terça-feira, 29 de setembro de 2015

Como generais de pijama permitiram isso?


Assinada em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa (END) prevê o reaparelhamento das Forças Armadas do país em busca de desenvolvimento e projeção internacional, mirando a conquista de um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, poucas medidas previstas no decreto tiveram avanços desde então.
exercito_infografico_versao13agosto_300 (Foto: Editoria de Arte/G1)
O Exército, que possui o maior efetivo entre as três Forças (são 203,4 mil militares), está em situação de sucateamento. Segundo relato de generais, há munição disponível para cerca de uma hora de guerra.
O Exército usa o mesmo fuzil, o FAL, fabricado pela empresa brasileira Imbel, há mais de 45 anos. Por motivos estratégicos, os militares não divulgam o total de fuzis que possuem em seu estoque, mas mais de 120 mil unidades teriam mais de 30 anos de uso.

Carros, barcos e helicópteros são escassos nas bases militares. O índice de obsolescência dos meios de comunicações ultrapassa 92% - sendo que mais de 87% dos equipamentos nem pode mais ser usado, segundo documento do Exército ao qual o G1 teve acesso. Até o início de 2012, as fardas dos soldados recrutas eram importadas da China e desbotavam após poucas lavadas.

A Estratégia Nacional de Defesa elencou entre os pontos-chave a proteção da Amazônia, o controle das fronteiras e o reaparelhamento da tropa, com o objetivo de obter mobilidade e rapidez na resposta a qualquer risco. Defesa cibernética e recuperação da artilharia antiaérea também estão entre os fatores de preocupação.

Um centro de defesa contra ataques virtuais começou a ser instalado pelo Exército em 2010, em Brasília, mas ainda é enxuto e não conseguiu impedir ataques a uma série de páginas do governo durante a Rio+20, em junho deste ano.

O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), iniciativa que busca vigiar mais de 17 mil quilômetros de divisas com 10 países, começará a ser implantado ainda em 2012, com um teste na fronteira do Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia.

Segundo o general Walmir Almada Schneider Filho, do Estado-Maior do Exército, a Força criou 245 projetos para tentar atingir os objetivos da Estratégia Nacional de Defesa. Ele afirma que os recursos, porém, chegam aos poucos.

Nos últimos 10 anos, a percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) investido em defesa gira em torno de 1,5%, segundo números do Ministério da Defesa - em 2011, o valor foi de R$ 61,787 bilhões. Durante a crise econômica, entre 2003 e 2004, o índice chegou a 1,43%. O maior percentual foi registrado em 2009, quando 1,62% do PIB foram destinados para o setor.
Em 2015, o Exército receberá cerca de R$ 28,018 bilhões, mas 90% serão destinados ao pagamento de pessoal. Desde 2004, varia entre 9% e 10% o montante disponível para custos operacionais e investimentos.
“Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande. Por isso, um dos nossos projetos busca a recuperação da capacidade operacional. Até 2015, devemos receber R$ 10 bilhões só para isso”, afirma o general Schneider Filho, responsável pelos estudos da END no Estado-Maior do Exército.
Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate"
General Maynard Santa Rosa
Falta munição
Dois generais da alta cúpula, que passaram para a reserva recentemente, afirmaram ao que o Brasil não tem condições de reagir a uma guerra. “Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate”, diz o general Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa.

exercito_especial_soldado_barco_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
Guerreiro de selva patrulha rio na Amazônia durante
ação militar em 2012 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
“A quantidade de munição que temos sempre foi a mínima. Ela quase não existe, principalmente para pistolas e fuzis. Nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70, 80. Existe uma ideia errada de que não há ameaça. Mas se ela surgir, não vai dar tempo de atingir a capacidade para reagir”, alerta o general Carlos Alberto Pinto Silva, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), que coordena todas as tropas do país.
“Nos últimos anos, o Exército só tem conseguido adquirir o mínimo de munição para a instrução. Os sistemas de guerra eletrônica (rádio, internet e celular), a artilharia e os blindados são de geração tecnológica superada. Mais de 120 mil fuzis têm mais de 30 anos de uso. Não há recursos de custeio suficientes”, diz Santa Rosa. Ele deixou o Exército em fevereiro de 2010, demitido por Lula após chamar a Comissão da Verdade, que investiga casos de desaparecidos políticos na Ditadura, de “comissão da calúnia”.
Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande"
General Walmir Almada Schneider Filho
Segundo o Livro Branco, documento que reúne dados sobre a defesa nacional, o Exército possui 71.791 veículos blindados, a maioria deles comprados há mais de 30 anos. Apenas um é do modelo novo, o Guarani, entregue em 2015 e que ainda está em avaliação. Um contrato inicial de R$ 41 milhões foi fechado para a aquisição dos primeiros 16 novos carros de combate. No último dia 7, um novo contrato foi assinado para a aquisição de outras 86 viaturas Guarani, ao custo de R$ 240 milhões.
"Nenhuma nação pode abrir mão de ter um Exército forte, que se prepara intensivamente para algo que espera que nunca ocorra. A população tem que entender que é preciso ter essa capacidade ociosa, sempre, para estar pronto para dar uma resposta se um dia for necessário", defende o general Fernando Vasconcellos Pereira, diretor do Departamento de Educação e Cultura do Exército.
Riscos e ameaças
Para saber quais equipamentos, tecnologias e armas precisam ser compradas e que outras mudanças são necessárias, o Exército criou o Grupo Lins, que reúne uma equipe para prever cenários de conflitos ou crises - internos ou externos - em que a sociedade e os políticos possam exigir a atuação dos militares até 2030.

