terça-feira, 29 de março de 2016

Salvando o Capitalismo dos Capitalistas- Universidade de Chicago

                                                                             



“As pessoas do mesmo ramo raramente se reúnem, mesmo para o lazer e a confraternização, sem que a conversa acabe numa conspiração contra o público ou em alguma manobra para aumentar os preços.” (Adam Smith)


Quando falamos em capitalismo, automaticamente vem à mente de muita gente a imagem dos grandes e poderosos empresários, que controlam amplo poder político em suas mãos. No entanto, este tipo de “capitalismo” não se parece nada com o capitalismo de livre mercado, defendido por nós da corrente liberal. Ele está muito mais para um “capitalismo de relacionamentos”, onde o setor público e o setor privado desfrutam de uma ligação simbiótica. Para ajudar a salvar o verdadeiro capitalismo destes “capitalistas”, os economistas da Universidade de Chicago, Raghuram Rajam e Luigi Zingales, escreveram o livro Salvando o Capitalismo dos Capitalistas, uma defesa bastante pragmática do livre mercado como meio para se criar mais riqueza e ampliar as oportunidades. Para os autores, o maior inimigo do capitalismo não são os exaltados socialistas e sindicalistas, mas estes que se dizem capitalistas enquanto conspiram contra a livre concorrência.



Os economistas deixam claro que o sistema de livre mercado é a forma mais eficaz de organizar a produção e distribuição dos bens e serviços na sociedade. São fervorosos defensores do mercado financeiro também, como uma “ferramenta extraordinariamente eficaz para difundir oportunidades e combater a pobreza”. Um mercado financeiro sadio é fundamental para manter vivo o processo da “destruição criadora”. Os autores afirmam: “Sem mercados financeiros vibrantes, inovadores, a economia inevitavelmente se petrificaria e declinaria”. Afinal de contas, muitos possuem boas idéias, mas não conseguem acesso a financiamentos. A falta de recursos para financiar as idéias é o principal empecilho no caminho da riqueza, e eis justamente o que um mercado financeiro sofisticado atende. O desenvolvimento do mercado financeiro difunde a disponibilidade de capital, aumentando a força do ser humano em relação aos donos de capital. A intensa competição entre investidores de risco nos Estados Unidos é o maior aliado dos empreendedores, que costumam encontrar capital disponível para financiar seus projetos inovadores.



Exatamente por isso o desenvolvimento do mercado financeiro encontra fortes barreiras naqueles que pretendem preservar o status quo. Os já estabelecidos preferem manter o poder, naturalmente. E eles se sentem ameaçados pelos mercados livres, que garantem maior acesso aos demais, nivelando as oportunidades. Basta pensar o que Michael Dell, um sujeito com uma boa idéia que abandonou a faculdade, representou para uma grande firma já estabelecida como a IBM. Mas, como lembram os autores, “para que os livres mercados competitivos possam se desenvolver, o primeiro passo é que o governo respeite e assegure os direitos de propriedade até dos cidadãos mais fracos ou indefesos”. Historicamente, a maior ameaça vem do próprio governo e sua voracidade.



Quando os grandes privilegiados com o status quo se unem ao governo, as resistências ao desenvolvimento do livre mercado ficam fortes demais. A única esperança nesse caso vem de fora. Logo, “o comércio exterior e os fluxos transnacionais de capital expõem as empresas estabelecidas num país a uma vigorosa concorrência vinda de fora”. Os países são então forçados a fazer o necessário para tornar a economia mais competitiva. De modo geral, isso pode implicar um fortalecimento das instituições necessárias para os mercados internos. 



Um risco sempre presente para o livre mercado está nos perdedores com a concorrência. Esses destituídos encontram incentivos para se organizar e obter proteção do sistema político. Suas demandas costumam superar os subsídios, voltando-se contra o próprio sistema econômico que os levou a tal situação. Essas demandas coincidem com os desejos dos capitalistas estabelecidos.Quando os despossuídos se organizam espontaneamente”, os autores lembram, “os políticos profissionais e os partidos tentam cooptar essa energia para seus próprios objetivos eleitorais”. Segundo os autores, “para impedir que a política trabalhe contra o mercado, é preciso auxiliar os que perdem na concorrência, não para continuar uma batalha perdida mas para minorar sua dor e prepará-los para um futuro melhor”. Ou seja, uma rede básica de proteção, de preferência permitindo o investimento na adaptação da nova realidade, representa uma importante medida para a sobrevivência do capitalismo. O importante é preservar o dinamismo da livre concorrência e sua conseqüente “destruição criadora”.



Para os autores do livro, o governo tem um papel importante a desempenhar, auxiliando na construção da infra-estrutura necessária para o bom funcionamento do livre mercado. Eles entendem os riscos da captura do governo por parte dos poderes estabelecidos, e defendem mecanismos descentralizadores para mitigar este risco. No entanto, afirmam que “a falta de regulamentação pode ser uma proteção e uma barreira à entrada tanto quanto o excesso de proteção ou uma proibição explícita à entrada!”. Um governo que determina certas regras básicas de transparência, por exemplo, pode ajudar na preservação do livre mercado. 



O maravilhoso mecanismo de livre mercado se depara com poderosos inimigos, dentre eles justamente aqueles que afirmam defender o capitalismo enquanto buscam, através do governo, barrar a concorrência. O capitalismo liberal cede lugar ao “capitalismo de relações” nesses casos, com uma espécie de “concorrência administrada”. Este sistema não permite nem substanciais inovações nem a necessária destruição. Além disso, não conta com a imparcialidade na alocação de recursos, já que as regras para distribuir prêmios ou castigos se tornam totalmente arbitrárias. Os recursos e recompensas acabam não com os mais eficientes, mas com os poderosos interesses estabelecidos, os “amigos do rei”. A retórica do interesse público muitas vezes oculta esse auto-interesse das ações contra o mercado.



