Tesouro, porque eles não são deduzidos para fins de cálculo da dívida líquida? Se isso fosse feito, não haveria aumento na dívida. Ocorre que os investimentos em infraestrutura não têm a mesma liquidez que títulos do Tesouro ou dinheiro. Da mesma forma que se diz que um indivíduo se endividou para comprar um carro o governo se endividou para fazer obras. O indivíduo até pode argumentar que a sua situação patrimonial não mudou, pois o valor do carro compensa o valor da dívida. Mas sabe-se que o carro se deprecia ao longo do tempo (assim como os investimentos do governo) e que não tem liquidez imediata (se o indivíduo precisar vender o carro para pagar a dívida, terá dificuldade ou precisará aceitar um desconto no preço).
Aumentar a dívida para fazer investimentos não é necessariamente ruim. É um recurso legítimo. Assim como o carro presta um serviço ao indivíduo, o investimento em infraestrutura presta um serviço ao País (facilitando o crescimento econômico e gerando mais renda). Por isso, se o valor da nova renda que o investimento em infraestrutura trouxer para o País for maior do que os juros a serem pagos sobre a dívida, vale a pena fazer o investimento.
Mas o fato concreto que importa ressaltar é que o uso das reservas internacionais não é uma solução mágica para expandir os investimentos em infraestrutura. Em última instância, estará havendo um aumento do endividamento público para fazer tais investimentos. Logo, seria mais fácil financiar os investimentos diretamente via emissão de títulos, sem a complicação de se mexer com as reservas.
Se não traz nenhuma vantagem, esse procedimento pode trazer muitas desvantagens. A primeira delas, a valorização do real, já foi analisada acima. A segunda possível desvantagem é o aumento da inflação.
A conversão das reservas internacionais em reais e o uso desses reais para a compra de cimento, mão-de-obra, ferro e demais insumos necessários aos investimentos em infraestrutura significará um aumento da quantidade de dinheiro nas mãos dos indivíduos que venderem esses insumos ao governo. Os indivíduos que obtiveram emprego ou aumento de salário devido à maior demanda do governo por engenheiros e trabalhadores vão consumir mais; as empresas que executaram contratos de construção vão aplicar seus lucros em novos investimentos. E esse estímulo ao consumo tende a  pressionar os preços, elevando a inflação.
Se, em vez de financiar os investimentos públicos repassando reservas internacionais ao setor privado, o governo tivesse reduzido os seus gastos correntes e formado uma poupança, os efeitos expansionistas acima descritos (aumento de consumo pelas empresas e famílias) seriam compensados pela redução do consumo do governo. E os preços não aumentariam, pois o que o setor privado consumisse a mais seria compensado por um consumo menor do governo.
Em resumo, usar reservas internacionais para financiar investimentos públicos em infraestrutura não é um passe de mágica. Tal operação significa que, no caso brasileiro, cujo orçamento já é deficitário, esses investimentos serão financiados por aumento da dívida líquida do setor público.
Como desvantagem adicional, aumenta a vulnerabilidade do País a uma eventual crise de escassez de divisas internacionais: a venda das reservas significa abrir mão de um seguro em termos de liquidez internacional.
Pode-se até argumentar que as reservas internacionais passaram do montante necessário para garantir o acesso dos brasileiros a moedas de curso internacional e que custa caro manter as reservas (pois a sua remuneração, ao se aplicar os dólares no mercado financeiro internacional, é mais baixa do que os juros que o governo paga ao tomar empréstimos no País). Mas essa é uma outra discussão, que se refere ao que fazer na gestão dos dólares que entram no País. E que nada tem a ver com o outro problema, que é o de como financiar os investimentos em infraestrutura.
Para solucionar o problema da falta de investimentos em infraestrutura é preciso, em primeiro lugar, reduzir os gastos correntes do governo, para sobrarem mais recursos a serem investidos. Em segundo lugar, é preciso criar condições legais favoráveis ao investimento privado em infraestrutura, mediante privatizações e concessões de serviços públicos (aeroportos, estradas, ferrovias, portos, etc.). Isso abre uma ampla agenda: fortalecimento das agências reguladoras, superação do preconceito contra privatizações, ampliação das garantias contratuais dos investidores privados (para que o governo não confisque seus investimentos), melhoria da capacidade do governo para planejar investimentos, etc.Portanto tudo que esquerdistas querem é a contramão das recomendações liberais sensatas para um país.
                                                                      Brasil  o país do zika virús economico
                                                                       Brasil o país do chikugunha econômico
                                                                                                               

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Portugal, seus vícios que nos contaminaram.