O objetivo é antever problemas, sejam econômicos, sociais, de segurança pública ou de calamidade, e saber quais treinamentos devem ser dados aos soldados até lá.
soldados_treinamento_engatinham_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
Soldados recrutas fazem teste de resistência em
treinamento no Exército (Foto: Exército/Divulgação)
Nesses cenários, a Amazônia e as fronteiras estão entre as maiores preocupações. O texto revisado da Estratégia Nacional de Defesa, entregue pelo governo ao Congresso Nacional em 17 de julho, destaca "a ameaça de forças militares muito superiores na região amazônica”.

O alto valor que o governo pretende passar para o Sisfron - R$ 12 bilhões até 2030 – movimentou o mercado nacional e fez com que empresas se unissem buscando soluções para vencer a licitação em andamento. Entre as interessadas estão Odebrecht, Andrade Gutierrez e Embraer, que fizeram parcerias com grandes indústrias do setor.
Para impedir qualquer ataque, o Exército prepara o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que, através de um conjunto de sensores, radares e câmeras, permitirá a visualização de tudo o que ocorre nas fronteiras em tempo real. Os equipamentos facilitarão a repressão ao tráfico de drogas e armas, ao contrabando e aos crimes ambientais. A previsão é de que o sistema esteja totalmente operando em 2024.
Para o historiador e criador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Geraldo Cavanhari, o Exército está em transformação e precisa se adequar para os inimigos do futuro. “O inimigo, seja interno ou externo, agora está extremamente bem armado. Por enquanto, não temos ameaças explícitas, mas temos que cuidar da nossa casa e estar preparados para responder, caso seja necessário”.
O general da reserva Carlos Alberto Pinto Silva diz que o problema continua sendo o orçamento. "Um coronel argentino me disse que eles aprenderam na guerra nas Malvinas que, se não existe a capacidade mínima de responder, não dá tempo para adquirir. Não adianta chorar depois”, afirma.
Mudança de percepção
Estudioso da área, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ronaldo Fiani entende que a abertura democrática e a criação do Mercosul provocaram mudanças na forma da população conceber a proteção do país, Consequentemente, foram feitos cortes nos investimentos militares. “O fim da ditadura e a união dos países latinos fez com que houvesse enfoque em integração, com diminuição do investimento na área militar", explica.

Burocracia, crises financeiras e déficit fiscal também são entraves para maior disponibilidade de recursos. “A única forma dos militares receberem mais investimentos é se integrando à pesquisa acadêmica e às empresas, como ocorre nos países desenvolvidos", diz Fiani.

exercito_especial_general_indios_para_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
General José Carlos de Nardi cumprimenta índios
durante visita ao Pará  (Foto: Tahiane Stochero/G1)
O general Walmir Almada Schneider Filho concorda com o professor. “No primeiro mundo, o povo tem a mentalidade de que defesa e desenvolvimento caminham juntos e complementam-se. Um impulsiona o outro. Nós não queremos chegar neste patamar [de país voltado para a guerra], mas criar uma mentalidade de defesa, para que o povo discuta o assunto", diz.
A base da defesa nacional é a identificação da Nação com as Forças Armadas e das Forças Armadas com a Nação. Isso exige que a Nação compreenda serem inseparáveis as causas do desenvolvimento e da defesa"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
“Eu acho que a redução dos investimentos tem relação com o período militar e a própria mentalidade da população, que vê como melhor alternativa aplicar os recursos em outro setor fundamental, como saúde, educação, etc", acrescenta Schneider Filho.

"Não há um palmo sobre o território brasileiro que não esteja sob a responsabilidade de uma tropa do Exército. Somos a organização mais presente em todo o território e que tem meios de chegar o quanto antes em qualquer situação. Por isso, assumimos cada vez mais responsabilidades e temos que ter capacidade para atuar em situações de emergência”, diz o general José Fernando Yasbech, também do Estado-Maior do Exército.

Yasbech se refere aos múltiplos empregos do Exército em ações civis dentro do país, como as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), como a Constituição determina o emprego militar em casos graves de segurança pública. Além disso, o militares são convocados para o apoio em caso de enchentes, abertura de estradas, construção de pontes, distribuição de ajuda humanitária, apoio em eleições, combate à dengue e à aftosa, entre outros.
Proteger
Em 2015, mais uma linha de atuação está sendo aberta: os militares serão responsáveis pela defesa e proteção de infraestruturas estratégicas do país, como hidrelétricas, usinas nucleares, indústrias essenciais e centros financeiros e de telecomunicações a partir da criação do projeto Proteger. O programa terá recursos na casa dos R$ 9,6 bilhões e reunirá órgãos públicos dos estados e informações necessárias para prevenir, conter ou reprimir ataques ou acidentes nesses locais.

Se o Brasil quiser ocupar o lugar que lhe cabe no mundo, precisará estar preparado para defender-se não somente das agressões, mas também das ameaças"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
São mais de seis mil infraestruturas estratégicas existentes no país, sendo que 364 estão entre as mais críticas, conforme levantamento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
exercito_especial_cabana_cancela_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
Pelotão de fronteira no Pará conta com apenas 9
horas diárias de luz (Foto: Tahiane Stochero/G1)
"O trabalho será tanto no sentido de prevenir acidentes nessas estruturas como também de identificar riscos e, eventualmente, contê-los", diz o general José Fernando Yasbech, que responde pelo projeto.
O trabalho começará no Paraná, com a implementação de um centro de ação conjunta com polícia, Bombeiros e Defesa Civil para defender a Usina de Itaipu.

