A universidade pode ter inúmeras funções diferentes. Porém, a
característica que a define é a de constituir o maior centro de busca e
preservação do conhecimento. É uma grande ilusão pensar que a universidade se
destina a formar a classe dominante. Na Idade Média, havia esta consciência
do benefício incalculável que o conhecimento representa, pela sua simples
posse. Não se pensava na hipótese de usar isto para outra coisa, ao contrário,
isto era o supremo benefício.
Com o tempo, a universidade vai adquirindo finalidades
secundárias. Em primeiro lugar, na Renascença, começou a disputa entre os reis
e o papado pelo domínio da universidade. O declínio da intelectualidade
católica dominante da época é terrível se você compara os intelectuais dos
séculos XII e XIII com aqueles sonhadores do Concílio de Trento, é algo
absolutamente deplorável. Há uma queda do nível das universidades ocasionada
pela sua politização, por culpa dos papas e dos reis. Com a restauração na
Alemanha, a universidade conserva uma imensa autonomia, possibilitando o
surgimento do movimento notabilíssimo que foi o romantismo e o idealismo
alemão. Filho direto da liberdade, da não interferência dos poderes externos na
universidade.
No entanto, a partir daí, esta intervenção é cada vez maior,
sobretudo e em primeiro lugar no sentido comercial. A universidade vai se
transformando em uma instituição para a adestrar profissionais, e, logo em
seguida, como efeito quase imediato, vem a politização da universidade. Não que
essas finalidades econômicas e políticas não devam ser atendidas, mas para elas
há outros
A maioria dos
políticos no Brasil usa a universidade sem nenhum respeito ao conhecimento objetivo. Os
partidos, sobretudo o famoso PT e esse pessoal comunista todo, quer instituir a
sua doutrina partidária como programa de universidade, vetando inclusive o
conhecimento de doutrinas antagônicas. Isto é o máximo da prostituição que se
pode conceber na universidade. E no Brasil isto acontece em todas as
universidades, sem exceção.
Atenção o Brasil não tem tradição universitária. Ele tem, ao
contrário, uma tradição das faculdades isoladas, que, por não poderem exercer
esta função mais elevada, acabavam virando centros de agitação política. A desvantagem que o Brasil
leva no cenário internacional ocorre simplesmente pelo despreparo e pela
burrice da sua elite política. Em vez de estudar, ficam fazendo greves e passeatas. Hoje,
temos como resultado esse Congresso de analfabetos. Em outros países, é uma
tradição os políticos de primeiro plano serem homens que dominam a arte da
palavra. Na França, um político não se incomodará de ser acusado de corrupção,
mas o desafiará para um duelo se você disser que ele cometeu um erro de
gramática. Nos Estados Unidos, um dos políticos mais populistas, como Theodore
Roosevelt, era autor de ensaios literários de valor extraordinário. Abraham
Lincoln era um dos maiores estilistas da língua inglesa. E isso é uma tradição,
que há em quase todos os países. –
E o Brasil também tinha esta tradição intelectual, até as
décadas de 40 e 50.. E, na Constituinte em 1988, se elegeram pessoas como agora na eleição de 2014 que não sabem
conjugar um verbo, completar uma frase, não têm domínio do idioma. Você tem o
exemplo grotesco do Lula, da Benedita da Silva ambos petistas, pessoas que oferecem a desculpa da sua
origem pobre, mas a origem deles não é mais pobre que a de Machado de Assis, era filho de lavadeira.
No Brasil cria-se a ilusão de que a universidade deve prestar
serviço público. A existência da universidade já é o serviço público! A
finalidade da universidade se esgota na busca e na transmissão do conhecimento.
Se você disser que a universidade tem que planejar a reforma social, então qual
é a diferença entre a universidade e um ministério? Ou um partido político? Aí
se cria uma confusão, perdendo-se a noção da função específica das várias
instituições.
Alguns minutos de sabedoria sobre o papel das Universidades
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