Lula o símio de Garanhuns disse que nossas mazelas são herança dos portugueses, vamos ver:

A ditadura acabou há 40 anos, mas os mitos associados ao Estado estão em todo o lado. No trabalho, onde ainda há subserviência ao patrão. Em casa, onde o papel da mulher se mantém predominantemente ligado à família. Na passividade perante a sociedade civil ou até na desconfiança face ao Estado. Os traumas não foram suficientemente estudados para se tirarem conclusões definitivas, avisam os especialistas. Mas é natural que resistam marcas, explica o psicólogo social Luís Reto. Desde logo, a ditadura durou quatro décadas. Tempo de sobra para que se tenha enraizado, através da repressão directa ou indirecta, um conjunto de valores, normas e crenças. "E as mudanças culturais demoram gerações a fazer-se", explica o especialista.
O Estado deixou legados e tanto sociólogos como historiadores ou psicólogos consideram que boa parte dessa herança ainda vive nos hábitos dos portugueses. A começar pela passividade e pelo distanciamento em relação à política. António Costa Pinto, politólogo, recorda que a ditadura portuguesa, ao contrário de outros sistemas como o do fascismo italiano, assentou numa lógica de "antimobilização da população". O "ajuntamento" e a intromissão nos assuntos da política não eram vistos com bons olhos.
A historiadora Irene Pimentel defende, por outro lado, que muitos portugueses continuam a esperar "que as soluções venham de cima". Esse é, aliás, um traço comum nas relações de trabalho, acrescenta Luís Reto: "Quando há um problema, fala-se com o chefe, que o há-de solucionar." O que conduz a outra característica comum à ditadura: a subserviência ao patrão. "Uma boa parte dos portugueses é pouco autónoma e obedece só por obedecer, sem fundamento racional e com medo de falhar, de tomar a decisão errada e ser apontado", acredita o sociólogo, defendendo que falta às empresas cultura de mérito, talvez consequência do antigo regime, profundamente elitista e avesso à mobilidade social.
Nem a política atual, avisa o psiquiatra Pedro Afonso, é imune aos vestígios do passado: "O uso recorrente de mentiras é talvez um dos maiores resquícios dos candidatos, pois há uma manipulação da percepção da realidade." E ainda se nota grande dificuldade, na sociedade e nos partidos, em compreender que a democracia é "o resultado do conflito institucionalizado", diz António Costa Pinto, acrescentando que os agentes políticos ainda tentam andar alinhados.
Os portugueses habituaram-se também a não confiar e a desacreditar no Estado, na justiça e até nos que lhe são mais próximos. O medo dos delatores foram "experiências traumáticas" que deixaram nos portugueses "um lado de queixinhas, do fazer as coisas às escondidas para derrubar o adversário", diz Irene Pimentel. Sobreviveram outros medos, como o de pensar e fazer diferente da maioria. "E de arriscar", acrescenta o historiador João Madeira. "Posso até ter um emprego precário, mas tenho pavor de o perder e vivo numa lógica de defesa passiva", exemplifica.
Mantêm-se também alguns mitos em relação ao sexo, à família e ao papel da mulher. Isabel Dias, socióloga, defende que ainda somos conservadores e recorda como ainda persistem na justiça portuguesa "representações da mulher enquanto figura com um papel mais ligado à família". E discriminação nos postos de chefia. Isabel Freire, autora do livro "O Amor e o Sexo no Tempo de Salazar", recorda como é difícil ter uma opção sexual diferente da maioria ou ser simplesmente mãe solteira em alguns contextos socioculturais ou geográficos.
