Cuba: antes e depois de 1959
Che_e_Fidel como se sabe, os admiradores da Revolução Cubana
costumam pintar um falso quadro da Perla del Caribe, tanto no que se refere a
antes de 1959, como no que se refere a depois desta data da grande mudança
levada a cabo por El Coma Andante Fidel Castro y los barbudos.
Em 1959, Cuba era um país semi-industrializado, mas com um
padrão razoável de vida, graças ao intenso turismo com seus magníficos cassinos
e suas belas praias. É verdade que ainda tinha grandes bolsões de pobreza,
principalmente nas suas grandes fazendas de cana-de-açúcar e de tabaco.
Depois de 1959, Cuba continuou um país semi-industrializado,
tendo sua produção agrícola subsidiada pela URSS em troca de produtos
industrializados soviéticos. O fato é que a URSS nada fez para promover a
industrialização da Ilha.
[Revoluções comunistas só ocorreram, até hoje, em países
semiagrários ou semi-industrializados, como Rússia, China, Coreia do Norte,
Cuba, países africanos, etc., só para contrariar Karl Marx, o profeta caolho,
que aguardava a revolução em países capitalistas avançados, como a Inglaterra e
a Alemanha].
Com a dissolução da URSS quarenta anos depois (1989), a
situação socioeconômica de Cuba piorou, mas em breve tempo continuou sendo
salva da desgraça completa, graças aos petrodólares de Hugorila Chávez.
E hoje parece ter ganho um novo alento com o restabelecimento
diplomático feito pelo socialista Barack Obama abençoado por um Papa igualmente
socialista. No entanto, é bastante duvidoso que o fim do bloqueio comercial –
ainda não aprovado pelo Congresso Americano – venha a produzir um grande
desenvolvimento socioeconômico em Cubanacan, misterioso país del amor.
Iremos apresentar em seguida um breve relato dos pontos
positivos de Cuba antes da Revolução de 1959. Ao lê-lo, o leitor certamente
será levado a perceber que Cuba ficou muito pior do que estava antes de 1969 e
que perdeu todas as expectativas que tinha de um futuro promissor.
“A primeira nação da América espanhola, incluindo a Espanha e
Portugal, que utilizou máquinas e barcos a vapor foi Cuba, em 1829. A primeira
nação da América Latina e a terceira no mundo (atrás da Inglaterra e dos EUA),
a ter uma ferrovia foi Cuba, em 1837. Foi um cubano que primeiro aplicou
anestesia com éter na América Latina em 1847. A primeira demonstração, em nível
mundial, de uma indústria movida a eletricidade foi em Havana, em 1877.
Em 1881, foi um médico cubano, Carlos J. Finlay, que
descobriu o agente transmissor da febre amarela e definiu sua prevenção e
tratamento. O primeiro sistema elétrico de iluminação em toda a América Latina
(incluindo Espanha) foi instalado em Cuba, em 1889. Entre 1825 e 1897, entre 60
e 75% de toda a renda bruta que a Espanha recebeu do exterior veio de Cuba.
Antes do final do Século XVIII Cuba aboliu as touradas por considerá-las
“impopulares, sanguinárias e abusivas com os animais”.O primeiro bonde
[elétrico] que circulou na América Latina foi em Havana em 1900. Também em
1900, antes de qualquer outro país na América Latina, foi em Havana que chegou
o primeiro automóvel.
A primeira cidade do mundo a ter telefonia com ligação direta
(sem necessidade de telefonista) foi em Havana, em 1906. Em 1907, estreou em
Havana o primeiro aparelho de Raios-X em toda a América Latina. Em 19 maio de
1913, quem primeiro realizou um voo em toda a América Latina foram os cubanos
Agustin Parla e Rosillo Domingo, entre Cuba e Key West, que durou uma hora e
quarenta minutos.
O primeiro país da América Latina a conceder o divórcio a
casais em conflito foi Cuba, em 1918. O primeiro latino-americano a ganhar um
campeonato mundial de xadrez foi o cubano José Raúl Capablanca, que, por sua
vez, foi o primeiro campeão mundial de xadrez nascido em um país
subdesenvolvido. Ele venceu todos os campeonatos mundiais de 1921-1927
Em 1922, Cuba foi o segundo país no mundo a abrir uma estação
de rádio e o primeiro país do mundo a transmitir um concerto de música e
apresentar uma notícia pelo rádio. A primeira locutora de rádio do mundo foi
uma cubana: Esther Perea de la Torre.
Em 1928, Cuba tinha 61 estações de rádio, 43 delas em Havana,
ocupando o quarto lugar no mundo, perdendo apenas para os EUA, Canadá e União
Soviética. Cuba foi o primeiro no mundo em número de estações por população e
área territorial.
