quarta-feira, 1 de julho de 2015

Grécia ( o Brasil, a Bolívia, a Argentina, o Equador e a Venezuela ) da Europa


Quais são as causas da atual crise econômica na Europa?

São várias, mas na essência trata-se do fracasso de um sistema baseado no Estado Babá que distribuiu privilégios demais por meio do governo. Gastar mais do que se arrecada sistematicamente não é uma política sustentável. O grau de endividamento público chegou a patamares assustadores, e com os déficits explodindo por causa da crise de crédito, rolar as dívidas dos governos virou uma tarefa hercúlea. Os investidores começaram a exigir taxas de juros cada vez maiores, por conta do risco maior de default e uma expectativa de deterioração no quadro à frente. Sem drásticas reformas fiscais, a conta simplesmente não fecha.

O excesso de crédito no mundo, estimulado pelos próprios bancos centrais e governos, parece ter encontrado seu limite. Como o encontro com a realidade é sempre doloroso, forçando ajustes que machucam grupos de interesse, a tentação de manter a prosperidade ilusória por meio de emissão de moeda é grande demais. A "solução" voltar à realidade de mais poupança e menos consumo por meio de crédito fácil e privilégio estatal. A baixa competitividade da economia grega é um problema também, basicamente por causa de muitos privilégios trabalhistas. 

Qual o impacto dessa crise para o Brasil e para outros países? Quais as consequências mais graves para a economia mundial (bolsa de valores, moeda, exportações etc)?

Se a crise se agravar e a aversão ao risco chegar em níveis absurdos, o impacto poderá ser grande. O fluxo de capital pode secar repentinamente, os ativos podem despencar de preço, e as commodities também, afetando o quadro econômico brasileiro. A economia brasileira ainda tem pilares frágeis, pois as reformas estruturais não foram feitas. Os gargalos de sempre ainda impedem uma dinâmica mais sustentável em nossa economia. Falta infra-estrutura, mão-de-obra qualificada, flexibilidade no mercado de trabalho, maior confiança jurídica, menos burocracia e impostos, e um mercado de crédito saudável, ou seja, menos dependente do governo. 

O governo grego parece adotar sempre a mesma postura: se o problema é excesso de crédito, então ele cria mais crédito ainda! É análogo a dar mais bebida para um bêbado de ressaca. Esses pacotes representam uma enorme transferência de riqueza dos pagadores de impostos para seus consumidores (funcionários públicos com muitos privilégios). O excesso de intervenção direta dos governos ( agenda esquerdista sempre escolhida por povos cigarra), como mais regulação, também pode atrapalhar mais que ajudar. Isso gera incerteza ainda maior nos agentes de mercado, e pode engessar as inovações e o progresso. Na época da Grande Depressão em 1929, o excesso de intervencionismo estatal com o New Deal nos EUA agravou a situação, postergou a recuperação econômica, e gerou problemas que duram até hoje, como o rombo previdenciário.

Os gregos e outras nações cigarra se baseiam em um diagnóstico totalmente errado. Uma vez mais tentam culpar o livre mercado, os "especuladores", e poucos querem enxergar a realidade, a falência do modelo de gastança estatal, onde todos tentam viver à custa de todos por meio do "deus" governo. Esqueceram que "direitos" têm custo, implicam em deveres, responsabilidade. Se esta crise servisse para alterar esta mentalidade, eu  e outros adeptos do liberalismo econômico ficaríamos otimistas sim, apesar do elevado custo de aprendizagem no processo. Mas tenho receio de que nem mesmo com a crise os eleitores gregos vão aprender a lição. O sonho de se aposentar cedo, barrar a concorrência no mercado de trabalho através de privilégios do governo, e garantir infindáveis "direitos" ignorando quem paga a conta, acaba sendo um sonho bonito demais, que conquista muitos adeptos por meio da emoção. Será que a crise fará com que a razão volte a ser mais valorizada? Gostaria de crer que sim, mas não sei se este é o resultado mais provável.

                                      Porque somos pobres, documentário que explica, que não se trata de ter ou não ter recursos naturais, mais sim de integrar povos a um circuito de conhecimentos e saberes científicos e tecnológicos e modos de fazer que levam povos a prosperidade.
                                                                     

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