"Em muitas famílias e com muitos casais, o que se espera do homem e da mulher continua a obedecer a velhas lógicas, embora menos assumidas e disfarçadas", diz a doutoranda em Sociologia no Instituto de Ciências Sociais de Lisboa: "A mulher emancipou-se, apostou na carreira, ganha o seu dinheiro, mas continua muito circunscrita às responsabilidades da casa e dos filhos e sobrecarregada."
Passividade. Agarrem-me senão vou lá
Os portugueses vivem na lógica do “travem-me, senão não sei o que faço”. As queixas são muitas, mas a ação é pouca. “Basta comparar a reação dos gregos com a nossa face às medidas de austeridade”, diz o historiador João Madeira. Durante 40 anos, os portugueses não tiveram liberdade para se reunir ou debater ideias. Faziam-no a medo e num círculo reservado. Um contexto não muito diferente do das queixinhas no café que depois não se traduzem em qualquer participação cívica.
Medo. O pavor de arriscar
No Estado Novo cultivava-se a obediência, a autoridade e a cultura do não conflito. Muito por culpa desses 41 anos, os portugueses continuam a ter medo de tomar decisões. “Esperamos que as soluções venham de cima”, sintetiza a historiadora Irene Pimentel. E também temos medo de arriscar. “Posso até ter um emprego precário, mas tenho muito medo de o perder, numa lógica de defesa passiva”, exemplifica João Madeira.
Corrupção. Do clientelismo à mentira
Do Estado Novo, elitista, poderá ter permanecido o vício do clientelismo político. Mas António Costa Pinto ressalva que essa é uma característica anterior à ditadura e que foi apenas confirmada nesse período. O psiquiatra Pedro Afonso associa o “uso recorrente de mentiras na vida política” aos resquícios do regime , bem como
a impunidade de alguns políticos que gerem dinheiros públicos com despesismo”.
Apatia política. Os partidos não resolvem
O Estado Novo não via com bons olhos a intromissão na política e os partidos eram representados como negativos, o que contribuiu para nos desinteressarmos pelo tema. Porém, e apesar de apáticos, exigimos dos líderes políticos uma imagem de perfeição. “Criou-se uma idealização excessiva do líder, o que tem contribuído para nos afastar dos ideais da democracia”, defende o psiquiatra Pedro Afonso.
Meritocracia. Sem talento nem competência
Subir na carreira à conta de talento e competência continua a ser difícil nos dias de hoje. “A meritocracia ainda não é dominante em todas as empresas e no próprio Estado”, defende o psicólogo social Luís Reto. É aliás mais uma das pesadas heranças
da ditadura, conta o politólogo António Costa Pinto: “O Estado Novo foi profundamente elitista e consagrava o elitismo social e político.
Subserviência. Obediência cega ao patrão
Durante décadas, a sociedade foi eminentemente rural e a subserviência marcou o quotidiano dos portugueses. Hoje continuamos a obedecer cegamente, especialmente em contexto laboral. “Há falta de autonomia e um problema com a responsabilidade”, diz o psicólogo social Luís Reto. Ou seja, “obedecer por obedecer, sem racionalidade e sem saber porque se obedece”. Apenas com medo de falhar e de dizer não.
Machismo. A persistência dos estereótipos
A desigualdade de género continua a ser uma questão invisível na sociedade. Na publicidade continuam a espelhar-se lógicas conservadoras e, em boa parte dos casais, o que se espera do homem e da mulher obedece a estereótipos, embora disfarçados, diz Isabel Freire.
A mulher emancipou-se na carreira, mas continua “circunscrita às responsabilidades da casa e dos filhos”. Até na justiça, acrescenta a socióloga Isabel Dias, a representação da mulher está ligada à família.
Desconfiança. Descrença no Estado e na justiça
Todos os estudos referem que os portugueses não confiam no Estado nem na justiça. Desilusão em relação à democracia ou resquícios do Estado Novo. De uma maneira geral somos desconfiados. “E temos um lado de queixinhas, fazemos coisas às escondidas”, diz a historiadora.