Em 1937, Cuba decretou pela primeira vez na América Latina, a
jornada de trabalho de 8 horas, o salário mínimo e a autonomia universitária.
Em 1940, Cuba foi o primeiro país da América Latina a ter um presidente da raça
negra, eleito por sufrágio universal, por maioria absoluta, quando a maioria da
população era branca. Ela se adiantou em 68 anos aos Estados Unidos. Em 1940,
Cuba adotou a mais avançada Constituição de todas as Constituições do mundo.
Na América Latina foi o primeiro país a conceder o direito de
voto às mulheres, igualdade de direitos entre os sexos e raças, bem como o
direito das mulheres trabalharem.
O movimento feminista na América Latina apareceu pela
primeira vez no final dos anos trinta em Cuba. Ela se antecipou à Espanha em 36
anos, que só vai conceder às mulheres espanholas o direito de voto, o de posse
de seus filhos, bem como poder tirar passaporte ou ter o direito de abrir uma
conta bancária sem autorização do marido, o que só ocorreu em 1976.
Em 1942, um cubano se torna o primeiro diretor musical
latino-americano de uma produção cinematográfica mundial e também o primeiro a
receber indicação para o Oscar norte-americano. Seu nome: Ernesto Lecuona. O
segundo país do mundo a emitir uma transmissão pela TV foi Cuba em 1950. As
maiores estrelas de toda a América, que não tinham chance em seus países foram
para Havana para atuarem nos seus canais de televisão.
O primeiro hotel a ter ar condicional em todo o mundo foi
construído em Havana: o Hotel Riviera em 1951. O primeiro prédio construído em
concreto armado em todo o mundo ficava em Havana: o Focsa, em 1952. Em 1954,
Cuba tem uma cabeça de gado por pessoa. O país ocupava a terceira posição na
América Latina (depois de Argentina e Uruguai) no consumo de carne per capita.
Em 1955, Cuba é o segundo país na América Latina com a menor taxa de mortalidade
infantil (33,4 por mil nascimentos).
Em 1956, a ONU reconheceu Cuba como o segundo país na América
Latina com as menores taxas de analfabetismo (apenas 23,6%). As taxas do Haiti
eram de 90%; e Espanha, El Salvador, Bolívia, Venezuela, Brasil, Peru, Guatemala
e República Dominicana, 50%. Em 1957, a ONU reconheceu Cuba como o melhor país
da América Latina em número de médicos per capita (1 por 957 habitantes), com o
maior percentual de casas com energia elétrica, depois do Uruguai; e com o
maior número de calorias (2870) ingeridas per capita.
Em 1958, Cuba é o segundo país do mundo a emitir uma
transmissão de televisão a cores. Em 1958, Cuba é o país da América Latina com
maior número de automóveis (160.000, um para cada 38 habitantes). Era quem mais
possuía eletrodomésticos. O país com o maior número de quilômetros de ferrovias
por km2 e o segundo no número total de aparelhos de rádio. Ao longo dos anos
cinquenta, Cuba detinha o segundo e terceiro lugares em internações per capita
na América Latina, à frente da Itália e mais que o dobro da Espanha.
Em 1958, apesar da sua pequena extensão e possuindo apenas
6,5 milhões de habitantes, Cuba era a 29ª economia do mundo. Em 1959, Havana
era a cidade do mundo com o maior número de salas de cinema: 358, batendo Nova
York e Paris, que ficaram em segundo lugar e terceiro, respectivamente.
E depois o que aconteceu? Veio a Revolução comunista com seus amigos
absolutistas.”
Complementa o relato acima este outro mais sucinto, porém
bastante revelador do retrocesso socioeconômico cubano:
“Na década de 1960, fiz um trabalho sobre a produtividade da
cana de açúcar. Lembro-me bem que naquela época a produtividade da cana em
Cuba, exatamente 55,2 ton/ha, era mais do dobro da produtividade no Brasil,
exatamente 22,6 ton/ha. Hoje, a produtividade no Brasil, 70 ton/ha, é mais do
dobro da produtividade de Cuba, 30 ton/ha.
Em 1959, a renda média per capita em Cuba era a segunda maior
da América Latina. Hoje, sua renda média per capita só fica acima da do Haiti”. Diga-se de passagem: o que não é nenhuma vantagem.
.Muitos
“intelectuais” brasileiros ainda adoram Cuba – bem de longe, do conforto do
capitalismo. Escolhem Paris para passar as férias, mas enaltecem os “avanços”
cubanos. Não são obrigados a viver naquela prisão. Não passam de hipócritas!
Culpam o embargo americano pela miséria em Cuba, ignorando que ao mesmo tempo
condenam a globalização e chamam de “exploração” o comércio com os americanos.
Tanto o embargo como a ALCA são igualmente condenados. A contradição lógica
nunca foi empecilho para quem não tem honestidade intelectual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário