A taxa
SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, aumenta por causa do governo gastador.simples
assim
OS TÍTULOS DO
TESOURO
Toda
a encrenca se origina de um fato muito simples: o governo é incapaz de manter um orçamento equilibrado, como o
brasileiro quer mais estado - isto é, o governo é incapaz de gastar apenas
aquilo que ele arrecada.
Como
sua receita tributária é sempre menor
que suas despesas - afinal, vivemos em uma democracia, e quanto mais o partido governante gastar com seus apaniguados e com
toda a sua base de apoio, maiores as chances de ele se eternizar
no poder -, o governo está sempre precisando arrumar outros meios de
financiamento.
E
o responsável por conseguir esse financiamento é o Tesouro Nacional lembram é
uma conta onde estão depositados os impostos dos brasileiros.. O Tesouro
pode se financiar apenas com a emissão
de títulos (ele não tem o poder de imprimir moeda, como tem o Banco Central
- que ainda não entrou na história). Quando a arrecadação de impostos é insuficiente para cobrir os gastos do
governo, o Tesouro tem de emitir títulos para conseguir mais dinheiro.
O Tesouro precisa emitir títulos - isto é, precisa se
endividar - para conseguir financiamento. Quem compra esses
títulos? Em sua maioria, bancos (também chamados de 'intermediários
financeiros', no jargão politicamente correto). Entretanto, pessoas
físicas como você também podem comprar esses títulos diretamente do Tesouro. Aplicar
em títulos do Tesouro indiretamente nos torna um parasita, vivendo dos juros
pagos pelos impostos arrancados do
setor produtivo da sociedade...
Vejam que interessante pessoas físicas comprando títulos
ainda representam uma exceção - o grosso dos títulos é de fato comprado pelos
bancos. Mas não é qualquer banco que pode comprar esses títulos
diretamente do Tesouro. Apenas 10
isso mesmo 10 escolhidos pelo estado têm esse privilégio (Bradesco,
Citibank, Banco Do Brasil, Itaú, Banco Safra, Santander, UBS Pactual, Votorantim
e Caixa Econômica Federal).
Então porque os juros são tão altos aqui na terra de Macunaíma?
Por
Que os Juros São Altos no Brasil? Selic de 14,35 %
A
pergunta que ninguém, e ao mesmo tempo todo mundo, responde.
Porém,
isso quase nada significa quando se sabe que as taxas de juros para pessoa
física estão em 130,58% ao ano e para pessoa jurídica, 61,22% ao ano ou seja
milhões de cidadãos foram induzidos a se endividarem com este perfil de custo
do dinheiro(dados de julho).
Existem
várias explicações, para os juros no Brasil serem altos, porém as mais
plausíveis são perfis de economias sem concorrência
como a nossa e fechadas e ainda tem gente que acha este modelo bom para o
país.:
1) Pouca concorrência no setor
bancário. As regulamentações criadas pelo próprio Banco Central impedem o fácil estabelecimento de novas
redes bancárias, que trariam mais concorrência
para os grandes bancos já estabelecidos. Como todo cartel, o sistema
bancário também é um cartel que se
sustenta apenas por causa do estado. Os bancos, ao contrário do que
se diz, adoram ser controlados e
regulados ( tanto banqueiros quanto garis de rua são do mesmo tronco genético)
pelo Banco Central, pois é este quem lhes protege
de qualquer possibilidade de concorrência.
2) Judiciário leniente com o devedor
parceiraço. No Brasil parece valer a máxima "devo, não pago; nego enquanto puder". O calote
virou uma instituição protegida
judicialmente, pois aqui se segue a filosofia
marxista de que o credor é um ente espoliativo e malvado
e o devedor é o coitado desinformado que contraiu uma dívida
involuntariamente. Sendo assim, por uma questão de 'justiça
social', deve-se manter o credor despido
de suas posses e o devedor no pleno gozo delas. Parece que é preciso
ter um Ph.D em sociologia para não perceber que esse arranjo corresponde a um roubo, pura e simplesmente. A
solução mais prática e viável - e que justamente por isso ninguém quer adotar -
é permitir a alienação fiduciária (ou
reintegração de posse) em todas as modalidades de empréstimos.
Atualmente ela existe para o financiamento de carros. E, não por
coincidência, trata-se um mercado em que
juros são dos mais baixos. Não é algo difícil de entender. Se A empresta seu dinheiro (sua propriedade)
para B, que utiliza esse dinheiro para comprar um apartamento e não devolve a A
o valor combinado, então B roubou A. E se o apartamento comprado por B foi comprado com a propriedade de A,
então A é o dono legal desse apartamento. A tem o direito de tomá-lo
quando quiser. E é isso que a justiça brasileira não permite.
Munido de um bom advogado, B pode
tranquilamente usufruir uma boa cobertura em Ipanema utilizando a propriedade
de A - tudo em nome da justiça social.
3) Governo. O maior devedor da economia brasileiro é o
estado. Como ele não consegue financiar
todas as suas atividades meramente por meio da arrecadação de impostos, ele
precisa recorrer aos empréstimos bancários. . E como o Tesouro
faz isso com constância, os bancos
direcionam boa parte do depósito de seus clientes para a compra desses
títulos. Logo, o dinheiro que poderia ir para o setor produtivo na forma
de crédito, acaba sendo sugado para o setor não produtivo na forma de
empréstimos que serão pagos via impostos ou via mais empréstimos.
Ou seja: o governo se endivida para pagar dívidas antigas (o que se chama
'rolar a dívida'). Com um estado tão inchado e perdulário,
é realmente difícil sobrar dinheiro para o setor produtivo da economia. O
pouco que sobra é encarecido tanto pela
lei da oferta e demanda quanto pelos dois itens acima. Aí fica difícil.
Ah,
sim, o amigo mais atento provavelmente já concluiu o óbvio: se não existissem
títulos públicos, isto é, se o governo
não se endividasse, não haveria como o Banco Central fazer política
monetária. Não haveria como o Banco Central estipular juros. Não
haveria como o Banco Central planejar a economia. Os bancos comerciais teriam de concorrer entre si para fornecer
empréstimos ao setor produtivo da economia. Somente assim eles
conseguiriam obter algum lucro. Atualmente eles não precisam recorrer a
essa faina inglória, pois podem apenas aplicar em títulos públicos (100%
seguros, garantidos pelo governo) e acender o charuto. Os juros para
pessoas físicas e jurídicas inevitavelmente seriam menores. Haveria,
enfim, um genuíno livre mercado.
ESTE
É O CAPITALISMO CAIAPÓ NACIONAL.
Crônica de uma Morte anunciada
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