Alguma dúvida do porque Portugal esta entre os paises mais atrasados da UE ou precisamos desenhar?

"A confiança interpessoal, a obediência às leis e a confiança nas instituições são consideradas componentes centrais de um padrão cultural democrático. Vários autores sustentam que há uma relação direta e positiva entre valores políticos de massa, como os mencionados acima, e a estabilidade dos regimes democráticos" 
                Uma breve análise das dos portugueses dentro da UE, vale a pena ouvir. 
                                                         

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O capitalismo de compadres esta destruindo o Brasil

                                        

Desde meados do século 20, o modelo capitalista brasileiro tem sido uma mistura de capitalismo de Estado, com forte presença do governo na economia, e de compadrio, com alta tendência à concentração de grandes grupos empresariais.
Estes se beneficiam do acesso ao crédito subsidiado, concedido por bancos oficiais, da proteção contra a concorrência externa e de uma regulação extensa e complexa Aliado ao precário ambiente de negócios no Brasil, evidenciado pelo relatório anual Doing Business preparado pelo Banco Mundial, esse sistema cria fortes barreiras ao desenvolvimento e à entrada de novos concorrentes, favorecendo a crescente concentração, em um circulo vicioso.
Concentração virtuosa, fruto de uma maior eficiência, na presença de um ambiente competitivo, é em geral benéfica ao consumidor, por trazer ganhos de escala e produtividade. O problema é quando a concentração resulta de barreiras à entrada que limitam a concorrência, geram poder de monopólio e ganhos indevidos a um grupo de estabelecidos, que passam a ter mais incentivos para pleitear favores ( leia-se apropriação de nossos impostos) por meio de lobby com os reguladores do que para gerar ganhos de produtividade e eficiência Além de as perdas à sociedade mais do que compensarem os ganhos aos já estabelecidos, esse sistema corrói o apoio popular ao capitalismo, que passa a ser visto como um sistema cartorial e não de livre mercado A consequência é uma profusão de grupos de interesse que passam também a demandar privilégios em um ciclo perverso, onde poucos ganham ao custo de muitos e, no cenário mais amplo, todos perdem, pela ineficiência e o baixo crescimento do pais.
Portanto, como tornar o regime capitalista pró-mercado, em vez de pró-empresários, incentivando ao máximo a concorrência e o livre acesso, é uma questão que merece ser discutida com urgência no contexto brasileiro.
Esse é o tema central do livro que recomendo Um Capitalismo para o Povo, do economista italiano Luigi Zingales (BEI Editora). A obra é extremamente bem-vinda como contribuição relevante ao debate, que hoje reputo crucial, de como aumentar a produtividade e a eficiência da economia brasileira, rompendo o ciclo de baixo crescimento que a vem caracterizando nestas últimas três décadas.
O regime capitalista americano viabilizou o desenvolvimento extraordinário do pais, com um mínimo de participação do governo federal, que, logo antes da Grande Guerra de 1914, representava apenas 3% da economia.
Já ao final do século 19, os Estados Unidos tinham ultrapassado a Inglaterra como maior potência econômica, o que ficou evidente ao mundo após 1918. Segundo Zingales, a chave do sucesso americano foi o elevado grau de concorrência possibilitado pelo regime federalista, com um fraco poder central e muita autonomia dos estados, somado à sua imensidão territorial.
Esta possibilitava que os cidadãos “votassem com os pés”, migrando para outras regiões e diluindo o poder do governo sobre eles. Já o federalismo algo que não existe por aqui reduzia o poder político das grandes corporações que, embora pudessem ter fone influência em seus estados de origem, dificilmente, dada a fragmentação e ausência de uma poderosa autoridade central, conseguiam estender esse poder através do país.
Dessa forma, até o final do século passado, o capitalismo americano, diferentemente de outras modalidades encontradas no mundo, se caracterizou pelo baixo grau do que se chama “capitalismo de compadrio” (crony capitalism) justamente o nosso maior mal.
Retomando um tema já usado em seu livro anterior com Raghuram Rajan, Salvando o Capitalismo dos Capitalistas, Zingales argumenta que até recentemente esse sistema foi a favor do mercado e não a favor dos “empresários” (pro-markets em vez de pro-business).
Isso assegurou que o regime capitalista americano fosse visto como justo pela população, e os diferenciais de renda e riqueza dele derivados fossem aceitos como resultante natural de mérito e trabalho, em um modelo aberto e competitivo, que dava oportunidade a todos que quisessem trabalhar e prosperar.Ja aqui prevalece o gosto ou não gosto de você.
Entretanto, ao longo do tempo alguns fatores que garantiam essa proeminência e unicidade do capitalismo americano foram se modificando. Primeiro, a participação direta, e principalmente indireta, por meio de regulação do governo na economia, cresceu exponencialmente do início do século 20 para cá. Segundo, a tecnologia, aliada à globalização, aumentou o grau de especialização nas atividades profissionais, criando grupos de “ex-perts” que tendem a se aliar às indústrias que regulam e onde atuam, em um processo de captura da regulação.
E terceiro, o grau de concentração na economia vem crescendo, gerando maior poder econômico para grandes grupos, que, dado o volume, abrangência e complexidade da regulação, empregam crescentemente lobistas para influenciá-la em seu favor.
Com isso, o capitalismo americano estaria perdendo isso mesmo perdendo, suas características virtuosas e caminhando na direção de um modelo de compadrio prevalecente no sul da Europa e na América Latina. Esses fatores, aliados ao processo de globalização, com a redução da posição hegemônica da economia americana, têm provocado uma estagnação na renda da classe média, com uma maior concentração no topo da distribuição .
Com isso, a crença da população americana de que o sistema seria “justo” e que bastaria determinação, frugalidade e trabalho duro para prosperar vem arrefecendo, como detectado em pesquisas de opinião.
O que fazer? A sabedoria convencional, prescrita comumente na mídia esquerdista de la e daqui, é aumentar a intervenção governamental. Entretanto, segundo o autor, isso só agravaria o problema, pois quanto maior o tamanho do governo mais ele está sujeito à captura, por meio de lobistas, pelos empresários já estabelecidos. Quanto maior o tamanho do governo e mais complexa e extensa a regulação, com impactos pouco ou nada transparentes, maior o incentivo à atividade de rent seeking, onde grupos de interesse criam benefícios à custa dos demais pagadores de impostos
A solução proposta pelo autor é tornar o capitalismo americano “populista”. Não no sentido normalmente utilizado da palavra, com conotação negativa, principalmente na América Latina, mas sim designando um populismo pró-mercado, voltando às origens do sistema americano, que sempre encarou com desconfiança e ceticismo o governo e as empresas grandes e poderosas.
                                                     

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

As quatro barreiras ao crescimento econômico

                                   Manual de socialistas e empresários atrasados.
                                                                   

