quarta-feira, 1 de julho de 2015

A democracia liberal acabará se impondo cedo ou tarde.

A democracia liberal acabará se impondo

Espanha e Portugal foram potências excêntricas, mas que aceitaram suas condições de países ocidentais. A América Latina segue também neste rumo de abandonar a excentricidade, no que diz respeito à política Para poder se desenvolver e competir no Ocidente, a América Latina precisa abandonar a ideia de que há algo diferente ao Ocidente e incorporar-se, como fizeram Espanha e Portugal, ao mundo ocidental. Assim como faz o Chile, de alguma forma, e como fez Argentina durante muito tempo, antes de perder o rumo. O pior caminho para o desenvolvimento é tentar fazer algo diferente do que fazem Holanda, Dinamarca e os demais países ocidentais. É preciso integrar-se a esse mundo com grande firmeza. 

Infelizmente existe um certo apego da política latino-americana a formas antigas, isso teme a ver com uma velha tradição, no Brasil, no México e, de alguma maneira, na Venezuela, de apego ao positivismo. No Brasil e no México foi muito forte. A tradição positivista se prolongou. O que era uma especulação filosófica se converteu num modo de governo, e esse modo implicava que o Estado seria o poder diretor essencial na criação da riqueza e das condições para que as pessoas sejam felizes. Isso tem conseqüências muito graves, porque sobre esta tradição se montam quase que imediatamente o socialismo, o fascismo, o militarismo... todas as variantes antidemocráticas, que são contrárias à essência republicana. Há uma expressão do Alan Greenspan (economista norte-americano), usada em seu livro de memórias, na parte sobre a América Latina, que é "inércia ideológica". Isso nos leva a repetir o mesmo horror, buscando o desenvolvimento não como conseqüência da ação das empresas privadas, mas como conseqüência das decisões do Estado. E isso é muito grave porque já sabemos para onde conduz. 

Neste caso o positivismo é herança maldita no continente, a origem dele é francesa, mas lá não tomou conta. Comte (Auguste Comte, filósofo francês fundador do positivismo) inclusive foi recluso a um manicômio na França e como somos excêntricos tomamos ele muito a sério. E aconteceu que as pessoas já nem lembram o que foi o positivismo. Mas as maneiras de entender as relações entre a sociedade e o Estado hoje se encaixam nesta época. E sobre esta tradição se montam o resto do socialismo, de esquerda ou direita, e o militarismo, que fazem parte de uma mesma família. 

Talvez uma das causas da democracia retroceder na América Latina, com Chávez antes e Nícolas Maduro agora e Morales,  A democracia liberal acabará por se impor porque, ao final, a realidade sempre acaba se impondo. Agora estão se consolidando temporariamente na Venezuela, provavelmente no Equador e seguramente na Bolívia, governos que são deste populismo de esquerda estadista, e isso vai fracassar, como sempre fracassou. e claro pode custar muitos anos, pode liquidar outra geração inteira. 

A visão internacional é que o governo do PT não é tão democrático assim, se fala em ataques à liberdade de imprensa e num aparelhamento de Estado sem precedentes. Afinal o que é o PT? eles tem um coração populista de esquerda, mas a realidade brasileira, a estrutura política brasileira com seu Estado Federal e o jogo de forças políticas do país impedem que eles governem com o coração esquerdista, e tenham que governar com a cabeça de Fernando Henrique Cardoso e de outras forças políticas que puseram o Brasil numa direção da qual custaria muito trabalho tirá-lo sem causar grandes confrontos. 

Os grupos sociais em torno do PT são grupos que pregam o rancor de classe e que as diferenças sociais são conseqüência de uma injusta atitude de seus opositores, e então a reação a isso é de uma violência que não se vê na centro-direita liberal, que é muito mais tolerante. Além disso, a esquerda pode defender ditaduras repugnantes, como a de Castro, ou aliar-se facilmente à teocracia iraniana, sem encontrar nenhuma contradição. Logicamente são muito mais perigosos e têm essa estranha raiva. 

O modelo de democracia liberal europeu é perfeitamente aplicável à América Latina e alguns ajustes, como programas assistenciais, por exemplo, são necessários, já que 50% da população é muito pobre só que é preciso apostar na geração de riqueza. O assistencialismo não soluciona o problema da pobreza, o que faz é aliviar temporariamente. A única solução para a pobreza é a criação de empresas exitosas, onde as pessoas encontrem trabalho, empresas que ganhem dinheiro. Não se conhece outro procedimento para a criação de riqueza além deste. 

Enquanto tivermos no continente perfeitos idiotas latino-americanos e estes forem protagonistas em sua estratégia em tomar o poder mediante eleições e o país não tiver forças liberais organizadas para retira-los via democracia do poder, a venezuelização será fatal.

                             Obama ainda não entendeu, que regime vigora em Cuba.
                                                                      


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