“O reaparelhamento das Forças Armadas vai além de apenas dizer que um país pacifista está tomando uma atitude de se tornar mais bélico. O emprego dos militares tem sido bem diferente nos últimos anos, seja em ações de defesa civil, de segurança pública, de apoio aos órgãos estaduais. E isso demanda alterações estruturais profundas na política, na mentalidade da população e em investimentos”, diz Iberê Pinheiro Filho, mestre em Relações Internacionais e estudioso da Estratégia Nacional de Defesa.

Procurado para comentar a atual situação do Exército, o ex-ministro de Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger, que escreveu o texto da Estratégia Nacional de Defesa, disse que se considerava "moralmente impedido de falar" devido à "relação íntima e especial com as ações e tarefas de que tratará a reportagem".

"Direi apenas o que escrevi na dedicatória de um livro que dei à biblioteca do Exército, por mãos do general que a comanda: o Exército brasileiro é a mais importante instituição do Brasil", afirmou Mangabeira Unger ao G1.
Já o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que também assinou a END em 2008, disse que não iria comentar a situação, pois não ocupa mais o cargo.
exercito_especial_tenente_costas_barcos_620 (Foto: Tahiane Stochero/G1)Tenente caminha entre barcos antigos usados para deslocamento em rios do A
P
                                                                                                

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Imigração muçulmana e como lidar com ela.

Segundo consta a Arábia Saudita conta com 100.000 tendas aparelhadas com ar-condicionado já montadas, que permanecem vazias praticamente o ano todo e que poderiam abrigar três milhões de pessoas. (imagem: Akram Abahre)

"Há 20 milhões de refugiados esperando na porta da Europa", segundo Johannes Hahn, Comissário para a Política de Vizinhança e Negociações de Expansão da UE.