As quatro barreiras ao crescimento econômico
Sim, o crescimento econômico e o enriquecimento são possíveis em qualquer ponto do planeta.  Sim, fazer uma economia crescer é fácil.  Com efeito, o crescimento econômico é algo que ocorre de maneira natural.  Como indivíduos inseridos em um mercado global, nossa predisposição à produção e às trocas comerciais é inata, pois nossa sobrevivência depende delas. 
Um brasileiro transacionar comercialmente com outro brasileiro é tão efetivo quanto esse mesmo brasileiro transacionar com um vietnamita.  Em ambos os casos, ele está buscando melhorar seu padrão de vida.
Não havendo barreiras ao exercício dessas trocas comerciais, o crescimento econômico ocorre como que por gravidade.  Por isso, é essencial entender quais são as barreiras que podem impedir o crescimento econômico.
Moeda
A primeira e mais crucial barreira ao crescimento é a saúde da moeda.  Dado que o dinheiro representa a metade de toda e qualquer transação econômica, a saúde da moeda irá determinar a saúde de toda a economia.  Se a moeda é instável, a economia também se torna instável. 
Além de ser o meio de troca, a moeda é a unidade de conta que permite o cálculo de custos de todos os empreendimentos e investimentos.  Se essa unidade de conta é instável — isto é, se seu poder de compra cai contínua e rapidamente, principalmente em termos das outras moedas estrangeiras —, não há incentivos para se fazer investimentos.
Daí os economistas clássicos, à sua época, já defenderem a ideia de que a moeda, para ser eficaz, deveria ser a mais estável possível.  Tais economistas corretamente compreenderam que ter uma moeda cujo valor flutuasse constantemente seria o equivalente a utilizar unidades de medida que flutuassem diariamente. 
Hoje, infelizmente, a teoria econômica que se tornou dominante que é a social-democrata — e que é adotada por quase todos os governos — inverteu completamente essa lógica.  Os economistas de hoje não mais veem o dinheiro como uma unidade de conta que deve ser a mais estável possível.  Ao contrário: eles acreditam que uma unidade de conta totalmente volúvel e flutuante, principalmente em relação às demais moedas estrangeiras, turbina a atividade econômica. 
Eis o principal problema com esse raciocínio: quando investidores investem — principalmente os estrangeiros —, eles estão, na prática, comprando um fluxo de renda futura Para que investidores (nacionais ou estrangeiros) invistam capital em atividades produtivas, eles têm de ter um mínimo de certeza e segurança de que terão um retorno que valha alguma coisa.
Mas se a unidade de conta é diariamente distorcida e desvalorizada, se sua definição é flutuante, há apenas caos e incerteza.  Se um investidor não faz a menor ideia de qual será a definição da unidade de conta no futuro (sabendo apenas que seu poder de compra certamente será bem menor), o mínimo que ele irá exigir serão retornos altos em um curto espaço de tempo.neste caso a atmosfera econômica atual no Brasil
Para países em desenvolvimento, que precisam de investimentos estrangeiros, essa questão da estabilidade da moeda é ainda mais crucial.  E por um motivo muito simples: uma moeda estável cria as condições necessárias para a transferência de conhecimento.  O conhecimento acompanha o investimento: o capital estrangeiro vem acompanhado de conhecimento estrangeiro.
Se um país desvaloriza continuamente sua moeda, ele está mandando um sinal claro aos investidores estrangeiros: "mantenham sua riqueza financeira e intelectual longe daqui; caso contrário, você irá perdê-la sempre que for remeter seus lucros".
O máximo a que um país de moeda fraca pode aspirar é utilizar para fins de curto prazo o capital puramente especulativo (o chamado "hot money") que entra no país à procura de ganhos rápidos com arbitragem( títulos do governo federal 14,25 % ao ano).  Adicionalmente, os melhores cérebros do país abandonarão as profissões voltadas para o setor tecnológico e irão se concentrar no mercado financeiro, especialmente no setor de hedge. 
Já um país de moeda forte e estável envia um sinal bem diferente ao mundo: "tragam seu dinheiro; mandem para cá seus especialistas; construam suas fábricas aqui; ensinem a nós tudo o que vocês sabem; e riqueza que vocês criarem aqui voltará para vocês multiplicada e em uma moeda que mantém seu valor".
E é exatamente por isso que uma moeda forte e estável é indispensável para o crescimento econômico.  Quando a moeda é estável, investidores têm mais incentivos para se arriscar e financiar ideias novas e ousadas; eles têm mais disponibilidade para financiar a criação de uma riqueza que ainda não existe.  O investimento em tecnologia é maior.  O investimento em soluções ousadas para a saúde é maior.  O investimento em infraestrutura é maior.  O investimento em ideias para o bem-estar de todos é maior. 
Já quando a moeda é instável — ou passa por períodos de forte desvalorização —, os investidores preferem se refugiar em investimentos tradicionais e mais seguros, como imóveis e títulos do governo.  Não há segurança para investimentos de longo prazo, que são os que mais criam riqueza.
Uma moeda instável desestimula investimentos produtivos.  E, consequentemente, age contra o crescimento econômico. 
Uma moeda forte e estável é indispensável para atrair o capital estrangeiro e, com isso, gerar crescimento econômico.
Estando a questão da moeda resolvida, restam três barreiras.
Impostos
Uma característica humana que todos nós temos e que esquerdistas de todos os matizes não compreendem, e que torna o crescimento econômico algo fácil e natural, é o fato de que nossos desejos são ilimitados.  Estamos sempre desejando coisas a mais.  Só que, para poder consumir esses bens que desejamos, temos antes de ter produzido algo.não se distribui aquilo que ainda não se criou  Como indivíduos, nós trocamos "produtos por outros produtos".  Trabalhamos em troca de dinheiro, é verdade, mas só aceitamos esse dinheiro porque sabemos que, com ele, poderemos adquirir outros produtos. 
Ou seja, o que permite o nosso consumo é a nossa produção, que necessariamente tem de vir antes do consumo Lula e Dilma não entenderam isso .  No nível mais simples, um indivíduo tem primeiro de oferecer algo de valor para só então poder comprar algo que deseja.  E o fato de termos de produzir para consumir — ou seja, o fato de que temos de trocar nossa mão-de-obra por alimentos, roupas, abrigos, veículos e amenidades várias que ainda não possuímos — é o que gera o crescimento econômico.
