O mito da qualidade de vida em Cuba
Tão débil quanto mito que sugere que os países nórdicos sejam
socialistas (ou pelo menos Estado do bem-estar social) é a falácia da elevada
qualidade de vida em Cuba. Como bem teorizaram Mises e Hayek é impossível para
uma economia planificada produzir qualquer bom resultado socioeconômico devido
ao “problema de calculo econômico” e “problema de dispersão do conhecimento”. O
mito de que Cuba tenha uma elevada qualidade de vida, parte do ranking de
Índice de Desenvolvimento Humano, divulgado anualmente pela ONU. Com isto,
socialistas no mundo inteiro, deixam de ignorar o absoluto fracasso da URSS,
China e Coreia do Norte, dentre outras nações para focar seus argumentos em um
suposto sucesso cubano. O que os militantes socialistas se esqueceram de
relatar (é mais provável que desconheçam) é o fato de que Cuba não permite
vistorias internacionais a fins de verificar sua qualidade de vida. Todos os
índices publicados pela ONU são enviados pelo governo. É fato histórico que
todas as ditaduras socialistas, jamais permitiram que sua pátrias fossem
assistidas internacionalmente.
O motivo para Cuba proibir vistorias internacionais profundas
é claro, historicamente notório e de fácil entendimento e herança de antigos
regimes socialistas. A URSS, por exemplo, enviava dados à ONU que a colocava
como 26º em IDH. Todavia em 1990, com a dissolução do bloco e a introdução da
análise internacional, seu epicentro: a Rússia despencou mais de cinquenta
posições. As demais nações que formavam a URSS apareceram em posições muito piores
que o centro do governo comunista. Logo, confiar nos dados cedidos pela
economia planificada de Cuba, seria como confiar nos dados cedidos pela URSS.
Doravante, a ideia de um IDH cubano elevado é de fácil refutação. O IDH combina
três fatores: o primeiro é o Índice de Educação que calcula o numero de pessoas
alfabetizadas e a taxa de escolarização, o segundo é a Longevidade que analisa
a expectativa de vida, mortalidade infantil e a qualidade da saúde, o terceiro
fator é a Renda a partir do PIB per capita e do PPP (pode de paridade e
compra). Tendo em base a metodologia de medição usada pelo IDH, podemos
garantir que o IDH de Cuba é falso.
É de conhecimento internacional que o PIB cubano não é
calculado nos padrões internacionais. A ditadura castrista soma valores
referentes a todo setor público às precárias atividades econômicas da ilha,
,produzindo uma elevação artificial. Segundo a ditadura, a renda per capita
cubana é de UU$ 10.200 (2015) enquanto a mais elevada média salarial anual
chega a míseros UU$ 300 (médicos mais bem pagos) em uma desproporção
assombrosa. Também cabe citar que o PPP é um método que não pode ser usado em
uma economia fechada com uma taxa de câmbio arbitrada pelo governo. Outro fator
é a saúde: acalmada pelos “baixos índices” de mortalidade infantil. De acordo
com os números cedidos de Cuba à ONU, a ilha está na 44º colocação no ranking
mortalidade infantil. Entretanto, segundo a ONU, em 1958, (um ano antes à
revolução) Cuba estava na 13º colocação. Logo encontramos um nítido retrocesso
neste quesito, embora Cuba divulgue valores muito superiores a realidade,
através de mentiras estatísticas impostas pelo regime.
Em 2011 o Dr. Juan Felipe Garcia da Florida entrevistou
diversos médicos refugiados que alegaram que pediatras falsificam registros a
pedido do regime. Eles não somente encobrem a morte precoce de crianças, como
fazem dezenas de abortos diariamente. Mesmo sem sinais de anomalia na gravidez
o aborto é uma prática usada para reduzir as taxas de mortalidade infantil,
quando a realidade socioeconômica as levaria inevitavelmente ao óbito. A
realidade da medicina cubana é oposta as imagens filmagens de Michael Moore.
