O PT chegou ao poder beneficiado pelo modelo mais sujo de financiamento público de campanha. As primeiras prefeituras conquistadas montaram esquemas com empresas de recolhimento de lixo e de transporte coletivo, concedendo-lhes gordos contratos e tarifas, dali retirando sacos pardos recheados de dinheiro público para pagar as campanhas eleitorais do partido. Com Lula no poder, o Mensalão foi criado pelo José Dirceu com verbas oficiais desviadas do fundo de publicidade da Visanet do Banco do Brasil e de um propinoduto nos Correios, BMG e Banco Rural, também alimentados por negociatas com o governo. Se o Mensalão pagou a reeleição de Lula, o Tesouro Nacional pagou a eleição de Dilma, resultado de uma impressionante campanha eleitoral oficial promovida pelo ex-presidente, que deixou uma herança maldita que estamos pagando hoje e pagaremos pelos próximos anos. Portanto, na prática, o PT já adota, por debaixo dos panos, o financiamento público de campanha. O que ele quer é impedir que as empresas que defendem o capitalismo, a propriedade privada, o lucro, a liberdade de imprensa, entre outros valores, possam contribuir, com o seu dinheiro, para as campanhas de candidatos que apóiem estas teses. O PT quer matar os adversários à míngua. Para o partido dos trambiqueiros, nada muda com a adoção do financiamento público de campanha. Foi com dinheiro público que eles reelegeram Lula. Foi com dinheiro público que eles elegeram Dilma. É com dinheiro público que eles vão sair por aí erguendo esta falsa bandeira da ética, enquanto metem a mão no bolso do brasileiro. O PT é o partido do Mensalão, do DNIT e de todas as mazelas e malfeitos do país. Que a oposição jogue logo na lama esta bandeira que o PT cinicamente quer levantar.
Para aqueles que acham que o problema esta no apoio das empresas dentro da lei a candidatos
1) Países que proíbem doações empresariais estão entre os mais corruptos do mundo
O Paraguai proíbe doações de
empresas a campanhas políticas. Isso significa que o Paraguai é um país livre
de corrupção? Bem, é o contrário: ele está 150º lugar no índice de percepção da
corrupção da Transparência Internacional (o Brasil está bem melhor no índice,
em 64º lugar). Doações de empresas também são proibidas no México, Colômbia,
Peru e Egito, que também estão pior no ranking que o Brasil.
O Butão, o único país do mundo
que adota o modelo proposto pelo PT de financiamento 100% público de campanha,
está em 30º lugar. Menos corrupto que o Brasil, é verdade, porém mais corrupto
que diversos outros países que autorizam doações privadas.
2) Em países onde a corrupção é
pequena, o financiamento privado é permitido
A Suíça é um dos países menos
corruptos do mundo – o quinto país com menor percepção de corrupção de acordo
com a Transparência Internacional. Financiamento 100% público de campanha?
Longe disso. Na verdade, o financiamento da política suíça é completamente
privado e sem transparência alguma. Não existe lei federal obrigando os
partidos prestarem contas. Apenas dois dos 26 cantões editaram leis sobre o
assunto, e apesar de discussões ocorrerem, não existe nenhuma movimentação real
para mudar a lei.
3) Doações de empresas a
políticos já foram proibidas no Brasil e o resultado foi mais corrupção
Durante toda a ditadura militar,
empresas não poderiam doar a partidos políticos – um claro golpe para asfixiar
os movimentos de oposição ao regime. A proibição só caiu depois de 1993, quando
ficou óbvio que a regra surtia o efeito contrário, criando incentivos para a
criação de caixa 2 e outras práticas corruptas.
4) As pessoas não devem ser
obrigadas a doar dinheiro a partidos com os quais não concordam nem ser
proibidas a doar aos partidos que preferem
Quem dá importância à liberdade
dos cidadãos concorda que não é correto obrigá-los a financiar partidos – o que
na prática acontece quando se impõe um fundo partidário. Um militante comunista
não deve ser obrigado a contribuir com um político liberal, e vice-versa.
Do mesmo modo, se as pessoas
acham por bem doar seu próprio dinheiro a um partido ou uma organização, não
devem ser impedidas a isso numa sociedade que dá importância à liberdade
individual. Na Holanda, os partidos colhem assinaturas mensais de seus
apoiadores – medida que não será possível no Brasil se o financiamento privado
for proibido.
5) O financiamento 100% público
será uma festa para Levy Fidelix aquele quer o Aerotrem ligando a casa dele ao
primeiro Shopping.
Quanto mais dinheiro a saber nossos impostos estiver
disponível no fundo partidário, maior será o incentivo para a criação de
partidos sem ideologia, sem eleitores e sem interesse em vencer eleições. Será
a festa de Levy Fidelix e demais políticos que só mantém partidos porque todos
os anos ganham uma bolada do fundo partidário. Até que há aí uma boa notícia: o
horário político ficará ainda mais bizarro e divertido.