Portanto, para se estimular o crescimento econômico, é crucial estimular a produção.  O caminho para o crescimento econômico passa pelo estímulo da oferta.não do crédito
E, para estimular a oferta, além de uma moeda forte e estável, é necessário remover as barreiras tributárias, burocráticas e comerciais que emperram a produção. 
Vale repetir: para que os indivíduos possam consumir, eles têm antes de produzir.  Sendo assim, é crucial remover obstáculos à produção.
E o primeiro obstáculo a ser removido são os impostos.  Impostos nada mais são do que um preço que o governo coloca sobre a produtividade; uma penalidade impingida ao trabalho.
Empreendedores são, por definição, indivíduos que gostam de se arriscar.  Quando empreendedores talentosos de todos os cantos do globo decidem investir em um país, eles estão correndo risco e esperam enriquecer em decorrência disso.  No entanto, se o preço a ser pago são impostos altos, vários serão desestimulados. 
Para o criador de software cujas inovações irão aprimorar a eficiência das empresas, ou para o cientista cujo trabalho irá demandar várias horas para encontrar a cura do câncer, passando pelo simples dono de restaurante que alimenta as pessoas, tributar sua renda equivale a cobrar um preço pelos seus esforços.  Equivale a cobrar deles um preço pelo seu trabalho, algo totalmente sem sentido.
Por isso, o objetivo deve ser o de diminuir esse preço do trabalho a fim de estimular ao máximo os esforços econômicos.  Em virtude de seu sucesso, empreendedores melhoram substantivamente as nossas vidas, e o fato de que eles devem ser punidos por isso, tendo uma fatia de sua renda confiscada, deveria ser visto como algo grotesco.mais em uma sociedade que quer mais estado fica difícil a prosperidade se instalar por aqui.
Não há empregos sem investimentos.  E não há empregos que paguem bem sem investimentos vultosos. Se a renda dos investimentos será tributada, o incentivo para empreendê-los é drasticamente reduzido.
Por tudo isso, é crucial que o governo seja o menor possível o que contraria a ideologia que ocupa o poder hoje no Brasil  Quanto maior for o governo, maiores serão seus gastos.  Quanto maiores forem seus gastos, maiores terão de ser os impostos.  E quanto maiores forem os impostos, menores serão os incentivos ao investimento e à produção.  (Se o governo financiar seu aumento de gastos por meio do endividamento, o resultado será inflação, o que nos remete ao item 'moeda').
Quando políticos falam que irão aumentar os gastos, o que eles realmente estão dizendo é que irão aumentar os custos sobre os indivíduos produtivos, que são aqueles que arcam com o ônus dos impostos.  Aumentar os gastos do governo equivale a aumentar os custos sobre aqueles que levantam cedo e vão trabalhar.
Burocracia
Empreendimentos são feitos em busca do lucro.  E a burocracia inibe o processo.  A burocracia exige que uma grande quantidade de tempo, energia, esforço e dinheiro seja gasta apenas para se certificar de que o empreendimento está cumprindo todas as ordens inventadas pelos funcionários do governo. 
A burocracia com estabilidade tão venerada por brasucas nada mais é do que um custo artificial imposto ao empreendimento.
Embora raramente atinja seus supostos objetivos, a burocracia brasileira é extremamente bem-sucedida em sufocar a economia e impedir o surgimento de novos empreendimentos.  A burocracia rouba dos trabalhadores e dos empreendedores o tempo e os recursos que poderiam ser direcionados à produção de bens e serviços desejados pelo mercado.
O mais irônico de tudo é que toda a burocracia estatal — suas leis e regulamentações — está majoritariamente sob o comando de pessoas que jamais empreenderam em toda a sua vida, mas que se sentem perfeitamente aptas a ditar ordens aos reais empreendedores.
Comércio
O comércio é o mais simples desses quatro elementos relacionados ao crescimento econômico.  Cada um de nós, na condição de indivíduo, pratica diariamente o livre comércio.  Todos nós somos adeptos do livre comércio porque o livre comércio é justamente o propósito de trabalharmos.
Todos nós trabalhamos diariamente porque há muita coisa que queremos mas que ainda não temos.  Trocamos os frutos do nosso trabalho pela comida, pelas roupas, pelos carros, e pelos aparelhos eletroeletrônicos que não produzimos, mas que são produzidos por terceiros ao redor do globo. 
Sendo assim, tarifas de importação nada mais são do que uma punição sobre o nosso trabalho e nossa produção.  Tarifas de importação são tautologicamente um imposto sobre o nosso trabalho e nossa produção.
Pior ainda, tarifas de importação sempre são implantadas pelo governo com o intuito de proteger a reserva de mercado de empresas ineficientes (se fossem eficientes, não teriam medo da concorrência estrangeira), o que acentua a nossa privação.  Trabalhamos e produzimos, mas o governo só nos permite trocar os frutos da nossa produção por bens nacionais mais caros e de baixa qualidade.
No que mais, barreiras comerciais sempre são retaliadas pelos outros países, o que significa que as empresas nacionais mais eficientes arcarão com o maior dos ônus: mercados estrangeiros fechados.  Isso reduz o estímulo a novos investimentos em empresas eficientes, e privilegia o investimento em empresas protegidas da concorrência.  No geral, a ineficiência econômica é premiada e aumentada.
Conclusão
Atualmente, a economia passou a ser vista como algo intimidante, uma ciência sombria e impenetrável, compreendida apenas por acadêmicos especializados.  Não deveria ser.  Todos nós somos microeconomistas em nossa rotina diária.  As principais noções de economia estão ao alcance da compreensão de qualquer pessoa que pratique trocas comerciais em sua rotina.  A economia está em todos os cantos para onde você olhe. Nada é mais fácil de entender do que as noções básicas de economia.  As medidas que geram crescimento econômico são lógicas, sensatas e facilmente compreendidas por qualquer um, pois vivemos suas consequências diariamente.
Basta não complicar o assunto.
                     E para piorar temos um câncer que nos corroí " A corrupção"
                                                               

