quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Porque os juros são altos? porque o brasileiro gosta de Estado.

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Por Que os Juros São Altos no Brasil? porque brasileiro gosta de Estado.
  
Quando a SELIC cai, as outras taxas de juros caem numa proporção muito menor.  Ou seja, a SELIC praticamente pouco influencia as outras taxas de juros da economia, que são as que realmente importam.  Por que isso ocorre?

Existem várias explicações, porém as mais plausíveis são:

1) Pouca concorrência no setor bancário.  As regulamentações criadas pelo próprio Banco Central impedem o fácil estabelecimento de novas redes bancárias, que trariam mais concorrência para os grandes bancos já estabelecidos.  Como todo cartel, o sistema bancário também é um cartel que se sustenta apenas por causa do estado.  Os bancos, ao contrário do que se diz, adoram ser controlados e regulados pelo Banco Central, pois é este quem lhes protege de qualquer possibilidade de concorrência.

2) Judiciário leniente com o devedor.  No Brasil parece valer a máxima "devo, não pago; nego enquanto puder".  O calote virou uma instituição protegida judicialmente, pois aqui se segue a filosofia marxista de que o credor é um ente espoliativo e malvado e o devedor é o coitado desinformado que contraiu uma dívida involuntariamente.  Sendo assim, por uma questão de 'justiça social', deve-se manter o credor despido de suas posses e o devedor no pleno gozo delas.  Parece que é preciso ter um Ph.D em sociologia para não perceber que esse arranjo corresponde a um roubo, pura e simplesmente.  A solução mais prática e viável - e que justamente por isso ninguém quer adotar - é permitir a alienação fiduciária (ou reintegração de posse) em todas as modalidades de empréstimos.  Atualmente ela existe para o financiamento de carros.  E, não por coincidência, trata-se um mercado em que juros são dos mais baixos.  Não é algo difícil de entender.  Se A empresta seu dinheiro (sua propriedade) para B, que utiliza esse dinheiro para comprar um apartamento e não devolve a A o valor combinado, então B roubou A.  E se o apartamento comprado por B foi comprado com a propriedade de A, então A é o dono legal desse apartamento.  A tem o direito de tomá-lo quando quiser.  E é isso que a justiça brasileira não permite.  Munido de um bom advogado, B pode tranquilamente usufruir uma boa cobertura em Ipanema utilizando a propriedade de A - tudo em nome da justiça social.

(Nos EUA existe a profissão do Repo Man, que é o sujeito contratado para reaver os bens não pagos.  Esse vídeo mostra um Repo Man em ação, recuperando um carro cujo empréstimo não foi pago.  O vídeo é de fato violento, mas é preciso ter em mente que o carro não era legalmente da mulher, pois ela não pagou por ele.  Logo, era a mulher a ladra da história).

3) Governo ou Estado.  O maior devedor da economia brasileiro é o estado.  Como ele não consegue financiar todas as suas atividades meramente por meio da arrecadação de impostos, ele precisa recorrer aos empréstimos bancários.  (No primeiro artigo explicamos o processo de lançamento de títulos pelo Tesouro).  E como o Tesouro faz isso com constância, os bancos direcionam boa parte do depósito de seus clientes para a compra desses títulos.  Logo, o dinheiro que poderia ir para o setor produtivo na forma de crédito, acaba sendo sugado para o setor não produtivo na forma de empréstimos que serão pagos via impostos ou via mais empréstimos.  Ou seja: o governo se endivida para pagar dívidas antigas (o que se chama 'rolar a dívida').  Com um estado tão inchado e glutão, é realmente difícil sobrar dinheiro para o setor produtivo da economia.  O pouco que sobra é encarecido tanto pela lei da oferta e demanda quanto pelos dois itens acima.  Aí fica difícil.


Ah, sim, meus caros,se não existissem títulos públicos, isto é, se o governo não se endividasse, não haveria como o Banco Central fazer política monetária.  Não haveria como o Banco Central estipular juros.  Não haveria como o Banco Central planejar a economia.  Os bancos comerciais teriam de concorrer entre si para fornecer empréstimos ao setor produtivo da economia.  Somente assim eles conseguiriam obter algum lucro.  Atualmente eles não precisam recorrer a essa faina inglória, pois podem apenas aplicar em títulos públicos (100% seguros, garantidos pelo governo) e acender o charuto.  Os juros para pessoas físicas e jurídicas inevitavelmente seriam menores.  Haveria, enfim, um genuíno livre mercado.

                                                                 

                                                                       


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