Virou moda. Lula falou e a bem remunerada elite chapa-branca
do jornalismo nacional passou a repetir: a zelite não quer que os pobres
prosperem.
Qual o motivo de essa frase estar sendo reproduzida por
tantos membros da mídia, como porta-vozes do alto comando petista? Nada que o
PT repete à exaustão deixa de ter objetivo bem determinado. É o caso. Os
petistas, naufragados na indecência de seu governo, numa sucessão de escândalos
que envergonham o país e ruborizam a espécie humana em todas as latitudes,
altitudes e longitudes, precisam atribuir motivação maldosa a seus adversários.
E qual pode ser pior do que o sujeito ter raiva de quem alegadamente faz bem
aos pobres? Poucos, muito poucos sentimentos humanos colocariam alguém tão às
portas de uma condenação eterna do que desejar o mal do pobre, sentir-se
incomodado quando ele prospera e ter raiva de quem supostamente o faça
prosperar. Isso é tão inominável, tão fora da normalidade, que deixa de ser um
impulso humano para ser o que de fato é: uma acusação maligna, concepção de
mente enferma, que faz da política campo de provas de sua sordidez.
Essa injúria, proferida por Lula no ato da ABI, e repetida pelos
papagaios do eldorado petista, não tem pé nem cabeça. É fruto de perversão
moral. Está na linha de tudo mais que vêm fazendo. Como conceito, só pode ser
produto de uma aula de sociologia do professor Eremildo, o idiota (personagem
criado pelo jornalista Élio Gaspari). Repito o que escrevi há poucos dias: os
países com melhor qualidade de vida são aqueles em que praticamente não existem
pobres e a totalidade da população consegue viver com dignidade. A fome era
endêmica na Europa Ocidental até meados do século passado. No entanto, com
trabalho e uso judicioso dos recursos públicos, hoje, você atravessa o
continente, entra e sai das cidades europeias e raramente se depara com
habitações miseráveis. Nelas você se percebe infinitamente mais seguro do que no
Brasil.
Só os alunos do professor Eremildo, o idiota, são capazes de
crer em tamanha estupidez, contraditória com o racional interesse de todos os
seres humanos, porque convém a todos, sem exceção, que todos tenham um padrão
de vida melhor. Eremildo, o idiota, ensinaria essa besteira que Lula diz, por
crença. Os jornalistas, os políticos, os marqueteiros e os militantes que
repetem tamanho disparate, precisam dele como folhas de parreira para esconder
as próprias vergonhas.
Não mais que de repente, FHC é o cara!
São muitas as formas de corrupção moral. Todas são graves,
embora tendamos a considerar piores aquelas que envolvem valores financeiros.
No entanto, meter a mão no bolso alheio ou em recursos públicos é apenas uma
das muitas maneiras em que a deformação moral pode se expressar. Quando falamos
delas, principalmente no espaço da política, não estamos diante de
compartimentos isolados, como se a cada momento histórico apenas uma gaveta
pudesse ser aberta.
As coisas não funcionam assim. Um governo corrupto será,
também, um governo mentiroso. O governo mentiroso forjará dossiês contra seus
adversários. O que forja dossiês, assassinará reputações de pessoas de bem.
Quem o faça, andará com as piores companhias. O que ande em más companhias
investirá contra os valores morais da sociedade. O que precisa destruir
valores, desejará dominar o vocabulário através do "politicamente
correto". Quem quer controlar as palavras e a comunicação não é
verdadeiramente democrático. Governo que não seja democrático buscará
transferir o poder, do povo e de seus representantes, para conselhos formados
por seus companheiros. Quem coloque aí a efetiva fonte de seu poder precisará
organizar, remunerar e manter a seu serviço multidões de militantes cuja causa
real seja ele próprio e a sua preservação. Quem faça tudo e qualquer coisa para
si mesmo, será, necessariamente, corrupto. E o círculo se fecha. É a ruptura
desse círculo que nos leva à rua no dia 15 de março.
Há quem goste de como as coisas estão no Brasil. E há quem
diga que não gosta, mas, com falso pudor, afirme que devemos nos conformar
porque a alternativa é pior. E tendo dito que a alternativa é pior, dá por
irretocável a assertiva e pleiteia, sem constrangimento algum, que tudo fique
como está.
Observe o que estão fazendo, a partir de anteontem, 10 de
março, com FHC (que se presta para isso). O velho ex-presidente, desde 1998,
era insubstituível ocupante do último pau do galinheiro petista. Até o
depoimento de Pedro Barusco à CPI da Petrobras, Fernando Henrique, designado
por Dilma, era candidato a fundador emérito da corrupção na empresa, o cara da
"privataria". Pois até ele - pasmem! - ganha lâmpada nova como farol
da História e vira sábio conselheiro da Pátria simplesmente porque saiu em
defesa do mandato da presidente.
Dá para entender como o uso que fazem de FHC se enquadra no
circuito fechado que desenhei acima? É o mesmo quadro de corrupção moral que só
recebe impulsos de uma ideologia malsã e de um projeto de poder
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