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O assalto organizado a mente do brasileiro.

                                                                               

                                       Foto do início do governo do gangster de Garanhuns.

O “carisma” ilógico de Lula na falta de lógica que as TVs Globo e Globo News buscam desesperadamente imitar.



Quando leio nos jornais e revistas que Luís Inácio “Lula” da Silva possuiu carisma natural, algo inseparável da sua personalidade, fico imaginando como devem ser estéreis os discernimentos dos jornalistas que escrevem tal baboseira.
 
Pensamento idêntico surge ao assistir à atual programação da TV Globo e Globo News.
 
Pior, pasmo diante do abandono notório do famoso “Padrão Globo de Qualidade” nos espalhafatosos e apelativos programas apresentados por criaturas mal preparadas, mal ajambradas, cuja boçalidade verbal chega a ser um ultraje até para o mais simplório dos mortais.
 
Tais irradiações televisivas assemelham-se, – na esteira do maior vigarista já produzido pelo Brasil, – a manifestações manipuladoras, ordinárias de fato, na busca esperançosa pelo mesmo tipo de “carisma a qualquer preço”.
 
Na verdade, o que se percebe é o desespero insano para subirem a audiência, cujos índices têm se lhes esvaído como areia fina, entre dedos, precisamente pelo desleixo e má qualidade revelados, mas que as atuais “inteligências” diretivas globais não conseguem perceber; menos ainda entender.
 
Os caras da Globo mandaram a lógica para a ponte que partiu.
 
De fato, nos dias atuais, nada parece ter lógica no Brasil.... até o partido dos trabalhadores, como um todo, vivendo sua pior crise de credibilidade, deu para derramar, dolosamente, por todo o país, a sua essência pervertida e delinqüente, sem ninguém lhe fazer frente.
 
Fosse isso pouco, tal qual estrelas isoladas em firmamento tormentoso, o “carismático” Lula da Silva e sua bonifrate Dilma Rousseff, cada um à vez, numa alternância buliçosa, bem mais burra e ilógica que o normal, têm procurado esparramar, pela inocência e ingenuidade jumental dos brasileiros, todo o conteúdo imoral e mentiroso que os faz existir, pois perpetradores declarados são da perversidade e viciosidade que respiram.
 
A TV Globo, junto com a Globo News e seus âncoras amestrados, com lobo até disfarçado de Cristiane, na rabeira de tanta sem-vergonhice, todos, praticamente em uníssono... tentam imitar, copiar e exercitar.
 
Haja estupidez.
 
Se vivo, Winston Churchill alertaria, em discurso inflamado, para esse proceder infame como o prenúncio do que o “carisma” psicopata pode contribuir para a ruína de um povo.
 
Já aconteceu no passado e a História é pródiga em repetições.
 
Dado o baixo índice de inteligência dos brasileiros, fartamente comprovado por pesquisas, testes escolares internacionais e exemplos amplamente demonstrados, nos seus variados níveis e camadas sociais, a influência nefasta do petismo e das Organizações Globo no Brasil não se limitou somente à derrocada absoluta dos padrões morais civilizados e civilizadores...
 
