terça-feira, 26 de maio de 2015

Superamos os americanos em neo caipirismo.

Ser neo caipira é uma qualidade do brasileiro elevada a quinta potência, superamos os americanos.

Flagrante infame: Lula e Ahmadinejad. Melhor um Brasil provinciano
Que dupla Lula e Ahmadinejad. Nada melhor que um Brasil provinciano
Se mesmo a população de um país como os EUA – uma superpotência com tentáculos globais e interesses em todas as partes  - é desinformada sobre o mundo, imaginem os brasileiros? Sim, os americanos são provincianos. Para dar uma medida, raramente eleições presidenciais são travadas essencialmente sobre política externa. As exceções foram em 1940 e 1968 (Segunda Guerra e Vietnã). O que, portanto, esperar do Brasil, um país também de proporções continentais, mas no final das contas com mentalidade de uma ilha quase isolada?
Sergio Leo, do jornal Valor, é uma referência em política externa brasileira. Ele acaba de antecipar os dados de uma pesquisa feita na USP, como parte de um projeto global, na qual foram entrevistados 1,8 mil brasileiros. Alguns dados para ilustrar: 1.7% dos brasileiros medianamente interessados em política externa tem uma identidade sul-americana. Há um pequeno salto na identificação latino-americana (6.7%).  Mais de 70% têm uma identidade fortemente brasileira. Esta identidade é ainda mais vitaminada entre os desinformados sobre o mundo (82%).traduzindo ignoram o que se passa em outras nações.
Até aí nada que impressione. A tal da solidariedade latino-americana sempre foi uma fantasia política, em geral engessada por ideólogos esquerdistas. Existem inclusive sementes de xenofobia entre os brasileiros como se fossemos uma civilização superior o que é uma grande piada. A pesquisa mostra que 70% discordam total ou parcialmente da liberdade de trânsito de pessoas para incrementar a integração com o restante da América do Sul.
E a desinformação? Uns 80% dos brasileiros nem sabem quem é o presidente México, país no qual a presidente Dilma Rousseff está neste momento em visita de estado. Ali na América do Norte, se eu tivesse uma pesquisa disponível, eu poderia confirmar que a imensa maioria da população dos EUA tampouco sabe que Enrique Peña Nieto governa o país vizinho.
No entanto, no caso do Brasil, 64.5% não sabiam que o midiático José Mujica era presidente da Província Cisplatina ou Uruguai. Há mais informação sobre o cobrador de ônibus midiático, espalhafatoso e perigoso Nicolás Maduro. A pesquisa revela que 50% dos brasileiros sabem que ele desgoverna a Venezuela. O consolo para Maduro é que alguns dos seus melhores amigos são bem conhecidos dos brasileiros. Apenas 27% não sabem que Cristina Kirchner preside a Argentina e 29.5% que Evo Morales está à frente da Bolívia.
No seu texto, aliás, Sergio Leo lembra que a Argentina (culpa de rivalidades futebolísticas?) é o único país visto como ameaça ou competição pela maioria dos brasileiros (57%). Nosso povo cordial em geral considera todo mundo sócio ou parceiro do país (a China é vista assim por 77% dos brasileiros).
O estudo ainda precisa ser complementado, mas uma das responsáveis, a professora Maria Hermínia Tavares de Almeida, ressalta a ambiguidade dos brasileiros sobre seu relacionamento com os países vizinhos e sobre o papel do país no mundo. Há o argumento de que o Brasil já tem muitos problemas internos para se preocupar com o mundo ou atuar com mais intensidade lá fora. Pelo contrário, quanto mais abertura, melhor para a província e para a cabeça dos brasileiros. Lamento que para informados e desinformados no Brasil, as prioridades na política externa devam ser América do Sul e África. Vital para o Brasil uma abertura mais ampla, multicontinental, especialmente de mais comércio e menos protecionismo.
E para finalizar, o óbvio: abertura não deve ser sinônimo do protagonismo ao estilo lulista ou para endossar a indecência de regimes como o narcochavismo.
Então ficamos assim continuamos neo caipiras e assim superamos os americanos.
                                                                    

Nenhum comentário:

Postar um comentário