Muitos reclamam que a Europa, diante de uma crise provocada pela incomensurável entrada de migrantes e refugiados muçulmanos fugindo principalmente da Síria e do Iraque, deveria abrir suas portas. Mas dada a realidade na Europa e no mundo muçulmano, essa ideia pode muito bem ser danosa tanto para o Ocidente quanto para o mundo muçulmano.
Um dos argumentos mais comuns é que a Europa não está dando o suficiente de si para os refugiados muçulmanos e que, na realidade, é responsável pela comoção na Síria bem como no restante do mundo árabe.
As guerras em curso no Oriente Médio, entretanto, não são culpa do Ocidente. Obviamente a Administração Obama e os governos europeus precisam se esforçar mais para acabar com o banho de sangue no mundo muçulmano, agora dizer que as guerras na região são consequência da intervenção do Ocidente ou devido a alguma "conspiração" só mostram a ignorância e ingenuidade sobre a história do Islã daqueles que fazem afirmações dessa natureza.
As Escrituras Sagradas conclamam todos os muçulmanos a guerrearem contra outras religiões para que elas se subordinem ao Islã. Maomé, o fundador do Islã, disse que recebeu a "missão de Alá de combater os homens até que eles atestem que não há outro deus a não ser Alá e que Maomé é seu mensageiro".
Em Meca, Maomé defendeu "la iqra fiddin", "não deverá haver nenhuma coerção na religião". Porém quando sua dádiva do Islã não foi aceita de pronto, ele desistiu da coexistência pacífica, sua mensagem se tornou cada vez mais intolerante e finalmente ele recorreu à guerra.
Quando Maomé se mudou para Medina, após uma vida mais tranquila em Meca, o Islã foi transformado em uma força militar com o intuito de reger todos os aspectos da sociedade, incluindo práticas como escravidão sexual, casamento de crianças, conversões forçadas, espancamento da esposa e comandos para matar "os infiéis". Principalmente nas últimas partes do Alcorão, Maomé incentiva com veemência a violência contra não-muçulmanos e a sua maldição eterna.
Lamentavelmente o fundador do Islã não deixou nenhuma mensagem humanitária para que as pessoas de outras religiões fossem respeitadas e estarem em pé de igualdade com elas. Na época em que Maomé vivia em Medina, sua nova religião defendia abertamente dominar as outras por meio da submissão, estupro, assassinato e conversão forçada. Primeiramente seus seguidores começaram a fazer uso da violência contra comunidades pacíficas e depois contra outros povos da redondeza.
Uma vez que Maomé não deixou claro quem seria seu sucessor, a omissão, em um piscar de olhos, se transformou em violência. Nos primeiros anos após sua morte, membros de sua própria família entraram em guerra uns com os outros. Na batalha entre Aisha, uma das mulheres de Maomé e Ali, seu filho adotivo, milhares de muçulmanos foram mortos lutando até a morte. De modo que quem conhece a história do Islã não deveria estar chocado com a violência de hoje, de muçulmanos contra muçulmanos.
No entanto o verdadeiro alvo dos exércitos muçulmanos normalmente tem sido não-muçulmanos, e nos últimos 1.400 anos os povos espalhados pelo norte da África, Oriente Médio, Europa e Ásia estão sendo expostos à violência islâmica. Lamentavelmente as práticas violentas, repressivas e intolerantes do Islã, contra não-muçulmanos, mulheres e até diferentes seitas do próprio Islã, ainda correm soltas no mundo muçulmano e a profunda dissidência continua até os dias de hoje, vide o conflito sunita/xiita.
A extensão mais recente dessa tradição violenta está ocorrendo na Síria e no Iraque. Não há palavras para descrever as abomináveis atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico (ISIS) e demais grupos bárbaros, porém estas atrocidades estão meticulosamente baseadas nas escrituras sagradas islâmicas. Não é o Ocidente que está causando essas tragédias humanas, é o Islã e os muçulmanos.
Infelizmente muitos povos no Oriente Médio têm tamanha afinidade com o Islã político que eles não se dão conta que o Islã político é a causa básica de seus problemas. Essa falta de discernimento é, provavelmente, a principal razão deles não conseguirem se livrar de seus regimes retrógrados e violentos ou de empreenderem progresso cultural e científico.
A legislação islâmica é um sistema teocrático no qual nada deve ser obedecido além dos ensinamentos islâmicos. Indubitavelmente, o Islã clássico tem um efeito mais poderoso e duradouro naquela região do que qualquer outra religião. Há pouco tempo, Yusuf al-Qaradawi, o líder mais respeitado da Irmandade Muçulmana, admitiu que a "matança de apóstatas era essencial para a sobrevivência do Islã", de outra maneira o Islã não teria sobrevivido.
Por exemplo, em 2006 Rafiq Tagi, um escritor e jornalista azerbaidjano, foi preso após publicar um artigo intitulado "A Europa e Nós", no qual ele argumenta que os valores humanistas e universais da Europa beneficiariam muito mais o Azerbaijão do que os valores islâmicos.
Dez dias após a publicação do artigo, um clérigo iraniano emitiu uma fatwa exigindo a morte do escritor. Em 2007 ele foi condenado a três anos de prisão. Solto com base em um indulto presidencial de dezembro de 2007, ele foi esfaqueado seis vezes no centro da cidade de Baku por um agressor desconhecido, morrendo em um hospital quatro dias depois.
Membros de uma cultura que assassina intelectuais que tentam apresentar ideias para melhorar suas sociedades não têm o direito moral de jogar a culpa pelo seu atraso e sede de sangue em cima do Ocidente, mas é o que fazem, ininterruptamente. Por exemplo, eles culpam a "invasão do Iraque pelos EUA" pela recente crise na região.
Os Estados Unidos intervieram em países da América Latina, nos golpes no Brasil em 1964 e no Chile em 1973, mas quantas pessoas desses países retaliaram explodindo alvos americanos? Nenhuma. Porque diferentemente do Islã a religião deles não conclama a jihad, o califado global, a dominação do mundo ou a morte de apóstatas. Os EUA também intervieram no Vietnã, mas quando se retiraram os vietnamitas não iniciaram uma guerra civil. Nem os coreanos.
É óbvio que as religiões têm forte influência sobre as sociedades, as religiões cristãs e budistas são (normalmente) mais pacíficas e humanas do que o Islã. Quando se trata em promover a violência, o Islã é de longe o mais violento e discriminatório. Aqui estamos falando de mundos totalmente diferentes.
Diferentemente da América Latina ou da Ásia, estamos testemunhando práticas intermináveis de violência religiosa e assassinatos no Iraque, Afeganistão, Líbia e outros países muçulmanos. Esses países, contudo, já eram violentos e repressivos bem antes da intervenção americana. A população ou as administrações desses países bem que poderiam ter cooperado com os governos americanos, com o objetivo de promover democracias liberais e interesses comuns, mas contrariamente se viram sufocadas em um ciclo de violência e em intermináveis violações de direitos humanos, como vêm acontecendo através dos séculos.
Regimes e grupos muçulmanos não dependem de intervenção externa para apelarem para violência e violação dos direitos humanos. Ao que tudo indica sua história e cultura já os abastece com incentivo mais que suficiente para que cometam diariamente esses crimes.
A história política dos países muçulmanos, incluindo a da Turquia, não raramente se restringe a duas alternativas: esses países foram governados por regimes opressivos nacionalistas (seculares) ou por regimes opressivos islamistas. A terceira opção, emergindo agora, é representada pelo grupo genocida extremista chamado Estado Islâmico (ISIS).
A bem da verdade, nem o regime "secular" nem os regimes islamistas dos muçulmanos são muito diferentes do ISIS. Por exemplo, o ditador iraquiano Saddam Hussein "secular", usou armas químicas contra os curdos de Halabja em 1988, massacrando e ferindo milhares de pessoas. Vimos cenas de massacres como essasna Síria do regime "secular" do Presidente Bashar al-Assad. Além disso, os governos "seculares" da Turquia massacraram dezenas de milhares de curdos e perseguiram cristãos, alevitas e judeus.