Ambos criaram conceitos tão absurdos que vão do maltrato ao próprio idioma, ao apoio do ensino da homossexualidade nas escolas primárias, ou à criminalização das ações policiais, passando pelo incitamento ao racismo, até à epítome de Lula ser um sujeito intrinsicamente carismático.
 
Estultos são, pois sequer sabem: – ninguém nasce com carisma! E racismo abrange conceitos muitíssimos mais parcos do que a amplitude venal e maldosa da Globo quer impingir aos brasileiros.
 
Carisma é a afeição treinada, manipulada e propagandeada, derivada do resultado estabelecido na interação pessoal de um orador com um grupo de pessoas que do pregador ouvem palavras ansiadas; as que querem escutar; as que combinam com as fantasias imaginadas e/ou com conceitos próprios adotados, de fora para dentro, geralmente ilógicos, relativos a determinados assuntos sobre os quais opinam com alguma convicção, embora sem bases factuais ou conhecimentos empíricos.
 
Carisma só sobrevive quando a falta de lógica domina a audiência. E essa tal falta de lógica reverbera pelos quatro cantos do Brasil.
 
Por essa razão o tempo nesse país é fugaz nos relacionamentos interpessoais, até nos layouts dos produtos ou nos divertimentos, inclusive no tangente à vida, atualmente submetida à vontade da bandidagem crescente, aterrorizante, espalhada por todas as esquinas e ruas das principais cidades, praticamente incentivada pela Globo que criminaliza e desmerece ações policiais para, na sua “suposta luta” contra um suposto “racismo de cor”, classificar os bandidos, negros na sua maioria, como injustiçados de uma sociedade racista.
 
Certamente o PT e as organizações Globo são um mistério que a lógica, por si só, não consegue iluminar.
 
Qualquer um que acreditar que deduz com sucesso, seja lá o que for, à luz dos episódios escabrosos em curso no Brasil, seguramente incorrerá na não compreensão dos seus muitos significados, ademais de um sentir vazio, tão incompreensível, que o levará a aprender que a lógica petista e da Globo não são para serem entendidas, mas sim vividas... como um martírio de vida; uma expiação masoquista das contrições que um Ser Humano possua ou possa vir a ter.
 
Por outro lado, os brasileiros não querem ouvir a verdade. Pior, tampouco se esforçam ou vontade têm de enxergá-la, haja visto o fraco (quase inexistente), apoio popular prestado aos movimentos pela derrubada da mulher-bandida que, na presidência do país o está conduzindo ao pior afundamento econômico de sua História. Por conseguinte ao maior empobrecimento do seu povo; povo esse que se recusa a ver a verdade.
 
Portanto, é muito fácil constatar que a maioria do povo prefere a mentira, a ilusão, – embora digam o contrário, – tal qual errante perdido no deserto, sedento por um copo de água. Por isso o milionário Lula (hoje comprovado está que roubou o país como ninguém se atreveu), é tão “carismático”.
 
E a TV Globo, às portas da falência, tenta desesperadamente seguir o mesmo caminho para obter o seu selo “carismático” e respetivos rendimentos financeiros.
 
Se um miserável farsante, espancando o idioma, mentindo e vendendo ilusões às pencas, por vinte anos, chegou à presidência da República e enriqueceu absurdamente, por que não uma empresa, um dia rica, hoje praticamente arruinada, não pode seguir o mesmo exemplo, vendendo quimeras e falseando a verdade, para ganhar o seu bilhão?
 
O político procede igual... para dar aso à própria ganância e falta de patriotismo.
 
O empresário, ainda mais distante do patriotismo, segue a trilha e, nela, vê a “forma milagrosa” para o seu imediato enriquecimento, gastando pouco num dia para enricar no dia seguinte.
 
O cidadão comum, esse então, sem ao menos entender direito o tal do patriotismo ou o que é civismo, sem meios, sem instrução, autodeclarado preguiçoso-político, fantasia, viaja na maionese e se lambuza todinho. E se alguém lhe oferece, todos os meses, três merréis de esmola, corre logo a comprar o celular da moda e uma TV de tela plana, tudo em “déiz vês sem juro” ... para continuar a fantasiar... enquanto enchentes, tempestades e ladrões o despojam dos poucos haveres juntados.
 
Como no Brasil a lógica é inexistente, senão irrelevante, e a mentira e a fantasia são absorvidas desregradamente por vidas apequenadas, sem roteiros traçados, cujos fins marcados estão na ponta de uma faca ou de uma bala, ou no asfalto, debaixo de um carro, ou na fila de um hospital à espera de atendimento que não chega ou, se escapar de tudo isso, finalizada será por um raio, o que sobra para tornar a morte suportável, mesmo tendo a certeza de se passar para o outro mundo sem deixar nada concluído neste, é o “carisma” falso de um vigarista ou o entretenimento venal, absolutamente conspurcado da maior rede de televisão do país.

Félix Jarreth brasileiro tornou-se belga por não aguentar mais fazer parte de uma aglomeração de pacóvios sobre uma geografia generosa,vive em Bruxelas sábia decisão ele tomou.