Urnas brasileiras são completamente invulneráveis à
fiscalização.
Você não tem como fazer a recontagem dos votos, não tem uma
contraparte física dos votos, é um completo descalabro, um absurdo, um atentado
à democracia. Não existe democracia sem transparência nos processos eleitorais,
nos processos de votação.
A urna brasileira é a única no mundo que não permite
recontagem de votos, não permite fiscalização.
Há o empenho do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo
[Tribunal Federal],em cercear,
chantagear, impedir o Congresso Nacional de alterar esse sistema de uma maneira
completamente ostensiva e absurda, assim como a rejeição pelo STF de uma
reforma eleitoral aprovada pelo próprio Congresso [prevendo a] impressão do
voto. Alegam que a decisão iria contra o direito constitucional do voto
secreto, quando nós sabemos que esse papel impresso seria para ser depositado
imediatamente, dentro da cabine, em uma urna física, para permitir a recontagem
de algumas seções.
Estamos diante de um grande sistema de fraude e um negócio
milionário, em toda eleição, envolvendo os votos dos eleitores.
Como o Supremo pode considerar a impressão de voto com
depósito automático na urna, só para conferência, uma violação ao voto secreto?
Todos os países do mundo que aplicaram a urna eletrônica fizeram esse
procedimento, todos os países do mundo que testaram a urna eletrônica do
Brasil. Até Honduras e o Paraguai rejeitaram a urna eletrônica brasileira.
Os países que adotaram sistema eletrônico de voto imprimem
seus votos e depositam na urna para garantir a recontagem, por amostragem.
Todos os especialistas em informática dizem que o sistema
brasileiro é vulnerável. É da essência da democracia conseguir recontar os
votos. Só no Brasil você não consegue recontar votos.
Esse é motivo pelo qual os Estados Unidos até hoje preferem
os votos de papel. De fato, voto de papel pode ter fraude. Mas as fraudes não podem
ser volumosas. Não dá para fazer grandes fraudes. Tem fiscais dos partidos nas
cidades.
Todos os países que adotaram esse sistema fazem a impressão
do voto. O motivo é óbvio: é o único meio de garantir a conferência e
recontagem dos votos por amostragem.
A pessoa vota, a urna emite um recibo, ela confere o
resultado da votação, se tiver contrário comunica à mesa, que anula o voto e
ela pode votar novamente. Se estiver de acordo deposita na urna e sai da urna
sem o papel — o voto secreto permanece inviolável.
Eu, como cidadão, me reservo o direito da indignação diante
desse processo eleitoral. Pago impostos altíssimos e me considero indignado, com o fato
de não poder recontar os votos da minha seção, de não saber se meu voto foi
computado, de não poder checar os resultados da minha eleição. Isso é um
atentado à democracia. Nenhuma democracia pode sobreviver à falta de
legitimidade das suas eleições, do seu Congresso que as urnas eletrônicas
causam no Brasil.
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