Para os autores, o tema principal do livro “é que o livre mercado, talvez a instituição econômica mais benéfica que a humanidade conheceu, repousa sobre alicerces frágeis”. Faz-se necessário fortalecer tais alicerces. Como principal receita, temos a lembrança de que “a maneira mais efetiva de reduzir o poder dos interesses estabelecidos no que se refere a influências sobre a legislação é manter os mercados internos abertos à concorrência internacional”. Abraçando a globalização e mantendo um mercado financeiro bastante aberto, estaremos forçando uma busca pela eficiência e, com isso, salvando o capitalismo dos “capitalistas”, muitas vezes os maiores inimigos do livre mercado.
                             45 nações representam 90 % da riqueza do mundo                        
                                                                            

quarta-feira, 23 de março de 2016

O PT sequestrou o Brasil


                                          Resultado de imagem para A agenda economica do PT é um fracasso.


Uma pergunta que foi feita várias vezes durante a campanha era sobre a razão do mercado desabar toda vez que as pesquisas mostravam a vitória do PT. Pela lógica a reeleição da presidente petista implicaria na manutenção das políticas econômicas de forma que se a economia não melhorasse pelo menos não deveria piorar. É verdade, mas o governo Dilma levou a economia a uma situação tão esdrúxula Como chegamos a esse ponto é a primeira pergunta que devemos responder se quisermos sair dessa situação.

Para dar a resposta será preciso recuperar a história de como chegamos onde estamos e o que deu errado no governo petista (o que deu certo deixo para os marqueteiros do governo anunciarem). Voltemos à década de 1980. Os anos do regime de 9164 ( ciclo militar) deixaram o país em uma crise política e econômica. Nos anos finais do regime a economia parou de crescer, a inflação saiu de controle, a concentração de renda tinha aumentado de forma considerável, as instituições estavam desacreditadas e o país devia o que tinha e o que não tinha para o resto do mundo. O primeiro desafio era recriar um conjunto de instituições democráticas que servissem de base para a reconstrução do país. Em condições normais esta já seria uma tarefa difícil, mas o destino fez ficar ainda mais difícil. Tancredo Neves, depositário da confiança popular e símbolo da resistência democrática à ditadura, morreu nas vésperas de tomar posse como Presidente da República. Em seu lugar entrou José Sarney, um político sem apelo popular na maior parte do país e fortemente identificado com o apoio civil à ditadura.

Sarney

Talvez por conta da fragilidade política Sarney resolveu apostar todas as fichas em alternativas heterodoxas para estabilizar a economia sem recorrer a apertos monetários e/ou fiscais o que seria o caminho correto. Como não podia deixar de ser a tentativa começou bem, mas rapidamente deu errado e jogou o país em uma crise ainda maior. Pior, os seguidos ministros da área econômica de Sarney se recusaram a abandonar a receita de choques heterodoxos, a cada choque a situação ficava ainda pior. Se do ponto de vista econômico o governo Sarney foi um desastre o mesmo não pode ser dito do ponto de vista político e institucional. Bem ou mal, talvez mais mal do que bem, foi promulgada uma Nova Constituição que serviu de base para a reconstrução do Estado brasileiro. O governo Sarney falhou miseravelmente na economia, mas talvez tenha tido sucesso no que era mais importante à época: viabilizou os fundamentos de nossa democracia.

De posse de uma Constituição e das sementes da nova ordem democrática o próximo passo era arrumar a economia. Collor começou com uma tentativa ainda mais desastrada que a de Sarney, não bastasse intervir nos preços, o infame Plano Collor destruiu a credibilidade do setor público e comprometeu a do mercado financeiro ao “alongar compulsoriamente” os prazos dos títulos da dívida pública e até mesmo de depósitos à vista em bancos comerciais. O desastre econômico veio junto da crise política que pôs fim ao governo Collor, mas não às recém criadas instituições democráticas. A Constituição sobreviveu à queda do governo, fato que com muita justiça foi comemorado à época. Itamar ficou com a tarefa de estabilizar a economia. A esta altura o Brasil já tinha tentado todas as formas possíveis e imaginárias de choques heterodoxos e todos tinham fracassados, a saída foi tentar algo mais ortodoxo, o que foi um sábia decisão Não sem alguma ironia vários economistas que estiveram à frente das tentativas heterodoxas se converteram e acabaram responsáveis pelo ajuste ortodoxo (outros tantos até hoje insistem em tratamentos heterodoxos).

O ajuste ortodoxo a que me refiro é o conhecido Plano Real. Em linhas gerais o plano seguiu a receita de Thomas Sargent em um texto clássico chamado “The End of Four Big Inflations”. A moeda “doente” foi substituída por uma nova moeda sem choques e sem surpresas, principalmente sem congelamentos de preços. A nova moeda estava presa ao dólar americano como forma de passar confiança à sociedade. Lamentavelmente não foi feito o ajuste fiscal necessário, apenas foi feito o ajuste possível. Na virada de 1998 para 1999 a falta do ajuste fiscal cobrou seu preço a os fundamentos do Plano Real entraram em crise, em particular o controle do câmbio ficou impossível. O resgate veio com uma nova estrutura de política econômica que ficou conhecida como Tripé Macroeconômico. O tripé consistia em metas de inflação, ajuste fiscal duradouro e câmbio flutuante. As duas tentativas de estabilização, Plano Real e Tripé Macroeconômico, acabaram por tomar os dois mandatos de FHC, porém a estabilização foi feita. Faltava resolver os problemas sociais e retomar o crescimento.


