quinta-feira, 30 de julho de 2015

Porque os juros são altos por aqui? por que o povo quer mais estado.

               
A taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, aumenta por causa do governo gastador.simples assim
OS TÍTULOS DO TESOURO
Toda a encrenca se origina de um fato muito simples: o governo é incapaz de manter um orçamento equilibrado, como o brasileiro quer mais estado - isto é, o governo é incapaz de gastar apenas aquilo que ele arrecada.
Como sua receita tributária é sempre menor que suas despesas - afinal, vivemos em uma democracia, e quanto mais o partido governante gastar com seus apaniguados e com toda a sua base de apoio, maiores as chances de ele se eternizar no poder -, o governo está sempre precisando arrumar outros meios de financiamento.
E o responsável por conseguir esse financiamento é o Tesouro Nacional lembram é uma conta onde estão depositados os impostos dos brasileiros..  O Tesouro pode se financiar apenas com a emissão de títulos (ele não tem o poder de imprimir moeda, como tem o Banco Central - que ainda não entrou na história).  Quando a arrecadação de impostos é insuficiente para cobrir os gastos do governo, o Tesouro tem de emitir títulos para conseguir mais dinheiro.
O Tesouro precisa emitir títulos - isto é, precisa se endividar - para conseguir financiamento.  Quem compra esses títulos?  Em sua maioria, bancos (também chamados de 'intermediários financeiros', no jargão politicamente correto).  Entretanto, pessoas físicas como você também podem comprar esses títulos diretamente do Tesouro. Aplicar em títulos do Tesouro indiretamente nos torna um parasita, vivendo dos juros pagos pelos impostos arrancados do setor produtivo da sociedade...
Vejam que interessante pessoas físicas comprando títulos ainda representam uma exceção - o grosso dos títulos é de fato comprado pelos bancos.  Mas não é qualquer banco que pode comprar esses títulos diretamente do Tesouro.  Apenas 10 isso mesmo 10 escolhidos pelo estado têm esse privilégio (Bradesco, Citibank, Banco Do Brasil, Itaú, Banco Safra,  Santander, UBS Pactual, Votorantim e Caixa Econômica Federal). 
Então porque os juros são tão altos aqui na terra de Macunaíma?
Por Que os Juros São Altos no Brasil? Selic de 14,35 %
A pergunta que ninguém, e ao mesmo tempo todo mundo, responde.
Porém, isso quase nada significa quando se sabe que as taxas de juros para pessoa física estão em 130,58% ao ano e para pessoa jurídica, 61,22% ao ano ou seja milhões de cidadãos foram induzidos a se endividarem com este perfil de custo do dinheiro(dados de julho).
Existem várias explicações, para os juros no Brasil serem altos, porém as mais plausíveis são perfis de economias sem concorrência como a nossa e fechadas e ainda tem gente que acha este modelo bom para o país.:
1) Pouca concorrência no setor bancário.  As regulamentações criadas pelo próprio Banco Central impedem o fácil estabelecimento de novas redes bancárias, que trariam mais concorrência para os grandes bancos já estabelecidos.  Como todo cartel, o sistema bancário também é um cartel que se sustenta apenas por causa do estado.  Os bancos, ao contrário do que se diz, adoram ser controlados e regulados ( tanto banqueiros quanto garis de rua são do mesmo tronco genético) pelo Banco Central, pois é este quem lhes protege de qualquer possibilidade de concorrência.
2) Judiciário leniente com o devedor parceiraço.  No Brasil parece valer a máxima "devo, não pago; nego enquanto puder".  O calote virou uma instituição protegida judicialmente, pois aqui se segue a filosofia marxista de que o credor é um ente espoliativo e malvado e o devedor é o coitado desinformado que contraiu uma dívida involuntariamente.  Sendo assim, por uma questão de 'justiça social', deve-se manter o credor despido de suas posses e o devedor no pleno gozo delas.  Parece que é preciso ter um Ph.D em sociologia para não perceber que esse arranjo corresponde a um roubo, pura e simplesmente.  A solução mais prática e viável - e que justamente por isso ninguém quer adotar - é permitir a alienação fiduciária (ou reintegração de posse) em todas as modalidades de empréstimos.  Atualmente ela existe para o financiamento de carros.  E, não por coincidência, trata-se um mercado em que juros são dos mais baixos.  Não é algo difícil de entender.  Se A empresta seu dinheiro (sua propriedade) para B, que utiliza esse dinheiro para comprar um apartamento e não devolve a A o valor combinado, então B roubou A.  E se o apartamento comprado por B foi comprado com a propriedade de A, então A é o dono legal desse apartamento.  A tem o direito de tomá-lo quando quiser.  E é isso que a justiça brasileira não permite.  Munido de um bom advogado, B pode tranquilamente usufruir uma boa cobertura em Ipanema utilizando a propriedade de A - tudo em nome da justiça social.
3) Governo.  O maior devedor da economia brasileiro é o estado.  Como ele não consegue financiar todas as suas atividades meramente por meio da arrecadação de impostos, ele precisa recorrer aos empréstimos bancários. .  E como o Tesouro faz isso com constância, os bancos direcionam boa parte do depósito de seus clientes para a compra desses títulos.  Logo, o dinheiro que poderia ir para o setor produtivo na forma de crédito, acaba sendo sugado para o setor não produtivo na forma de empréstimos que serão pagos via impostos ou via mais empréstimos.  Ou seja: o governo se endivida para pagar dívidas antigas (o que se chama 'rolar a dívida').  Com um estado tão inchado e perdulário, é realmente difícil sobrar dinheiro para o setor produtivo da economia.  O pouco que sobra é encarecido tanto pela lei da oferta e demanda quanto pelos dois itens acima.  Aí fica difícil.
Ah, sim, o amigo mais atento provavelmente já concluiu o óbvio: se não existissem títulos públicos, isto é, se o governo não se endividasse, não haveria como o Banco Central fazer política monetária.  Não haveria como o Banco Central estipular juros.  Não haveria como o Banco Central planejar a economia.  Os bancos comerciais teriam de concorrer entre si para fornecer empréstimos ao setor produtivo da economia.  Somente assim eles conseguiriam obter algum lucro.  Atualmente eles não precisam recorrer a essa faina inglória, pois podem apenas aplicar em títulos públicos (100% seguros, garantidos pelo governo) e acender o charuto.  Os juros para pessoas físicas e jurídicas inevitavelmente seriam menores.  Haveria, enfim, um genuíno livre mercado.

ESTE É O CAPITALISMO CAIAPÓ NACIONAL.

                                               Crônica de uma Morte anunciada
                                                                              

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