Ele apenas filmara os hospitais pagos em dólar para estrangeiros e para as
elites políticas. Vários cinegrafistas amadores gravaram hospitais como os que
foram exibidos pela Fox News e que revelam a medonha realidade cubana: postos
de saúde fechados ou com mínimos medicamentos, hospitais sem infraestrutura,
imundos, repletos de sangue, com aparelhos ultrapassados há década, além de
pacientes insatisfeitos e médicos frustrados. A medicina cubana é tão precária
que em 2015 o governo de Cuba informou sobre um novo surto de cólera em seu
território com 163 casos, incluindo 12 turistas.
Há um outro fato inegável sobre a ilha; há mais de 50 anos
Cuba sofre de um severo racionamento, tal como ocorre em qualquer nação
socialista. Devido ao problema de cálculo econômico, Cuba sofrera imensa
escassez logo no início de seu revolução socialista. Em 1963, o governo criou
uma caderneta de racionamento usada para que a população possa adquirir uma
pequena quantidade de produtos nas distribuidoras estatais. Nestas
distribuidoras quase tudo é de má qualidade. Em exemplo não há partes nobres de
carnes a disposição da população. O leite é extremamente difícil de se
adquirido de tal forma que não dura poucos dias. Toda a população passa horas
enfrentando longas filas para conseguir uma unidade diária de pão. E esta
situação piora gradativamente de modo que o número produtos disponíveis na lista
estatal tem escolhido ao redor dos anos. A única forma de conseguir tais
produtos é através do mercado negro por um preço elevado devido a
marginalização do comércio privado.
Outra grande falácia a respeito da ilha é sobre seu sistema
educacional. As escolas cubanas estão séculos de distancia das escolas na
Coreia do Sul, com um computador por aluno, bibliotecas enormes, infraestrutura
completa, professores altamente capacitados e até mesmo robôs em sala de aula.
Um exemplo claro é que 75% dos estudantes que cursaram graduação de medicina em
Cuba (seu suposto melhor curso) não foram capazes de revalidar seu diploma na
UFMG em 2015. O mesmo ocorre em todo mundo. Cubanos não participam de análises
internacionais para testar o conhecimento de seus alunos ou professores.
Em filmagens amadoras são deflagradas
mentiras a respeito das nações capitalistas e ocidentais enaltecendo Cuba, tal
como se fosse a nação mais prospera do globo. Cuba também é notória na censura e reconhecida mundialmente
por violar os direitos humanos através de práticas como tortura, prisões
arbitrárias, julgamentos injustos, execução extrajudicial, pela perseguição e
exclusão de negros, mulheres e homossexuais.
Basta um pequeno passeio pela ilha para notarmos o nível da
obsolescência cubana. Prédios em ruínas, sem pintura, ruas sujas, banheiros
imundos, lojas com absoluta escassez, filas enormes em toda a ilha, carros que
são peças de museus, ruas lotadas de prostitutas, nenhum acesso à tecnologia em
um clima de nostalgia que lembra os anos 50. Leigos em história e economia
poderiam alegar que todo fracasso cubano deve-se ao embargo norte-americano, o
que obviamente é uma mentira. Em 2015 Cuba negociou com 96 países incluindo os
EUA. Suas importações cresceram acentuadamente nas ultimas décadas. O problema
de Cuba esta em sua quase nula produtividade, pois não há espaço para
empreendedores. Mesmo que Raul Castro tenha liberado terras a agricultores
privados e o direito de comercializar a determinados indivíduos faltam
equipamento para trabalhar a terra e bens para serem comercializados uma vez
que tudo deve passar antes pelo governo. A única solução para Cuba é dar fim a
ditadura, privatizar setores, desregulamentar a economia como fizera a Rússia,
China e Vietnã. No socialismo encontrarão somente a miséria e servidão!