A transição de FHC para Lula colocou em cheque a estabilização, de forma astuta o PT sustentou o que sempre criticou, o compromisso do novo governo com o Tripé Macroeconômico, o que  acabou convencendo o mercado que a volta das aventuras da década de 1980 estava descartada. De certa forma a transição de FHC para Lula foi para a estabilização da economia o que a queda de Collor foi para as intuições democráticas – nos dois casos o Brasil passou no teste de fogo. Se a garantia da solidez das instituições democráticas permitiu a Itamar e depois FHC se dedicarem à estabilização, a garantia da estabilização permitiu a Lula dedicar seu governo ao combate à pobreza e à redução da desigualdade ou à retomada do crescimento. Como era de se esperar, Lula escolheu as questões sociais – os programas sociais foram expandidos e houve redução da desigualdade e da miséria. O desafio do combate à pobreza não foi vencido, talvez nunca seja, mas foi muito bem encaminhado. O segundo mandato de Lula seria dedicado ao crescimento. Ao contrário da estabilização, onde Lula apostou em políticas convencionais, a estratégia de crescimento do ex-metalúrgico era uma retomada das políticas do passado. O governo de plantão direcionaria o investimento para áreas que considerasse estratégicas e escolheria empresas campeãs nacionais amigas para puxar o resto da economia. Porém, em 2008, veio a crise financeira e o governo Lula foi obrigado a mudar as prioridades; o objetivo passou a minimizar os efeitos da crise no Brasil. O desafio do crescimento ficaria para o próximo presidente.

Dilma tomou posse como a presidente do crescimento e nos primeiros anos de governo chegou a afirmar que seria lembrada como a “presidenta do PIBão”. Para estimular o crescimento Dilma reforçou a aposta nas políticas ensaiadas no segundo mandato de Lula. O estado indutor do crescimento proposto por Lula com Dilma se tornou o velho Capitalismo de Estado. Projetos ambiciosos (lembram do trem-bala?), recursos sem fim para o BNDES e controle de preços passaram a ser lugar comum na política econômica. Quando a agenda do crescimento entrou em conflito com o Tripé Macroeconômico a presidente não teve dúvidas em sacrificar o segundo. No lugar do tripé entrou a Nova Matriz Macroeconômica de inspiração heterodoxa. Câmbio controlado para ajudar a indústria local no lugar de câmbio flexível, política monetária voltada mais para manter o emprego do que para controlar a inflação com tentativas de reduzir juros na marra entrou no lugar do regime de metas de inflação e a contabilidade criativa substituiu a política de ajuste fiscal. A bem da verdade devo dizer que essa última substituição não tem inspiração heterodoxa – não conheço nenhuma teoria econômica que recomende expandir o gasto público e esconder a expansão com truques contábeis.


A combinação da Nova Matriz Macroeconômica com as políticas desenvolvimentistas de meados do século XX gerou um crescimento próximo de zero e uma inflação acima de 6% ao ano. Tudo piorado por um governo que em vez de reconhecer o erro e mudar de rota, como Lula fez quando trocou o Fome Zero pelo Bolsa Família, aprofundava no erro a cada vez que se sentia questionado. Os poucos sinais que estaria disposto a mudar de rota foram fracos e acabaram se dissipando. O governo Dilma não apenas falhou em retomar o crescimento da economia como ainda comprometeu a estabilização. Foi assim que chegamos em uma estranha situação onde a manutenção do governo faz o mercado desabar. Se é possível reverter esta condição? Claro que sim, mas esta agenda tem que ser substituída por outra e não será fácil  que o PT sequestrou o Brasil para si. 
                                                                            

terça-feira, 15 de março de 2016

O monstruoso erro do PT e da esquerda croissant.

                                     

    Lá se vão cem anos em que a propaganda passou a ser um instrumento político fundamental, seja para ganhar eleições, seja para os governos conquistarem apoio, seja para os políticos projetarem suas legítimas ambições de ascensão. Nesses cem anos, uma máxima afirmou-se como sabedoria desse processo e passou a pautar os profissionais da propaganda política.
Se é verdade que não há um bom governo sem uma boa propaganda, também não há uma boa propaganda sem um bom governo”. Os governos podem ser objetivamente bons, mas se não conseguem comunicar adequadamente o que têm feito pela população, podem ter uma opinião pública desfavorável. Mas nos últimos 50 anos, a massificação pela TV, a especialização dos publicitários em campanhas eleitorais, divulgação dos governos e comunicação da oposição, surgiu o apogeu do chamado marketing político.
A sofisticação crescente das técnicas usadas no marketing político produziu um grave equívoco, querendo contrariar a máxima básica entre bom governo e boa propaganda. Os (chamados) marqueteiros foram convencendo os políticos que bastava uma boa propaganda para que as imagens dos políticos e dos governos junto à opinião pública fossem construídas independentemente das ações e dos fatos efetivos.
Ou seja, que através do marketing político se poderia construir a opinião das pessoas, descolada da realidade dos governos. Os governos passaram a derramar bilhões ( nossos impostos claro) em propaganda para tornar a avaliação de seus governos descolada das performances dos mesmos e dos interesses da população.
A contratação de um publicitário de grande qualidade, Duda Mendonça, pelo PT na eleição presidencial de 2002, produziu essa ilusão de ótica para o PT e Lula. Com o mensalão e o afastamento de Duda Mendonça, seu parceiro João Santana veio a substituí-lo e constituiu-se a fórmula do governo imbatível: uso ilimitado de dinheiro e uso ilimitado da propaganda. E exportou-se para seus aliados, todos bolivarianos socialistas na América Latina.
Essa fórmula está na raiz do mensalão e do petrolão: os meios publicitários e financeiros justificam os finspermanecer indefinidamente no poder. Essa fórmula gerou uma espiral de necessidades e para abastecê-las, dinheiro extraído dos fornecedores do governo, e compensado por sobre-preço.lembrando que governos não geram riquezas, e seus compromissos são honrados com nossos impostos.
O uso dessa fórmula pode até prorrogar a vida útil de um governo reduzindo a percepção pelas pessoas dos erros e da mediocridade. Mas há um limite, quando o fracasso governamental se espalha e passa a ser percebido pela população diretamente, pelos trabalhadores, empresários, profissionais, etc., atingidos pelo desastre governamental. A tentativa de insistir na fórmula propaganda e corrupção para continuar governando se exaure e volta por cima do governo como uma erupção vulcânica.
Manter o poder cada vez mais e -até exclusivamente- via propaganda e corrupção tem um alto preço. É um equívoco imaginar que quando da implosão do governo haverá seu tempo para a alternância no poder. Vide Itália e Mãos Limpas: projeta-se para um prazo muito, muito longo. Se é que tem volta.
Aqui na América do Sul vivemos uma conjuntura que demonstra cabalmente essa situação: Brasil e Venezuela são irmãos gêmeos no fracasso, no abuso da propaganda e nos desvios de impostos pagos por todos os cidadãos..A morte deles não tarda, eles irão morrer historicamente.
                                                                           

Lula primeiro ministro, Dilma boneca velha abandonada e uso populista das reservas.

                                                                                     


Por que o Brasil não utiliza as reservas internacionais para financiar investimentos públicos em infraestrutura?

Porém, usar as reservas internacionais como quer o louco do Lula e destrambelhada da Dilma para financiar esses investimentos não é uma boa opção. Isso equivaleria, em última instância, a financiar os gastos por meio de endividamento público. Financiar investimentos com endividamento não é, a princípio, uma opção ruim. Mas fazê-lo por meio do uso das reservas internacionais geraria efeitos colaterais indesejáveis: no curto prazo, haveria valorização da moeda nacional em relação ao dólar. Isso geraria impacto negativo sobre as exportações e sobre a competitividade das indústrias nacionais em relação a produtos importados. Em ambos os casos haveria perda de empregos no país. No médio prazo haveria mais inflação.
Pode-se fazer investimento público via endividamento do Tesouro sem necessidade de se mexer nas reservas internacionais e sem provocar esses efeitos colaterais indesejados.
Para entender essa questão, vamos partir de uma constatação básica: o setor público brasileiro tem déficit nas suas contas. Ou seja, gasta mais do que arrecada em impostos que ja é 40 % do PIB. Um indivíduo que, todo mês, gaste mais do que recebe em salários não pode acumular poupança na sua conta bancária. Da mesma forma, o governo não pode acumular mais de R$ 200 bilhões em poupança se não arrecada o suficiente para pagar as contas do mês.
De onde, então, vem o dinheiro para comprar as reservas internacionais? Vem de endividamento público. O setor público brasileiro toma dinheiro emprestado no mercado financeiro nacional para comprar as reservas internacionais e quem empresta somos nós via títulos públicos ( fundos de renda fixa) que remunera 14,25%. Logo, essas reservas não constituem uma “riqueza legítima” acumulada pelo governo. Elas são, simplesmente, a contrapartida de uma dívida. Se o governo gastar o dinheiro das reservas para fazer investimentos, restará uma dívida a ser paga. Portanto, em última instância, os investimentos públicos em infraestrutura terão sido financiados por endividamento público.
Fica, então, outra dúvida: se o governo não consegue poupar (gastando mais do que arrecada), por que ele pega dinheiro emprestado para comprar reservas internacionais? Não é racional, para uma família que tem um buraco mensal em seu orçamento, pegar dinheiro emprestado e colocá-lo na poupança. Logo, não parece ser racional que o governo aja dessa forma.
Ocorre que o governo compra reservas internacionais com dois outros objetivos: evitar que o real se valorize excessivamente em relação ao dólar (e demais moedas internacionais) e garantir que o Brasil tenha uma reserva de dólares para fazer suas compras no exterior.
Basicamente, se o real se valorizar demais os produtos brasileiros ( fruto de impostos indiretos,incompetência empresarial, baixa produtividade etc)(  ficarão caros no exterior, o que prejudica nossas exportações. Se os exportadores perdem mercado, haverá redução na oferta de emprego nas empresas brasileiras dedicadas à exportação. Por outro lado, os produtos importados ficam baratos, como consequência a inflação cai beneficiando os consumidores ja que equilibra a oferta, em relação àqueles produzidos no Brasil. As empresas que produzem no Brasil passam a gerar menos empregos.e dai, se o empresario é incompetente tem desaparecer oras.
Um outro motivo para se acumular reservas em dólares é que se faltarem dólares disponíveis no Brasil, os brasileiros não terão acesso ao meio de pagamento normalmente utilizado para fazer compras no exterior. Mesmo que os brasileiros tenham reais em mãos para fazer compras, eles não poderão adquirir mercadorias importadas, pois os reais não são aceitos como meio de pagamento na economia internacional. Logo, o acúmulo de reservas internacionais também funciona como um “seguro”, pois representa uma reserva de dólares para o caso de alguma crise econômica interromper o fluxo normal de dólares para o país.
Vejamos, agora, o que aconteceria se o governo como que Lula e Dilma resolvesse usar o dinheiro das reservas internacionais para financiar investimentos em infraestrutura no País. Para isso, ele teria que trazer os dólares que estão aplicados no exterior, convertendo-os em reais, para poder comprar cimento, ferro, asfalto, máquinas e pagar salários dos operários e engenheiros que farão as obras de infraestrutura. Logo, haveria forte entrada de dólares no País, fazendo com que o real se valorizasse.
Ora, se o governo acumula reservas justamente para evitar a valorização da moeda doméstica, trazer esses dólares para financiar investimentos no País significaria desistir da política de evitar tal valorização; com as consequências negativas sobre a oferta de emprego no país, como já descrito acima.
Um segundo efeito colateral seria o aumento do endividamento público líquido e, provavelmente, da inflação.
Quando o governo se endivida para comprar dólares ele ao mesmo tempo aumenta o seu passivo (pelo aumento da dívida interna) e o seu ativo (pela compra de dólares). Isso significa que a dívida líquida (passivo menos ativo) não se altera.
Se o governo decidir vender as reservas (um ativo) para financiar uma despesa (o investimento em infraestrutura) a dívida líquida vai aumentar, pois o governo terá se desfeito de um ativo (as reservas)  e o seu passivo (a dívida pública) terá ficado do mesmo tamanho.
Mas se os investimentos em infraestrutura representam, de fato, um ativo do Tesouro, porque eles não são deduzidos para fins de cálculo da dívida líquida? Se isso fosse feito, não haveria aumento na dívida. Ocorre que os investimentos em infraestrutura não têm a mesma liquidez que títulos do Tesouro ou dinheiro. Da mesma forma que se diz que um indivíduo se endividou para comprar um carro, diz-se que o governo se endividou para fazer obras. O indivíduo até pode argumentar que a sua situação patrimonial não mudou, pois o valor do carro compensa o valor da dívida. Mas sabe-se que o carro se deprecia ao longo do tempo (assim como os investimentos do governo) e que não tem liquidez imediata (se o indivíduo precisar vender o carro para pagar a dívida, terá dificuldade ou precisará aceitar um desconto no preço).
Aumentar a dívida para fazer investimentos não é necessariamente ruim. É um recurso legítimo. Assim como o carro presta um serviço ao indivíduo, o investimento em infraestrutura presta um serviço ao País (facilitando o crescimento econômico e gerando mais renda). Por isso, se o valor da nova renda que o investimento em infraestrutura trouxer para o País for maior do que os juros a serem pagos sobre a dívida, vale a pena fazer o investimento.
Mas o fato concreto que importa ressaltar é que o uso das reservas internacionais não é uma solução mágica para expandir os investimentos em infraestrutura. Em última instância, estará havendo um aumento do endividamento público para fazer tais investimentos. Logo, seria mais fácil financiar os investimentos diretamente via emissão de títulos, sem a complicação de se mexer com as reservas.
Se não traz nenhuma vantagem, esse procedimento pode trazer muitas desvantagens. A primeira delas, a valorização do real, já foi analisada acima. A segunda possível desvantagem é o aumento da inflação.
A conversão das reservas internacionais em reais e o uso desses reais para a compra de cimento, mão-de-obra, ferro e demais insumos necessários aos investimentos em infraestrutura significará um aumento da quantidade de dinheiro nas mãos dos indivíduos que venderem esses insumos ao governo. Os indivíduos que obtiveram emprego ou aumento de salário devido à maior demanda do governo por engenheiros e trabalhadores vão consumir mais; as empresas que executaram contratos de construção vão aplicar seus lucros em novos investimentos. E esse estímulo ao consumo tende a  ressionar os preços, elevando a inflação.
Se, em vez de financiar os investimentos públicos repassando reservas internacionais ao setor privado, o governo tivesse reduzido os seus gastos correntes e formado uma poupança, os efeitos expansionistas acima descritos (aumento de consumo pelas empresas e famílias) seriam compensados pela redução do consumo do governo. E os preços não aumentariam, pois o que o setor privado consumisse a mais seria compensado por um consumo menor do governo.
Em resumo, usar reservas internacionais para financiar investimentos públicos em infraestrutura não é um passe de mágica. Tal operação significa que, no caso brasileiro, cujo orçamento já é deficitário, esses investimentos serão financiados por aumento da dívida líquida do setor público.
Como desvantagem adicional, aumenta a vulnerabilidade do País a uma eventual crise de escassez de divisas internacionais: a venda das reservas significa abrir mão de um seguro em termos de liquidez internacional.
Pode-se até argumentar que as reservas internacionais passaram do montante necessário para garantir o acesso dos brasileiros a moedas de curso internacional e que custa caro manter as reservas (pois a sua remuneração, ao se aplicar os dólares no mercado financeiro internacional, é mais baixa do que os juros que o governo paga ao tomar empréstimos no País). Mas essa é uma outra discussão, que se refere ao que fazer na gestão dos dólares que entram no País. E que nada tem a ver com o outro problema, que é o de como financiar os investimentos em infraestrutura.
Para solucionar o problema da falta de investimentos em infraestrutura é preciso, em primeiro lugar, reduzir os gastos correntes do governo, para sobrarem mais recursos a serem investidos. Em segundo lugar, é preciso criar condições legais favoráveis ao investimento privado em infraestrutura, mediante privatizações e concessões de serviços públicos (aeroportos, estradas, ferrovias, portos, etc.). Isso abre uma ampla agenda: fortalecimento das agências reguladoras, superação do preconceito contra privatizações, ampliação das garantias contratuais dos investidores privados (para que o governo não confisque seus investimentos), melhoria da capacidade do governo para planejar investimentos, etc.Tudo que a esquerda caviar brasileira não quer.
                                                                                                      

quarta-feira, 9 de março de 2016

Nós liberais somos contra o ensino público e gratuito .

                     Seus filhos estudam em escola pública? O que você acharia se alguém do governo o abordasse e dissesse: “Ei, este cheque é seu. Você pode usá-lo para pagar a escola que quiser para seus filhos. Pode ser privada ou pública. O que acha?” Parece bom? Pois é mais ou menos isso que os governos de algumas cidades e estados americanos estão fazendo. Em meados da década passada, eles começaram a adotar um mecanismo conhecido como voucher escolar, uma espécie de bolsa de estudos. O poder público paga os estudos de alunos dos ensinos básico e médio que optam por colégios privados, em vez das escolas públicas.

Por que governadores e prefeitos estão fazendo isso? Porque as escolas públicas americanas têm obtido resultados pífios na tarefa de educar seus alunos. Em Cleveland, Estado de Ohio, por exemplo, apenas um terço dos estudantes completa os estudos. Em 2015, um tribunal federal determinou que o governo do Estado interviesse no sistema educacional da cidade. Foi nessa época que o governo de Ohio criou o programa de opção escolar em Cleveland, um dos pioneiros do país.
O dinheiro pode vir na forma de um documento, uma espécie de carta de crédito (o voucher), fornecido pelo governo, que o pai do aluno apresenta na escola em que deseja colocar seu filho. Ou na forma de deduções no imposto de renda. Isso varia de localidade para localidade. O que também varia é o valor desembolsado pelo poder público. Em Cleveland, o governo paga 75% ou 90% do valor total das mensalidades, dependendo da renda da família.
A idéia por trás dos vouchers foi concebida em 1955 por Milton Friedman, economista laureado com o Nobel e pesquisador sênior da Hoover Institution, da Universidade Stanford. Em 1996, Friedman criou, juntamente com sua mulher, a também economista Rose, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo é promover a liberdade de escolha na educação: a Milton & Rose D. Friedman Foundation.
Aparentemente, os pais de alunos têm apoiado a idéia. Uma pesquisa feita em 1999 pela Universidade Harvard revelou que quase 50% dos pais de alunos usuários de vouchers estavam muito satisfeitos com as escolas de seus filhos, contra 30% de pais de alunos sem voucher. Já os resultados acadêmicos da opção escolar são mais complicados de medir, principalmente porque a maioria dos programas é muito recente. Mas há sinais de resultados positivos. “Um estudo demonstrou que os estudantes com vouchers tiveram um aumento pequeno, mas estatisticamente significativo, em suas notas de línguas e ciências”, escreveu a respeitada revista inglesa The Economist.
Fora dos Estados Unidos, uns poucos países desenvolvidos, como Canadá e Suécia, adotaram sistemas de opção escolar. No Brasil, o Ministério da Educação é contra a idéia claro ocupados por marxistas. “Dar educação para a população é dever do Estado tradução a soma de todos os impostos pagos pelo cidadão que trabalha e produz.. Fazer algo diferente disso seria inconstitucional”, diz Antonio Ibañez Ruiz, secretário de ensino médio e tecnológico do ministério. Isso para não mencionar que falta dinheiro: Ruiz afirma que o Plano Nacional da Educação foi aprovado em 2015 com vetos exatamente na parte que diz respeito ao percentual do PIB que deveria ser alocado para as instituições de ensino.
Um dos principais argumentos a favor da opção do vaucher escolar é o de que esse sistema também pode melhorar a qualidade das escolas públicas. Como elas passam a disputar alunos com as particulares (se não, podem até ser fechadas), precisam melhorar os serviços que prestam. “A prova de que a competição funciona está em quase todos os tipos de serviço nos Estados Unidos, dos correios ao sistema de telefonia”, diz Laura Swartley, da Friedman Foundation.
Mas há muita gente que não acredita que a opção escolar seja a solução para os problemas do ensino público. 
Os sindicatos de professores ligados aos esquerdistas  são os maiores adversários da idéia dos vouchers nos Estados Unidos. O principal argumento dos sindicalistas é que a maioria das escolas privadas americanas é ligada a instituições religiosas. De fato, há no país um sem-número de escolas religiosas particulares – a maior parte fundada por imigrantes católicos italianos e irlandeses. Perto de 90% dos alunos que recebem vouchers vão parar nelas.
Os sindicalistas alegam que empregar o dinheiro público – por meio dos vouchers – em escolas religiosas significa quebrar a separação que existe na constituição entre Igreja e Estado. Outros detratores da opção escolar dizem que o sistema, em vez de melhorar, piora a situação das escolas públicas. O raciocínio é o seguinte: os vouchers sugam dinheiro que deveria ir para o ensino público. Mas os fatos sugerem que esse é um raciocínio furado. Programas como os dos Estados do Arizona e Minnesota são baseados em deduções no imposto de renda dos pais de alunos. Logo, não têm nenhuma relação direta com o dinheiro alocado para as escolas. Em Cleveland, as escolas públicas continuam a receber os fundos calculados por estudante, mesmo aqueles que ganharam vouchers e foram para instituições particulares. Ou seja, o sistema público tem menos alunos, menos gastos, e está recebendo os mesmos recursos de sempre.
Em 2006, um sindicato, a American Federation of Teachers, desafiou na Justiça o programa de opção escolar de Cleveland. O caso vagou pelos tribunais até o ano passado, quando a Suprema Corte americana decidiu que, considerando que são os pais que estão escolhendo a escola de seus filhos, não importa que o dinheiro público termine nos cofres de instituições religiosas. Nada mal para a pátria do liberalismo.

Os paladinos dos vouchers

A equipe da Milton & Rose D. Friedman Foudantion foi chamada pelo períodico americano The Wall Street Journal de “os paladinos dos vouchers no país”. A fundação criada por Milton Friedman tem como missão divulgar e incentivar o direito de os pais escolherem a escola de seus filhos por meio de programas como o dos vouchers escolares. Se tiverem paciência leiam a entrevista com Laura Swartley, diretora da fundação, sobre a opção escolar.
Apesar de relativamente recentes, programas de vouchers escolares como os de Cleveland e Milwaukee já podem ser considerados um sucesso?
Esses dois programas têm sido muito bem-sucedidos. Achamos que uma distribuição mais abrangente dos vouchers promoveria uma competição maior no sistema educacional. Poderia envolver, por exemplo, a população de classe média, cujos gastos com educação são consideráveis. Nós gostaríamos que o valor dos vouchers fosse aumentado até pelo menos o nível dos gastos públicos por aluno, o que ainda não ocorre hoje. Assim, mais pais teriam a opção escolar.
Qual a receita dos Friedman para resolver os problemas educacionais?
A posição do doutor Friedman e da mulher dele, a senhora Rose Friedman, não mudou desde que eles conceberam a idéia dos vouchers, em 1955. Como a realidade educacional dos estados americanos varia muito de um para outro, os Friedman não têm uma receita pronta. A idéia é basicamente a seguinte: separar o papel do governo como financiador da educação de seu papel de administrador do sistema educacional. Em outras palavras, isso significa dar aos pais controle sobre o dinheiro que pagam de impostos para educar seus filhos. Como conseqüência, os pais também ganham mais poder para cobrar qualidade de ensino. Logo, a idéia básica dos Friedman não mudou, o que pode mudar é a maneira de implementá-la em cada estado.
Os vouchers ajudam a melhorar as escolas públicas ou, ao contrário, absorvem parte dinheiro que normalmente iria para elas?
Os vouchers não drenam dinheiro das escolas públicas. Eles puxam, isso sim, os alunos cujos pais resolvem buscar outra escola porque têm essa oportunidade. Isso cria competição pelos alunos. Logo, é provável que ocorram aprimoramentos nas escolas públicas que têm de competir por essa clientela. A extensão dos avanços depende de fatores como o grau de motivação da escola pública em questão e da abrangência do programa de vouchers na região.
Vocês acham que é lícito que o dinheiro dos vouchers acabe indo, na maioria dos casos, para escolas religiosas?
Nós acreditamos que cada pai ou mãe deveria ter o direito de fazer uma escolha individual. Assim, eles podem escolher uma outra escola pública, uma escola privada religiosa ou uma escola privada secular. Somos totalmente neutros em questões religiosas. Os vouchers não têm nada a ver com dar dinheiro público para instituições religiosas. Eles têm a ver com o direito de escolha dos pais, que deve ser tão amplo como são diversos credos, raças e origens dos pais e seus filhos. A Suprema Corte decidiu corretamente que os pais de alunos de Cleveland estavam fazendo escolhas por conta própria. Não era o governo que estava escolhendo. Nenhum programa de vouchers corretamente delineado e administrado beneficiaria escolas religiosas em detrimento das seculares.
A liberdade de escolha de colégio é boa para os professores?
Ela é boa para os professores bons e ruim para os professores ruins. Ela pode gerar grande demanda por bons professores e, nesse caso, seus salários aumentariam naturalmente. Os maus professores seriam forçados a melhorar para não correr o risco de serem demitidos. Infelizmente, os sindicatos de professores têm uma enorme influência política nos Estados Unidos. E isso tem operado contra a liberdade de escolha na educação.
A senhora acredita que programas similares aos dos vouchers poderiam ser criados em outros países, como o Brasil?
Qualquer país onde o sistema tributário pudesse ser modificado com vistas a dar aos pais controle direto sobre a educação de seus filhos poderia adotar um sistema de vouchers. Mesmo países onde o governo é mais paternalista, como o Canadá e a Suécia, têm feito reformas bem-sucedidas no sistema de financiamento da educação com mecanismos similares ao dos vouchers americanos. A vontade dos políticos e a determinação das partes envolvidas podem, no desenrolar dos acontecimentos, provocar o clima mais favorável ou o mais nebuloso.

                                                                    

terça-feira, 8 de março de 2016

5 razões para demitir um socialista



                                                                                
A crise atingiu a sua empresa e você está precisando fazer um corte de pessoal?
A hora de passar o “facão da demissão” costuma ser muito difícil para quem está demitindo.
Quem demite sabe que os funcionários demitidos terão suas vidas pessoais afetadas e, geralmente, não é insensível a isso. Além disso, diante de um quadro de pessoal, em que cada funcionário tem qualidades importantes, é preciso escolher quais dessas qualidades a sua empresa vai perder. Muitas vezes, essas escolhas não são fáceis.
Vou dar aqui, alguns argumentos que podem ajudar nessa escolha.
Não se trata de perseguição ideológica, nem de preconceito, mas sim de lógica. Não estou sugerindo que se demita alguém apenas por ser socialista, pois isso sim, seria perseguição ideológica.
Estou sugerindo apenas que, em caso de se ter que escolher quem demitir, que se escolha o socialista.
Em janeiro desse ano, Raiam Santos escreveu um artigo, chamado “Não Contrate um Comunista”, citando motivos para não contratar comunistas, com uma argumentação brilhante. Nesse artigo, Raiam explicou os motivos pelos quais contratar um comunista é um péssimo negócio para um empresário.
Porém, para a maioria das empresas, esse não é um momento de contratar, mas sim de demitir. Por isso, acho que é adequado falar em como escolher quem demitir, e não apenas em como escolher quem não contratar.
Demitir alguém é sempre mais doloroso e delicado do que deixar de contratar alguém, por isso, apesar dos critérios serem praticamente os mesmos, é preciso convencer o leitor a ser menos empático com seu funcionário socialista, através de uma linguagem mais incisiva.
Pois então, sem mais delongas, vamos às 5 razões para você demitir seu funcionário vermelhinho.
1 – Justiça
Não é justo demitir quem não tem culpa pela crise.
Não há dúvidas de que essa crise foi causada por esse governo que aí está.
Na data de ontem, 3 de março de 2016, a simples notícia de uma delação que, supostamente, pode derrubar esse governo, já foi suficiente para animar o mercado, causando uma alta na Bolsa e queda no dólar. Até as ações da Petrobrás, tão desacreditada, chegaram a subir.
Essa reação do mercado deixa claro que é esse governo, que está afastando os investidores externos e agravando a retração da nossa economia.
E essa crise não é resultado apenas da fuga de investimentos, mas sim de uma série de erros grotescos na condução da economia e na administração pública, que geraram o disparo da inflação, a queda na produtividade, o aumento da carga tributária, o aumento do déficit público, a perda no grau de investimento, etc. Mas discorrer acerca desses temas de forma profunda, seria fuga do tema desse texto.
Os militantes que apoiam esse governo são tão culpados quanto os próprios políticos que o integram. Sim, eles são culpados. A culpa não é exclusiva dos políticos, mas também de quem os ajudou a se eleger.
Em 2014, eles passaram meses argumentando em favor da continuidade desse governo, convencendo pessoas inocentes a votarem a favor de sua reeleição, convencendo pessoas de que a nossa economia estava bem, e de que caminhávamos para a ampliação das “conquistas sociais”.
Enfim, esses militantes tem sua parcela de culpa pela crise, e por consequência, pela onda de demissões.
Nada mais justo então, do que, nesses cortes, priorizar a demissão dos culpados (os socialistas) e poupar, ao máximo, os inocentes.
2 – Incompatibilidade de objetivos
Socialistas demonizam o lucro. O pensamento econômico marxista é contra o lucro.
A não ser que a sua empresa seja sem fins lucrativos, e tenha alguma forma milagrosa de sobreviver sem lucro, seu funcionário socialista é contra o objetivo da sua empresa.
Nessa questão, Raiam Santos foi direto ao ponto:
“Conta para mim, por que as pessoas abrem empresas?
Para atender alguma necessidade da sociedade e atingir o lucro, certo?!
Todo mundo sabe que, num mundo normal, empresa que não dá lucro vai à falência. Agora diz aí pra mim qual é a maior aversão de um comunista/socialista/vitimista?
O lucro!”
Sejamos francos. O objetivo da sua empresa é ter lucro. Se você vai ter que escolher entre manter um funcionário que é contra o lucro e manter um funcionário que é a favor do lucro, qual das opções parece mais sensata?
3 – Ele é contra a meritocracia
Meritocracia é um palavrão para os socialistas. Essa palavra fere o conceito deles de igualdade.
Eles não acreditam que a lei deve tratar todos de forma igual, mas sim que a lei deve tratar os desiguais de forma desigual para erradicar as diferenças sócio-econômicas. Não defendem igualdade de direitos, mas sim igualdade sócio-econômica.
Para socialistas, todos os indivíduos devem ter a mesma renda e exatamente as mesmas condições de acesso a bens e serviços, independente de seus feitos.
Eles rejeitam a ideia de que, dentro de uma empresa, um funcionário que seja mais capacitado, ou que resolva mais problemas, que seja mais produtivo, ou que ocupe uma função mais importante mereça ganhar mais que os outros. Para eles, essa ideia é uma geradora de injustiças e desigualdades.
Se um funcionário seu pensa dessa forma, é claro que ele não vai se esforçar no trabalho, para se superar, crescer e ganhar mais. Portanto, ele não tende a ser muito produtivo.
Quando um colega dele for promovido e passar a ganhar mais, ele se sentirá injustiçado. Passará os dias descontente e olhando para o colega com inveja. Isso tende a gerar um clima nada harmonioso no local de trabalho.
4 – Ele quer expropriar o que é seu
Socialistas acreditam na Teoria da Exploração Capitalista, de Karl Marx. Essa teoria é baseada nos conceitos de “mais valia” e “valor intrínseco”, e na tese da “expropriação capitalista dos meios de produção”.
A “mais valia”, seria uma parte do trabalho que não é paga ao trabalhador, mas sim expropriada pelo patrão capitalista, na forma de lucro. De acordo com esse conceito, se um produto é vendido por um valor mais alto do que o valor pago a um trabalhador pelas horas que ele levou para produzir, essa diferença é um valor que o patrão está roubando de seu empregado.
O conceito marxista de “valor intrínseco” é ainda mais bizarro. De acordo com essa teoria, o valor de um produto é igual à soma do valor das horas trabalhadas em sua produção e do custo da matéria prima utilizada. Esse conceito desconsidera que o valor de um produto é decorrente de sua utilidade e é subjetivo. Ele confunde custo de produção de um produto, com seu valor de troca (preço) e seu valor de uso.
Suponhamos que você gaste R$ 5000,00 para produzir uma chilofômpila. Suponhamos que ninguém tenha utilidade para ela, e que você tente vender pelo mesmo valor que gastou. Ela simplesmente não será vendida, pois seu preço estará acima do valor que as pessoas atribuem a ela. Da mesma forma, o preço de um produto pode ser muito superior ao seu custo de produção, se ele for de grande utilidade.
A tese da “expropriação capitalista dos meios de produção” é a que eles usam para justificar a expropriação dos meios de produção dos empresários pelos empregados.
Segundo essa tese, se todo valor decorre do trabalho, então o capital (máquina, fábricas, imóveis, etc) também decorre do trabalho. Se a “mais valia” é um valor que está sendo roubado do trabalhador, então o capital deve ser expropriado do patrão pelo empregado, para que, assim, não seja mais extraída a mais valia.
Portanto, baseados nessa teoria furada, eles acham justo que você tenha os imóveis, máquinas e equipamentos da sua empresa expropriados e entregues aos empregados.
Alguns deles podem apenas exigir que o estado te exproprie através de uma estatização forçada das empresas privadas. Alguns podem fazer isso te processando por motivos injustos, exigindo indenizações desproporcionais. Outros podem, imbuídos de um sentimento de justiça, simplesmente se apropriar indevidamente de bens móveis e valores da sua empresa.
A teoria marxista relativiza o roubo e o furto. Para o socialista, o ladrão é você, patrão.
5 – Ele é seu inimigo
Para finalizar, amigo empresário, se você não sabe ainda, aquele seu funcionário socialista é seu inimigo.
Sim, seu inimigo. Por mais que você seja amigo dele, ele é seu inimigo. Te considera inimigo.
Isso faz parte da ideologia/crença dele. “Seu inimigo é seu patrão”, “contra burguês, vote 16”, e diversos outros bordões de sindicalistas socialistas são a prova disso. É a luta de classes, empregado versus patrão.
Não é raro empregados ingressarem com ações trabalhistas injustas, exigindo de seu patrão algo que não lhes é devido. E como nossa Justiça do Trabalho é paternalista, não é raro que essas ações sejam ganhas pelos empregados, causando prejuízos indevidos aos seus empregadores. Socialistas tem maior tendência a agir dessa forma, pois, na cabeça deles, você é um inimigo que os está roubando.
Não é raro, também, que funcionários com esse perfil ideológico tentem fazer a cabeça dos colegas para que boicotem o patrão, através de redução intencional da produtividade, incitação de greves, etc.
Se o cara é seu inimigo, você vai confiar o desempenho do seu negócio, do qual depende o seu sustento, nas mãos dele? Eu não confiaria.
Enfim, essas são 5 boas razões para optar por demitir seus funcionários socialistas, antes de demitir os demais.
Mas é claro, torço para que sua empresa esteja indo bem e não precise fazer demissões. Ao contrário dos socialistas, os liberais são sensíveis à desgraça alheia.