O que diferencia o ISIS dos demais governos islamistas ou seculares do Oriente Médio é o fato do ISIS filmar os crimes que comete e postá-los na Internet, ao passo que os demais regimes tentam ocultar seus crimes.
À medida que essas guerras se agravam no Oriente Médio, as populações da região procuram fugir.
Enquanto isso as ricas nações árabes, incluindo Qatar, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait, Omã e Bahrain, nada fazem para ajudar seus irmãos muçulmanos.
São países ricos e estão geográfica e culturalmente próximos às zonas castigadas pelas guerras, e mesmo assim não ofereceram nenhuma ajuda financeira, locais para reassentamento, nem acolheram refugiados.
Dr. Abbas Kadhim postou o seguinte no Twitter:
"nós sabemos que o Irã é pró-Assad, mas por que nenhum país árabe anti-Assad "de bom coração" (por exemplo a Arábia Saudita) abrigou nenhum refugiado sírio"?
"Será que países que gastam bilhões armando militantes (incluindo terroristas) em nome da "libertação" dos sírios não deveriam acolher refugiados"?
"Os únicos refugiados sírios que chamaram a atenção nos países do Golfo são aquelas meninas, menores de idade, isso em nome do casamento".
A BBC também denunciou que "há uma sensação generalizada de que muitos países do Golfo adotam restrições tácitas, que na prática dificultam a concessão de vistos para os sírios". Ah sério? Não seria interessante saber quais seriam essas "restrições tácitas"?
Esses países ricos também não são lá inocentes em se tratando de assassinatos e perseguições na Síria. Eles investiram no conflito sírio e forneceram ajuda financeira a grupos terroristas islamistas que lutam contra o regime de Assad.
Dado o background cultural, linguístico e religioso dos refugiados muçulmanos, poder-se-ia dizer que muitos deles conviveriam uns com os outros naqueles países árabes. Segundo consta a Arábia Saudita conta com100.000 tendas aparelhadas com ar-condicionado já montadas, que permanecem vazias praticamente o ano todo e que poderiam abrigar três milhões de pessoas.
Muito embora as empresas que compõem a grande mídia no Ocidente tendam a não cobrir os problemas causados por imigrantes e refugiados no Ocidente, é lamentável que alguns imigrantes muçulmanos estuprem mulheres na Europa, procurem implantar sistemas paralelos da lei da Sharia em sua própria vizinhança, exijam que seja feita justiça em seus próprios tribunais que aplicam a lei da Sharia, tirem proveito do sistema de bem-estar social em vez de procurarem trabalho e que, ainda por cima, vez ou outra assassinam aquelas mesmas pessoas que abriram as portas de seus países e lhes ofereceram uma vida privilegiada que jamais teriam em sua terra natal, no mundo muçulmano.
Por exemplo, no mês passado, quando dois cidadãos suecos foram mortos a facadas por um estrangeiro ilegal, o respeitado jornalista sueco Ingrid Carlqvist assinalou:
"perguntas inundaram as redes sociais. Quem são essas pessoas que a Suécia está acolhendo? quantos não são vítimas inocentes da guerra e sim criminosos de guerra ou de outra espécie, infiltrados entre os refugiados? Fora isso, será que devemos pagar bilhões em impostos para sustentar e abrigar cidadãos de outros países, ainda que alguns deles procurem nos assassinar"?
Essas mesmas perguntas valem também para os novos refugiados acantonados nas fronteiras dos países europeus: quantos não são vítimas inocentes da guerra e sim criminosos de guerra ou de outra espécie, infiltrados entre os refugiados?
Os governos europeus precisam proteger a segurança de seus cidadãos bem como sua identidade cultural e liberdades. O parlamentar holandês Geert Wilders sugeriu que aqueles que tiverem um passaporte de um país islâmico, além de um passaporte holandês, deveriam assinar uma declaração contra a sharia. Na declaração deveria constar o comprometimento de não tentar introduzir a lei islâmica da sharia na Holanda e o repúdio a todas as passagens violentas do Alcorão.
"Caso não concordem", disse Wilders, "no que depender de mim, esses indivíduos não poderiam permanecer na Holanda... Não podemos permitir que haja centenas de milhares de pessoas na Holanda querendo introduzir a Sharia. Vocês têm que aceitar a democracia holandesa e renunciar à Sharia. Eu quero que eles declarem publicamente que aceitam esses quesitos".
Novos candidatos a refugiados também deveriam assinar essa declaração. Se eles defendem as leis islâmicas, então provavelmente a Europa não seja o lugar mais adequado para eles. E se eles cometerem crimes, como estupro, assassinato ou procurarem implantar a lei da Sharia, devem ser imediatamente deportados.
Essas condições não são mais "discriminatórias em relação a muçulmanos" do que em relação a amigos, querer que convidados em sua casa se comportem de forma educada. É meramente o mesmo que governantes no Oriente Médio, por exemplo sauditas e emiradenses fazem em relação a visitantes e estrangeiros. A proposta é a forma racional e legítima de proteger a civilização européia, as vidas e liberdades de todos os seus cidadãos.
Por que se deve esperar que a Europa cometa suicídio e se transforme em mais uma nação muçulmana onde a vida e a liberdade não tem nenhum valor? Quantos "Charlie Hebdos" a Europa terá que suportar para provar que a sua "tolerância multicultural" é suicida?
A Europa precisa proteger a si e às suas liberdades, sem nenhum constrangimento. Os ancestrais dos europeus pagaram um preço extremamente alto durante muitos anos para que seus descendentes pudessem desfrutar a Europa de hoje.
Além disso, os muçulmanos não deveriam transformar a Europa, que está sendo tão generosa, em mais nações muçulmanas. Já há barbáries demais, misoginia e perseguição demais no mundo muçulmano.
Os muçulmanos poderiam nos prestar um enorme favor se eles fossem perseverantes no esforço de transformar as nações muçulmanas em terras como as européias, como os curdos estão procurando fazer.
Hoje, os curdos formam a única nação muçulmana que está combatendo, com seriedade, com suas próprias vidas, o Islã político. O Governo Regional do Curdistão (GRC) no Iraque está comprometido em proteger as minorias religiosas. Milhares de famílias cristãs fugiram da violência e de ameaças em outras localidades do Iraque e encontraram refúgio na região do Curdistão. Na região do GRC há um grande número de cristãos de diferentes seitas, bem como dezenas de milhares de yazidis.[1]
Se houvesse um Curdistão independente, os curdos poderiam melhorar ainda mais a região. Curdos em quatro regiões do Curdistão, através de suas batalhas contra o ISIS e demais grupos islamistas, deram provas de que sua resistência trará liberdade não apenas a eles (curdos), mas também a outras minorias perseguidas naquela região.
Mas, à medida que os curdos estão sozinhos, praticamente sem apoio em sua tirania islamista, muitos, no Curdistão sírio e iraquiano, estão tentando fugir para outras terras, como refugiados. Se os curdos tivessem seu próprio estado, protegido e independente, eles não teriam que procurar outras terras para fugir quando atacados por grupos ou regimes suicidas.
O Ocidente devia apoiar o Curdistão em sua luta pela independência. Esse apoio viria a ser um dos passos mais importantes, não somente para libertar uma nação heróica e voltada para o futuro, mas também para ajudar a diminuir a tragédia dos refugiados na região.
Os principais facínoras responsáveis pela atual crise de refugiados no mundo são as massas e os regimes muçulmanos que têm feito muito pouco para salvar suas terras da violência e tirania islamista.
Não importa para onde vão, são eles próprios, muçulmanos, que terão que lutar e mudar suas sociedades para melhor. Conforme ensina a história, um empreendimento dessa envergadura requererá muito trabalho pesado, muita reflexão e autocrítica. Caso tivessem dado ao jornalista azerbaidjano Rafiq Tagi o direito de viver, ele podia ter dado insights formidáveis sobre o que o muçulmanos poderiam fazer para cessar a perseguição no mundo muçulmano, promover a ciência e ajudar a melhorar a vida para todos os muçulmanos na região
                Excelente e documentário dos desdobramentos da invasão islâmica na Europa
                                                                         

