sábado, 11 de julho de 2015

Porque o Banco do Brasil e a CEF, querem que você deixe o seu dinheiro na Poupança

Entenda por que o BB e a CEF estão insistindo para você deixar seu dinheiro na caderneta
Vejam acima o bombardeio de notícias sobre a poupança,  Com toda certeza você leu ou ouviu algo sobre a poupança nos últimos dias. Há 6 meses os brasileiros estão retirando mais dinheiro da poupança do que colocando. 
O que está acontecendo? O que as manchetes acima têm a ver com as fotos abaixo?
E o que tudo isso tem a ver com você?
  • 1 - Por que as pessoas estão retirando o dinheiro da poupança? 
A resposta para os saques é bem simples e está relacionada com o poder de compra do brasileiro, e também com o custo de vida, inflação e juros altos. 
Há dois fatores principais: (1) necessidade de retirar o dinheiro da aplicação para o pagamento de contas e honrar compromissos, como parcelas do imóvel ou carro, entre outras, e (2) a queda no rendimento da poupança em relação a outros investimentos. 
Mas, como disse Charles Chaplin, "haverá de ver sempre o lado bom da chuva que cai”, há um lado positivo nas retiradas da poupança, que muito nos agrada, por sinal. 
Explico: se as pessoas estão tirando dinheiro da poupança para honrar compromissos, isso significa que estão aprendendo a evitar os altos juros de suas dívidas. Não querem mais correr o risco de entrar no cheque especial, muito menos entrar no rotativo do cartão de crédito. Essas duas “linhas de crédito” possuem os juros mais altos do mercado.
Outro lado melhor ainda da história é ver as pessoas tirando o dinheiro da poupança para colocar em investimentos de verdade, com retornos reais. Ou seja, cuja rentabilidade será superior à variação da inflação.


O saldo da poupança no Brasil ainda é alto, como é possível observar no gráfico abaixo, que mostra os valores dos últimos 21 anos. A seta vermelha indica os saques que aconteceram nesse ano de 2015, quando a curva muda de direção. 
Logo abaixo, no segundo gráfico, é possível ver de perto o que está acontecendo neste ano de 2015.
Desde o início do ano podemos notar um movimento de saques maiores do que os depósitos. Note que a linha do saldo sobe em determinados momentos, porém as retiradas são maiores, pois a linha do gráfico está caindo conforme o tempo.
O atual ritmo de retirada não continuará o mesmo. Com o enfraquecimento da economia e difícil situação econômica do brasileiro - com poder de compra cada vez menor, já que o aumento dos salários não tem acompanhado a inflação - os saques da poupança irão se intensificar.
Esse cenário pode gerar impactos no setor imobiliário e aí entram os efeitos dos saques da poupança no sonho de muitos brasileiros de comprar a casa própria ou de se mudar para um lugar mais confortável. 

2 - Qual a relação da poupança com o mercado imobiliário?
O Banco Central obriga os bancos a utilizarem 65% dos recursos investidos pelos brasileiros na poupança nos financiamentos imobiliários.
Dessa maneira, quando a poupança tem retiradas como as desse ano, o crédito imobiliário começa a ficar escasso. Ou seja, quando o saldo da poupança começa a cair, os recursos para os financiamentos imobiliários sofrem. Assim, a tendência é o aumento dos juros dos financiamentos para a compra do imóvel.
Nos últimos meses, a Caixa Econômica Federal já fez mudanças nas regras do financiamento imobiliário, com mais restrições para quem quiser pegar o dinheiro emprestado no banco. 
Responsável por 3 a cada 4 financiamentos imobiliários no Brasil, a Caixa alterou as regras de compras de imóveis usados: 
Pela regra antiga a CEF financiava até 80% do valor do imóvel de até R$ 750 mil, e até 70% de imóveis acima desse valor. Agora, passou a financiar no máximo 50% do imóvel com valor até R$ 750 mil e somente 40% de imóveis com valor superior aquele. 
Ou seja, se você tinha planos de adquirir uma casa própria no valor de R$ 400 mil, ao invés de precisar de R$ 80 mil para dar a entrada, precisará ter R$ 200 mil no ato. 
Então, se as fontes de financiamento secam, a consequência esperada é uma redução na busca por imóveis, o pressiona os preços dos mesmos. 
Quem já possui imóvel pode notar a queda no valor de seu bem, e quem planeja comprar encontrará dificuldade na obtenção de crédito. Quem precisa vender já está notando uma dificuldade maior em encontrar um comprador disposto a pagar o valor desejado.

Problemão para quem tem imóvel financiado
O problema também atinge quem já está no meio de um financiamento. De um lado, esse comprador pode ter sido beneficiado por ter conseguido uma taxa de juros mais baixa do que a atual para seu empréstimo. Por outro lado, deverá sofrer com o encarecimento das parcelas remanescentes.
É muito provável que isso aconteça pois, em geral, a correção dos valores das parcelas do financiamento imobiliário é feita pela chamada “TR”, que significa taxa referencial. Nós já conseguimos observar nos últimos dias um aumento da TR, o que vai se refletir em um reajuste mais alto nas próximas mensalidades. 
Isso está acontecendo porque a TR também é usada no cálculo da remuneração da poupança. Para tentar evitar um pouco os saques, oferecendo um retorno um pouco maior, o governo está elevando a TR.
Para ficar mais claro, explico como é calculada a poupança:
Poupança = TR + 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5%
ou
Poupança = TR + 70% da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, quando a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior a 8,5%.
Como atualmente a taxa Selic está muito acima de 8,5% ao ano, o que vale é o primeiro caso.
O segundo caminho do governo para evitar os resgates da poupança e proteger o setor imobiliário seria a redução dos juros das outras aplicações.
O primeiro passo é controlar a inflação, para logo em seguida, criar um ambiente com redução das taxas de juros. Isso devolveria uma dinâmica de crescimento para a economia. 
Entretanto, o cenário brasileiro sinaliza inflação em alta: 
Em primeiro lugar, por causa do aumento do dólar, que eleva os preços de produtos e matérias-primas importados.
Em segundo lugar, por causa do aumento generalizado de impostos, com o crescimento da arrecadação do governo para ajustar suas contas públicas.
Por fim, o país hoje vive um cenário de liberação dos preços que estavam represados durante o período eleitoral, como tarifas de energia e água que não tinha sofrido grandes aumentos. 
Logo, não há como reduzir a taxa de juros brasileira (Selic) em curto e médio prazos. Por isso, é muito difícil aumentar a atratividade da poupança reduzindo a rentabilidade das aplicações alternativas.

3 - Por que o BB e a Caixa querem seu dinheiro na poupança?
Comece a reparar o quanto os dois bancos estão fazendo campanhas por aí para tentar te convencer a colocar o dinheiro na poupança. 
Quais os motivos que levam a Caixa e o Banco do Brasil a fazer propagandas para atrair as pessoas para as cadernetas de poupança. Eles precisam que o seu dinheiro esteja na poupança para poder emprestá-lo por meio do financiamento imobiliário (ou outras formas de crédito). 
Com essas linhas de crédito, os bancos recebem de seus credores (que somos todos nós) juros mais altos do que o retorno que pagam pelo dinheiro que deixamos na poupança. Essa diferença ajuda a elevar os lucros dos bancos.

Corrigindo o seu, o meu, o nosso problema…
Fique atendo à inflação e comece a realocar os recursos que você tem na poupança em outras aplicações que rendam mais

                      As razões abaixo, da baixa prosperidade do Brasil

                                                           
                                                            

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