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A irmandade bolivariana do fracasso-Brasil,Venezuela,Equador,Bolívia,Nicarágua e Argentina



                                                                      


Até pouco tempo atrás, talvez apenas alguns dias, a grande irmandade bolivariana, formada por Venezuela, Equador e Bolívia e reforçada por Nicarágua e Argentina, provocava suspiros de admiração e solidariedade de petistas, simpatizantes e afins. Provavelmente, a grande maioria dos militantes do PT e dos nanopartidos de extrema esquerda que lhe dão suporte ainda vê o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez – que lançou as bases da doutrina, marcada por um socialismo retrógrado,  restrições à liberdade de imprensa, um antiamericanismo tosco e um apoio incondicional à ditadura cubana como o Grande Timoneiro de la revolución na América Latina no século XXI.

Essa mentalidade ultrapassada, abandonada na maior parte do mundo com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o fim da União Soviética, em 1991, foi retratada com fina ironia pelo escritor Carlos Alberto Montaner gênio– um exilado cubano que vive entre a Espanha e os Estados Unidos – em seu livro O manual do perfeito idiota latino-americano (Ed. Bertrand Brasil), escrito em conjunto com o colombiano Plínio Apuleyo Mendoza e o peruano Álvaro Vargas Llosa, filho do escritor Mario Vargas Llosa 

De repente, não mais que de repente, um número crescente de petistas e de seus aliados passou a se mostrar incomodado, ao menos publicamente, com o rótulo de “bolivariano”, atribuído por representantes da oposição aos governos do PT.  Esse grupo, embora minoritário, tem procurado distanciar a obra de Dilma e de Lula do regime de Chávez e de seus congêneres sul-americanos, para surpresa de todos aqueles que observam a estreita ligação cultivada pelo PT e seus caciques com o eixo bolivariano desde que o partido assumiu o poder no país. Sob a alegação de que os governos de Dilma e Lula não tiveram qualquer semelhança com o regime de Chávez e Nicolás Maduro, seu sucessor, eles afirmam ser um “equívoco” chamar as gestões petistas de bolivarianas. Até na mídia apetralhada, começaram a pipocar artigos nos últimos dias procurando demonstrar que essa tese faz sentido.

Talvez, a rigor, os governos de Lula e Dilma não tenham mesmo sido bolivarianos, se comparados com os regimes da Venezuela e de seus parceiros da “tríplice aliança” andina – o Equador e a Bolívia. Mas, se o Brasil não se converteu numa republiqueta bolivariana nos 12 anos de governo petista, isso se deve, em boa medida, às sólidas instituições do país apesar de uma oposição medíocre e acovardada. Temos um Judiciário (até agora) independente do Poder Executivo e um Congresso que, apesar de todas as suas mazelas, não se curva aos pendores autoritários dos governos petistas.  Daqui para frente, por tudo o que se viu durante a campanha eleitoral, é de se esperar que haverá também uma oposição aguerrida? para fiscalizar as ações bolivarianas de Dilma e do PT. Ela inclui não apenas os políticos, mas também uma parcela significativa da sociedade, cansada da bandalheira e dos descaminhos do país, que deu a Aécio uma votação estrondosa de 51 milhões de votos.que só não ganhou primeiro pela covardia do mesmo segundo porque houve fraude.

Não é por acaso que o PT e os governos do partido são chamados de bolivarianos.  Não é só por  paranoia da “elite branca de olhos azuis”. Sobram indícios preocupantes do bolivarianismo petista nas políticas e nas propostas feitas por Lula e Dilma em seus governos. Do projeto de “regulação social” da mídia, curiosamente defendido por sindicatos e associações de jornalistas, que deveriam ser os primeiros a defender a liberdade de imprensa, aos conselhos populares que pretendem enfraquecer o Congresso e estabelecer uma democracia direta no país, sob o comando de organizações alinhadas ao PT e a seus parceiros, não faltam iniciativas que mereçam ser chamadas de bolivarianas – e com letras maiúsculas.  Não seria exagero dizer, com base nas ações tomadas desde a posse de Lula, em 2003, que o PT traz em seu gene um DNA bolivariano.

Para quem tem dúvida desse vínculo genético, eis alguns exemplos de projetos e ações de viés bolivariano dos governos de Dilma e Lula, inclusive na política externa:

• o decreto que criou os "conselhos populares", determinando que os órgãos oficiais viabilizassem a “participação popular como método de governo" (derrubado na semana passada na Câmara Federal e agora aguardando votação no Senado);

• a proposta de um plebiscito e da formação de uma Constituinte para realizar uma reforma política;

• o projeto de “regulação social” dos meios de comunicação, cujo objetivo, na verdade, é restringir o direito de expressão dos veículos que não são favoráveis ao governo;

• o aparelhamento de órgãos da administração direta e de estatais por membros do PT e o uso escancarado da máquina pública em defesa da candidatura de Dilma na campanha, como nos casos da propaganda eleitoral de Aécio que não foi entregue pelos Correios em Minas e do uso criminoso do cadastro de beneficiários do Bolsa Família para envio de mensagens vinculando o candidato do PSDB ao fim do programa;

• a crítica da ação armada dos Estados Unidos e de outros países contra o “Estado Islâmico” (EI), uma das mais sanguinárias organizações terroristas do mundo, na Assembleia Geral da ONU;

• a hospedagem oficial do ditador de Cuba, Raúl Castro, no Palácio da Alvorada, durante um encontro de chefes de Estado em Brasília. Dilma ainda permitiu que o Alvorada fosse transformado em sala de despachos do líder cubano, que recebeu Maduro para uma conversa reservada;

• a indefinição sobre asilo ao político boliviano Roger Pinto Molina, um dos principais opositores do regime de Evo Morales, que acabou fugindo da Bolívia para o Brasil com o apoio de um diplomata brasileiro, depois de ficar abrigado na Embaixada  brasileira em La Paz por mais de um ano;

• a suspensão do Paraguai do Mercosul sob a alegação de que o impeachment do companheiro Fernando Lugo, ex-presidente do país, foi um "golpe", embora efetuado de acordo com as normas constitucionais do país. Durante a suspensão do Paraguai, que era contra a entrada da Venezuela no Mercosul, o Brasil manobrou para aprovar o ingresso do país hermano na calada da noite;

• o apoio não declarado às milícias do PT e de outros partidos de esquerda que impediram de forma truculenta a blogueira cubana Yoani Sanchéz de dar palestras no país;

• a concessão de asilo político ao ex-terrorista italiano, Cesare Battisti, condenado na Itália pelo envolvimento em, quatro homicídios;

• o perdão de uma dívida de US$ 53 milhões da Bolívia com a Petrobras, em  prejuízo do país e dos milhões de acionista minoritários da empresa no Brasil e no exterior;

• a realização de uma parceria com Hugo Chávez para construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, contrariando pareceres técnicos da Petrobras. A Venezuela jamais aportou os recursos acordados e o Brasil teve de arcar sozinho com o custo da obra, sobre a qual pairam suspeitas de um superfaturamento de R$ 243 milhões; 

• a prisão e entrega criminosa de dois pugilistas cubanos que pediram asilo no Brasil durante os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007 à ditadura dos irmãos Castro.

Está bom ou quer mais?
                                                                        

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Árabes Cristãos? existem?

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Os “Árabes cristãos” existem?  não são muçulmanos deste de sua origem? pelo contrário, os árabes se tornam cristãos a partir  do surgimento do cristianismo no oriente, no século I, e seu desenvolvimento até o século VII, quando surge o Islã. Existe uma diversidade de Igrejas no oriente, sua convivência com outras religiões locais e a atual situação dos cristãos no Oriente Médio. é importante  destacar que nos países árabes não existem somente muçulmanos, mas sim um mosaico de religiões que há séculos coexistem nas mesmas terras. Esta diversidade é uma das grandes riquezas do oriente”, 
Muitas pessoas se perguntam 
Quais são as Igrejas-ritos existentes nos países árabes? Em termos gerais, o que as torna diferentes umas das outras?
No oriente há varias igrejas que estão divididas em católicas (ligadas ao papa de Roma e a um patriarca) e ortodoxas (ligadas somente ao patriarca, sendo que cada igreja tem seu chefe religioso). Existe um livro excelente chama “As igrejas orientais, católicas e ortodoxas, tradições vivas” (Editora Ave Maria, 2 ed. 2006), que apresenta a história de 59 Igrejas orientais. Então da para ver o mosaico do cristianismo oriental que diferentemente do ocidente, não ficou com uma única Igreja (latina), mas cada comunidade manteve sua autonomia e tradições, mas ligados ao mesmo objetivo: anunciar a boa nova (evangelho) de Jesus Cristo.  

Os cristãos já foram maioria nos países árabes?
Sim, antes do século VII, quando nasce o Islã, grande parte do oriente era todo cristão. Basta passar pelo Oriente e ver a quantidade de igrejas, mosteiros, muitos hoje em ruínas ou transformados em mesquitas. O oriente é o berço do cristianismo, lugar onde nasceu as primeiras comunidades cristãs, lugar onde os discípulos de Jesus receberam a denominação de cristãos (na Antioquia, atualmente em território turco). É importante saber que o oriente não guarda somente a religião muçulmana. Os árabes também são cristãos, judeus, drusos, entre outros. Hoje, estima-se que haja no oriente cerca de 20 milhões de cristãos.  

Grande parte das pessoas acredita que nos países árabes existem apenas muçulmanos, certo?
Quando se fala no oriente logo se tem a imagem dos muçulmanos. existem palestras sobre o oriente que quando tratam de religião, esquecem de mencionar os cristãos. As imagens mostram sempre fotos de mesquitas e minaretes, mas esquecem de mostrar que também existem igrejas, que estão lá desde antes do Islã. Existem igrejas em Beirute, Damasco, Cairo, Bagdá, Palestina, etc. São igrejas vivas a atuantes e fazem parte da sociedade árabe. Muitos dirigentes e fundadores de partidos árabes são cristãos, mas a mídia sempre ela, às vezes, deixa parecer que são todos muçulmanos. Vários nomes de cristão são citados frequentemente, por exemplo, Boutrops Boutros-Ghali, egípcio e cristão copta, que foi secretário-geral da ONU e ministro em seu país. Tem ainda a intelectual Hanan Ashrawi, palestina e cristã ortodoxa, que foi ministra da Palestina. Ela é filha de Daud Mikhael, um dos fundadores da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Vale lembrar também Tarek Azizi, iraquiano e cristão assiríaco, que foi ministro no governo de Saddam Hussein. Como esses, existem muitos outros.  

Por que o número de muçulmanos nos países árabes cresce e o de cristãos diminui?
Os constantes conflitos no Oriente Médio ocasionam a imigração, pessoas que procuram outros locais para sobreviverem, e os cristãos sempre partem em busca de novas terras. Veja que a grande emigração de árabes cristãos, particularmente libaneses e sírios, foi a partir de 1880. A emigração árabe no Brasil no fim do século XIX e início do XX é maioria de cristãos. A partir dos anos 1980 é que começou um maior fluxo de emigrantes muçulmanos, que fogem também dos conflitos. Outra questão é o fato do cristão ter menos filhos, geralmente dois ou três, enquanto a maioria muçulmana não tem menos de cinco.  

Uma curiosidade devido às invasões e dominação islâmica, sua dispersão (dos cristãos) foi grande e os que ficaram sofreram mudanças culturais e linguísticas ao se arabizarem." Mas esses cristãos já não eram árabes. o que quer dizer "se arabizarem"? procede esta informação?
É necessário observar, que antes do Islã, que surge no século VII, os povos que habitavam as regiões do Líbano, Síria, Palestina, Iraque e Jordânia, não falavam a língua árabe, que era restrita à região onde hoje está o golfo árabe (Arábia Saudita, Emirados Árabes e etc.). Se falava o aramaico e seus diversos dialetos. Na pequena cidade síria Maaloula, perto de Damasco, ainda hoje se fala a língua aramaica, um dialeto próximo do idioma que Jesus usava. Então esses povos não eram árabes, mas sim canaanitas. Depois do século VII, com a expansão do Islã é que essas regiões se tornaram capitais de impérios islâmicos e a língua árabe passou a vigorar, levando esses povos a serem também chamados de árabes.  

Quais elementos da cultura árabe podem hoje ser identificados nas tradições religiosas cristãs?
O idioma.  

Há liberdade religiosa para os cristãos nos países árabes?
Em geral nos países árabes há liberdade religiosa, mas ao mesmo tempo existe um controle sobre a questão de conversões religiosas. Em alguns países árabes, como na África do Norte Marrocos, Tunísia,Argélia,Líbia e Egito, existe a liberdade religiosa para os estrangeiros praticarem suas religiões, mas não para fazer missões juntos a cidadãos locais. No Oriente Médio, alguns países proíbem todo tipo de manifestação religiosa que não seja do Islã. Na Arábia Saudita encontros religiosos e construção de templos são proibidos, não importa qual religião. Alguns países do Golfo permitiram nestes últimos anos a construção de igrejas cristãs em seus países, como os Emirados Árabes Unidos e o Kwait, isto porque existe um grande número de trabalhadores estrangeiros (filipinos, sri lanqueses, libaneses, sírios, egípcios, cristãos) que residem no Golfo Árabe. No Líbano, a comunidade religiosa tem mais liberdade e representantes no parlamento, há várias universidades cristãs nos país, o que leva grande parte dos cristãos de outros países virem estudar no Líbano. 

Uma curiosidade que poucos nativos brasileiros sabem 
Dom Pedro II ao oriente. o imperador era um conhecedor e admirador da cultura árabe.viajou pela Síria, Líbano, Palestina e Egito. O imperador, com seu vasto conhecimento, entrou em várias áreas do saber, como história, cultura e religião.